O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

O Massacre da Serra Elétrica 2 é o que se pode chamar de filme polêmico por essência. Sequência de um clássico absoluto do cinema exploitation, lançado em 1986 - ou seja, 12 anos após o primeiro capítulo da saga e franquia - é odiado por muitos fãs do cinema de gênero e adulado por tantos outros.

Em essência, é um filme que mistura temáticas de humor e horror, apelando eventualmente para uma exploração de gore consideravelmente intensa.

Como dito, é uma continuação tardia de O Massacre da Serra Elétrica de Tobe Hooper, dirigido inclusive pelo mesmo cineasta, fato que não se repetiria nas outras sequências.

Aqui a narrativa tem todo um estilo diferenciado de contar história, seguindo uma toada mais galhofeira. Esse sem dúvida é o fato que afasta boa parte dos fãs de horror que levam o gênero mais a sério, no entanto esse tipo de artifício é tão comum dentro do cinema de horror franquiado, que faz pouco sentido se irritar com isso.

Obras como A Casa do Espanto ou Todo Mundo Quase Morto já partem de premissas de terror. O mesmo pode-se dizer de O Duende, que eventualmente, teve sequências mais sérias, todas menos inspiradas que os filmes mais bem-humorados, vale ressaltar.

Ainda assim há algumas continuações que escancaram mais o humor e que são muito bem-vindas, como A Noiva de Chucky, da franquia Brinquedo Assassino, ou Jason Vive: Sexta-Feira 13: Parte 6, esse último, também lançado em 1986.

De fato essa é uma comédia ácida, que utiliza uma violência extrema, caindo assim em um caráter splatter e repleto de violência explícita e escatologias, utilizando muito bom os efeitos de maquiagem do mestre Tom Savini.

A trama

A história novamente explora o cotidiano de uma família canibal moradora do Texas. Supostamente é a mesma de O Massacre da Serra Elétrica, já que eles se auto intitulam assim. Boa parte dos fãs defende que não, que essa é uma versão alternativa, que esse filme se passa em outra realidade e não é sem motivo, já que há muitas diferenças entre a concepção de 1974 e 86.

Isso tudo também pode ser encarado apenas com descuido com as congruências narrativas, ou os produtores deram de ombros. É inclusive mais plausível ser uma dessas possibilidades.

Além da família, também há um grande destaque a duas figuras, uma radialista linda, vivida por Caroline Williams, que testemunha um ato homicida no ar e um ex-policial intrigantes, estranho e possivelmente louco, vivido por Dennis Hopper.

Esse último, tem uma vingança pessoal para seguir, já que parte de sua família foi morta em 1973, no caso do primeiro filme.

Além desses, ainda faz parte do elenco algumas figuras que se tornariam famosas futuramente, em especial, Bill Moseley, que faz um novo irmão da família canibal e Jim Seadow, que esteve no elenco original.

O acordo com a Cannon

Esse filme é parte do acordo da Cannon Group com Hooper.

Após o sucesso de Poltergeist: O Fenômeno, a empresa dos produtores Yoram Globus e Menahem Golan resolveram assinar um contrato com ele.

Cartaz de Tobe Hooper para Invasores de marte, autografado.

O fracasso nessa trinca de filmes não descredenciou Hooper de seguir em um projeto ambicioso, que um filme do Amigão da Vizinhança, o Homem-Aranha.

Um quase "aranha-filme"

A Cannon abordou Hooper sobre dirigir uma abordagem bem diferenciada do personagem famoso criado por Steve Ditko e Stan Lee.

O estúdio licenciou o personagem Marvel por mais de $200.000. Os engravatados sabiam que a história em quadrinhos era extremamente popular, mas entenderam mal o conceito dela, já pensavam que o Homem-Aranha era um personagem monstruso, como em filmes de terror famosos, a exemplo de Lobisomem da Universal ou A Mosca de David Cronenberg.

