Review: Arrow S02E19 - The Man Under the Hood

O texto pode conter alguns pequenos spoilers.

The Man Under the HoodMais perto do final e esta segunda temporada de Arrow vai revelando cada vez mais elementos em comum com sua fonte de histórias, a mídia de papel. Os criadores da série jamais esconderam a origem nos quadrinhos, mas neste ano a adaptação do Arqueiro Verde assumiu de vez características que a maioria de suas concorrentes, seja na TV ou cinema, não são muito corajosas em abraçar.

The Man Under the Hood continua com toda a força a trama envolvendo Slade e começa com uma decisão drástica de Oliver: para impedir o vilão de usar os recursos da divisão de ciências das Indústrias Queen, explode o local onde ficam guardados os equipamentos necessários para a criação do exército Deathstroke (em mais um momento bem conduzido mostrando o trabalho em equipe do Time Arqueiro). Claro que como bom antagonista, o Exterminador tem planos reservas que são revelados aos poucos durante o episódio. Mas o fato é que por trás dessa atitude de Oliver está a disposição do personagem em sacrificar o que estiver na sua frente para atingir o objetivo de parar seu nêmesis. O texto dá várias dicas, inclusive, que este desapego do protagonista pode se tornar importante no futuro, já que o faz encarar a possibilidade de perder tudo que sua família conquistou graças à tomada hostil de Isabel Rochev. Aliás, a personagem finalmente tem algum background revelado, muito fiel aos quadrinhos e que não soa deslocado em meio à trama principal, principalmente por sua motivação pessoal ter muito em comum com a vingança de Slade.

Contrariando os fãs que têm se sentido afastados das subtramas envolvendo Laurel, seu arco parece finalmente ter um rumo e a descoberta da identidade do Arqueiro acabou tornando a garota mais interessante neste ponto da história. Por sinal, a família Lance tem se revelado melhor encaixada na série, com o Detetive Lance também evoluindo bastante durante a temporada. Seu discurso para a filha mais velha, sobre o porquê ter desistido de saber quem o justiceiro mascarado realmente é “debaixo do capuz” é uma de suas melhores cenas nestes dois anos de Arrow.

O texto trabalha também a trama de Thea, que acabou de descobrir quem é seu verdadeiro pai. Os roteiristas, inclusive, demonstram um mínimo de respeito pelos espectadores ao incluírem uma citação da irmã de Oliver quanto ao quase beijo em Tommy, sem saber que este era seu meio-irmão, na primeira temporada. É bom ver que estes fatos distantes não são ignorados, é uma forma de mostrar que além de respeitar o fã, também não fazem tudo à esmo, apenas pelo bem de uma reviravolta na história.

Quanto aos elementos de quadrinhos citados no primeiro parágrafo, talvez o mais evidente seja o próprio plano de Slade Wilson. É tão megalomaníaco que pode acabar nem fazendo muito sentido, dentro do universo realista que o seriado tenta abordar, mas rende sequências de ação interessantes o suficiente para Arrow continuar se destacando entre adaptações de super-heróis. Em The Man Under the Hood há duas ótimas cenas de combate envolvendo o vilão e Oliver, e ambas parecem ter saído diretamente das páginas de uma HQ. Há um outro acontecimento, deixado para a última cena do episódio, que amplia ainda mais essa sensação da influência da nona arte e envolve alguém voltando à vida com a ajuda da droga Mirakuru, que parece ter um antídoto, como revelam os flashbacks na ilha. Estaria a história tomando um rumo para salvar Roy?

The Man Under the Hood

A impressão é que, com o seriado do Flash quase certo de ser aprovado, e se passando no mesmo universo (atenção para a aparição de dois prováveis coadjuvantes da série do velocista escarlate, Cisco Ramon, vivido por Carlos Valdes, e Caitlin Snow, interpretada por Danielle Panabaker), cada vez mais elementos fantásticos serão incluídos, deixando de lado, mas não totalmente, a visão “pé no chão” tão presente no início de Arrow. Se isso vai pesar a favor ou contra, cabe aos produtores e roteiristas decidirem. Com boas histórias e boa execução, mudanças de direcionamento são sempre bem vindas.

Curiosidades:

  • Boa sacada da trilha em incluir o tema musica de Barry Allen durante o encontro de Cisco, Caitlin e Felicity. Aliás, boa citação à Iris West também.
  • Importante a série fazer uso de equipamentos adquiridos recentemente, como a "chave-mestra" do Rei Relógio.
  • O Exterminador falando que não teme a flecha, enquanto segura uma espada, pode ser o indicativo da inclusão dos clãs das armas, surgidos na atual fase do Arqueiro Verde. Se Oliver perder a empresa definitivamente, seria um ótimo momento pra adaptar elementos da fase do Jeff Lemire na série.
  • Este foi mais um episódio com a história desenvolvida por Geoff Johns, que sempre traz sua bagagem como roteirista de quadrinhos à tona.
Alexandre Luiz

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4 comments

  1. Avatar
    Carla Machado 18 abril, 2014 at 14:31 Responder

    Isabel Rochev morre mesmo?
    Também gostei de todas citações à Flash.
    Que bom que Laurel descobriu e ficou na dela. Agora é esperar mais uma vez o andamento da personagem.

    • Avatar
      Alexandre Luiz 21 abril, 2014 at 00:55 Responder

      Valeu pelo comentário, Flávio! Quanto a Laurel se tornar a Canário, a série dá várias dicas disso, e os produtores já disseram que a intenção é essa, mas que eles querem desenvolver bem a personagem antes. Tomara que aconteça logo!

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