Crítica: A Teoria de Tudo

a teoria de tudo poster“Um filme econômico e raro, quando se fala em Biografias”

A Teoria de Tudo, filme do inglês James Marsh que ganha as telas brasileiras, é muita coisa, inclusive um filme tocante e de uma sensibilidade muito particular.

Maravilhosamente bem adaptado por Anthony McCarten do livro “Travelling to Infinity: My Life with Stephen” o filme fala principalmente dos anos de Hawking com sua companheira por 25 anos, Jane Wilde, ou Hawking.

Stephen Hawking (Eddie Redmayne), como todos sabem, é um dos maiores físicos do mundo e um dos maiores estudiosos sobre o tempo/espaço, mas se você espera ver um filme sobre ciência e porventura um pouco da vida desse cientista trabalhando, desista, A Teoria de Tudo não é um estudo cinematográfico sobre a história do tempo e de seus “Buracos Negros”, mas sim sobre a vida de um jovem pouco empenhado, mas brilhante, bom com as mulheres e engraçado.

O roteiro não cai em clichês como a narração em OFF, clássico em biografias contadas por olhos alheios, ou na sedução que é tentar pôr emoção onde não deve, porque por si só, a história de Stephen e Jane, já basta.

Pequenos detalhes como a perda gradual do controle motor, a oposição de cores frias e quentes que intensificam as cenas, as inclinações e aspirações de Stephen são brilhantes, e é claro, a atuação de Eddie Redmayne supera as expectativas. O intérprete atua através de seus músculos, em uma batalha constante e apreensiva contra cada um de seus membros e tendões, mostrando a guerra pessoal que é ser uma pessoa portadora da ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica.

Em resumo, um belo filme, com uma fotografia tocante, uma trilha igualmente singular e atuações brilhantes, ficando aqui minha aposta, Eddie Redmayne como melhor ator no Oscar, pois quando se concebe uma atuação sem maquiagens, sem máscaras – no sentido figurado - se tornando parte do personagem, pegando seus pequenos detalhes, que o faz ser o que é, e se consegue imprimir isso bem na tela, isso, na minha opinião, é tocar a grandeza.

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2 comments

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    Douglas Couto 30 janeiro, 2015 at 08:49 Responder

    Seu último parágrafo é exatamente o que eu penso, só que pra defender o Benedict Cumberbatch, foi o mesmo que usei pra defender o DiCaprio ano passado. Eu sinto a complexidade do Alan Turing na atuação do Cumberbatch, nos olhares, na forma de falar, acho que tem mais profundidade. Eu penso que o Eddie Redmayne se ganhar o Oscar vai ser muito merecido, mas sempre fico com aquela de que ele é muito ajudado pelo personagem.

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      Luan Cardoso 7 fevereiro, 2015 at 10:28 Responder

      Com certeza, Douglas. O personagem ajuda muito, e essa transformação necessária também, algo que o Oscar adora, a exemplo de Matthew McConaughey, que ganhou também por sua fantástica atuação, mas impressionou por sua transformação física. Esse ano realmente temos ótimos atores em ótimos papéis, mas Eddie certamente vai levar, e não torço muito o nariz não, o garoto mandou muito bem.

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