Review: Glee – A temporada até aqui

Onde os sonhos – mesmo os mais surtados – acontecem. Não é segredo para ninguém, que Glee vem enfrentando uma fase bem difícil com essa quinta temporada. Em parte isto se deve a chocante tragédia envolvendo o astro da série Cory Monteith, mas devemos levar em conta também, o visível cansaço enfrentado por um dos principais núcleos do show, o do McKinley High. Sim, o “ame ou odeie” que moveu os três últimos episódios exibidos em 2013, foi notícia e motivo de discussões em tudo quanto é canto e mesmo entendendo o desgosto sentido por uma boa parte dos gleeks, tenho de admitir que apesar de alguns defeitos mais gritantes (aqui eu incluo o evento com as marionetes em Puppet Master), a retomada do lado mais debochado que é uma das principais características da série (o exagerado e por isto mesmo hilário Previously Unaired Christmas serve de exemplo) me fez encarar tudo sob a óptica do mais puro descompromisso, o que com certeza contribuiu para minha aceitação.

Antes dos divisores de águas citados acima, ganhamos uma das maiores pérolas de Glee com o tributo a Billy Joel no excelente Movin' Out. Já disse várias vezes aqui, que eu sempre torço o nariz para os episódios da série que homenageiam um artista só, pois os números musicais se sobrepõem a trama em si, o que não foi o caso aqui. A Feira de Profissões organizada por Sue no McKinley foi cretiníssima e excluiu totalmente as aspirações artísticas do New Directions, levando Will, como sempre, a evocar o espírito de Billy Joel de que todo sonho é possível, basta motivação e força de vontade. Nessa toada, a dupla Blam faz uma visita à Nova York para garantir seus futuros acadêmicos e confesso de tudo o que ocorreu nessas três horas de Glee, o pequeno vislumbre do que deve ser a nova fase da série ainda na quarta temporada, foi bastante animador.

Sam desiludindo da faculdade e aspirando a vida de modelo com a ajuda de Rachel; Blaine na dúvida sobre o NYADA e todo aquele espírito de companheirismo entre o quinteto, foi sensacional. Nem bobeio em nomear a versão de Just the Way You Are como a minha favorita de todas as músicas cantadas, e por mais brega que sejam, quero mais cantorias aleatórias no Spotlight Diner, para ontem. No McKinley, os únicos momentos tocantes e dignos de nota, foram aqueles protagonizados por Artie e Becky. Glee sabe como ninguém trabalhar temas que envolvam inclusão social e esse da faculdade para jovens com Síndrome de Down, foi de encher os nossos corações. Infelizmente a lenga-lenga entre Jake e Marley continuou e o que é pior, se estendeu ao próximo episódio, o que diminuiu ainda mais a relevância do esquecível Puppet Master.

Glee5.2

Enquanto todos os personagens da série admitiam que a obsessão de Blaine por fantoches era deveras assustadora, para não dizer pervertida, eu só conseguia rir do quão desnecessário foi tudo aquilo. Culpe o gás alucinógeno ou o que for, mas não, definitivamente não para aqueles puppets mal costurados. O pior é que você cai na real sobre a qualidade de um episódio como esse, quando a trama mais relevante (ou não) envolve a ausência de feminilidade em Sue. Eu ri demais da cena em que descobrimos a gênese da treinadora e mais ainda das suas tentativas infrutíferas de parecer mais feminina para conquistar o superintendente do McKinley. Sendo assim, acho que só Cheek to Cheek recriada com todo cuidado valeu a pena dentre as músicas cantadas aqui.

Não dou a mínima para o que Jake quer da vida e na verdade, tirando Unique e Kitty, já cansei de todos os novos integrantes do New Directions (e olha que já fui um dos maiores entusiastas da menina Marley), portanto um “nhén” para tudo o que envolve eles, já basta. A estreia de Pamela Lansbury nos bares da Broadway, também foi toda mal executada e sei lá, passei a torcer para que descartem essa trama e partam para outra coisa, pois o universo da Big Apple é tão rico para se resumir ao sonho de Kurt em colocar uma banda que faz cover da Madonna nos holofotes, que eu prefiro não comprar esse plot.

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O maior problema da despedida de Glee no fim de 2013, é que não tivemos antecipação nem o fechamento de qualquer um dos plots iniciados na quarta temporada, porém sinceramente isto não diminui o valor de Previously Unaired Christmas. Figurando como um dos especiais mais cretinos que a série já foi capaz de fazer, tivemos de um número musical a lá Alvin e os Esquilos ao parto do menino Jesus por um travesti, ao som de uma música de boate. Daí vocês já podem reformular o significado de cretinice no seu dicionário pessoal. Eu até concordo que o episódio fez menos sentido do que o das marionetes, mas a vantagem aqui se deu pelo “não se levar a sério” e ri de chorar de todos os absurdos que aconteciam na minha tela.

Tentando se sustentar como pode – e conseguindo muito bem em minha opinião –, Glee sempre será esse carnaval de deboches antenados, que por mais irreais ou abobalhados que pareçam ser, guardará sempre em sua essência aquele espírito anárquico que a colocou no topo do mundo das séries. Eu não deixo de acreditar e talvez nunca desacreditarei dela. Disto, vocês podem ter certeza.

Gleeks Gonna Gleeks: Mais alguém aí shippou um certo casal?! Samchel acontecendo hein gente?

Gleeks Gonna Gleeks [2]: Glee volta essa semana e as reviews também... Sem atrasos dessa vez.

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