Review: Orange is The New Black – A Segunda Temporada

orange is the new black 2 temporadaElas voltaram, meus amigos! As detentas mais queridas do mundo das séries nos deixaram de molho por quase um ano, mas a espera valeu a pena. Orange is The New Black foi sucesso absoluto em 2013, e toda e qualquer expectativa gerada pelo seu segundo ano poderia ser justificada facilmente por qualquer um que se encontra fascinado com o universo imaginado pela showrunner Jenji Kohan.

Se a máxima da primeira temporada era o termo “adaptação” – e a história da protagonista Piper Chapman despontava como o centro das atenções – este retorno subverte todas as suposições ao resolver os cliffhangers da última season finale de forma rápida e orgânica, dando um espaço bem maior para a história de vida das companheiras de cela de Piper. É adaptação dando lugar à unidade, e quando eu falo em unidade, o conceito de família no presídio de Litchfield está diretamente ligado a essa expressão.

Temos então uma temporada sobre buscas, reafirmações e disputas, todas elas intimamente ligadas à necessidade de cada uma das suas protagonistas – sim, não há só Piper agora – de ter os seus próprios “alguns” para se sustentarem dentro do complexo penitenciário. É aí que surgem os nomes de Red e Vee. A primeira tentando retomar o controle da ala branca de Litchfield; a segunda, erguendo um sombrio império com a ajuda das companheiras negras. Parece simples e você pode até sentir que já viu essa história antes, mas acontece que o componente humano fala mais alto aqui e os roteiristas de Orange is The New Black rasgam suas personagens diante dos nossos olhos ao mostrar compassadamente as motivações e as histórias de cada uma delas.

Logo, personagens que apesar de terem uma personalidade forte não tinham ganho espaço na primeira temporada, passam a ser o centro das atenções aqui. Detentas queridas como Taystee, Morello, Gloria e Poussey nos surpreendem ao terem suas histórias reveladas, porém é a misteriosa Rosa que ganha o título de melhor flashback. Sendo assim, os mais descrentes poderiam pensar que o desenvolvimento das histórias pessoais das prisioneiras de Litchfield, roubaria tempo de tramas maiores que começaram a serem pinceladas lá no primeiro ano, mas plots como o desvio de verbas na prisão vão crescendo até se juntarem com tudo o que de mais chocante e emocionante vimos no decorrer dos episódios, culminando numa season finale estendida e explosiva, capaz de fazer qualquer um aplaudir de pé tamanho é o cuidado dos roteiristas em amarrar tudo o que foi planejado.

orange is the new black 2 temporada

Todos os elogios feitos até aqui não seriam possíveis sem o elenco e a produção por trás de Orange is The New Black. Cada um dos atores que compõem os personagens da série têm uma expressividade e características tão peculiares, que, por exemplo, você é capaz de identificar suas versões mais jovens em flashbacks assim que elas entram em cena. Logo, eu não me surpreenderia nem um pouco se as vindouras premiações consagrarem nomes como Kate Mulgrew (Red), Lorraine Toussaint(Vee), Barbara Rosenblat(Rosa) e Uzo Aduba (Suzanne "Crazy Eyes" Warren), apenas alguns dos maiores nomes dessa segunda temporada, diga-se de passagem.

Da mesma forma, a showrunner Jenji Kohan tem que ser celebrada junto com sua equipe de roteiristas, por conseguir conferir um toque de originalidade numa história que, no menor dos deslizes, cairia num melodrama barato e de saídas fáceis. E é graças ao veiculo pelo qual Orange is The New Black chega até nós que essa equipe consegue se superar. Afinal, sem ter a necessidade de criar ganchos vazios entre um episódio e outro (o maior benefício de se ter toda a temporada disponível de uma vez só no serviço de streaming), ganha-se uma liberdade maior na forma de narrar a história, tornando tudo mais simples, vivo e na melhor das definições: humano.

Mantendo com um cuidado fascinante todas as características que a tornaram uma das poucas séries indispensáveis da atualidade, Orange is The New Black voltou mais madura, real, divertida e, por isso mesmo, apaixonante. Menos próxima de uma série comum e mais próxima de um sentimento, ou seja, algo difícil de definir. Brilhante meus caros, simplesmente brilhante.

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2 comments

  1. Avatar
    @hellenitasousa 30 junho, 2014 at 14:33 Responder

    Não lembro o número do último episódio que vi na Netflix da 2ª temporada, mas era o último disponível há algumas semanas. Amei a série, vi praticamente numa "paulada só" na medida do possível claro…rss
    Diversos núcleos com personagens fortes, carismáticos, empolgantes. A Red é fantástica, e acompanhar a história de como algumas delas foram parar lá nos deixa mais próximos das personagens. Aguardando ansiosa os próximos episódios.

    • Avatar
      Zé Guilherme 1 julho, 2014 at 00:49 Responder

      Obrigado pelo comentário Hellenita! Também tô mega ansioso pelo próximo ano. Orange is The New Black é um sentimento.

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