Aparentemente, houve até um rascunho de texto para uma versão onde Peter Parker se torna literalmente o um híbrido de humano e aracnídeo.

Ele seria um fotógrafo transformado pelo cientista malvado Dr. Zork em um mutante de oito membros. Programado para liderar o exército de criações mutantes de Zork, ele se rebela e revida os maus tratos de seu criador.

Por pouco Tobe Hooper não fez o Aranha como um filme de horror corporal agressivo e apelativo.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper
Arte promocional, anunciando a obra jamais rodada

Seria curioso se o longa tivesse realmente ocorrido, possivelmente todo o cenário de filmes de heróis tivesse mudado, pois a trilogia de Sam Raimi podia jamais ter ocorrido, assim como o envolvimento de Kevin Feige e vária das cabeças que comandam ou comandaram o UCM.

Stan Lee não gostou argumento e dissuadiu Cannon a fazer uma versão terror para Homem-Aranha. Se pensou também em fazer uma obra mais voltada para a comédia, com Tom Cruise no papel central (ele quase fez o Homem de Ferror também) mas a obra demorou tanto a ser desenvolvida que acabou expirando o prazo.

As inúmeras decepções de bilheteria de Cannon também facilitaram que o material não saísse do papel.

Eventualmente, Menahem Golan ficaria com os direitos do Aranha, teria dificuldades financeiras, ainda assim tentaria adaptar o personagem por seu novo estúdio, a 21st Century Film, mas jamais conseguiu isso.

Nos espólios desse último estúdio, havia um roteiro para o Aranha escrito por James Cameron, mas não há nenhum indício de que esse era o mesmo projeto em que Hooper quase trabalhou.

A intenção real do diretor junto ao estúdio

A vontade de Hooper junto a Cannon era fazer uma obra de ficção científica, inspirada nos clássicos italianos de horror e o estúdio concordou, desde que fizesse também uma sequencia de seu sucesso, sobre o massacre canibal no Texas.

Além disso, também se concordou em fazer uma refilmagem de um filme de invasão alienígena.

Esses foram feitos, mas o filme sci-fi exploitation Força Sinistra, foi um fracasso retumbante - embora tenha virado um clássico cult depois - já o outro, Invasores de Marte, também foi um insucesso.

Uma outra ideia para a sequência

O roteiro final foi escrito por Hooper e L.M. Kit Carson. Produziram Golan, Globus, e Hooper, com produção executiva de Henry Holmes e James Jorgensen.

Houve outra ideia de Kim Henkel (roteirista do primeiro) e Hooper que contaria com uma cidade inteira de canibais, com trama semelhante ao filme Motel Diabólico de Kevin Connor, lançado em 1980.

O título dessa sequência seria Beyond The Valley Of The Texas Chainsaw Massacre - que traduzido, seria algo como Além do Vale do Massacre da Serra Elétrica - mas o estúdio pediu mudanças ​​no texto e por isso Kit Carson foi contratado.

A primeira ideia que Hooper e Carson apresentaram para Golan, foi aceita. O produtor concordou com a premissa depois de ouvir pouco, falou cerca de cinco falas e isso foi o suficiente.

A essa altura a ideia amadureceu para se tornar o que acabou sendo rodado.

A direção

A princípio, Tobe Hooper iria apenas produzir este, mas assumiu a função de diretor graças ao baixo orçamento do filme, que impedia a contratação de um outro realizador.

A escolha também favoreceu uma ideia do realizador, que nessa parte dois, resolveu se concentrar no elemento de comédia ácida, com elementos sombrios, mas ainda assim, bem-humorada.

Segundo entrevistas da época, Hooper idealizava que O Massacre de 1974 fosse também uma obra engraçada, mas todo o seu humor foi cortado na hora de filmar, restando um ou outro momento constrangedor, como a cena do jantar.

Sem sutilezas

Considerando que o primeiro filme tem uma reputação - imerecida - de ser extremamente sangrento, esta sequência dispensa essa noção e aumenta o conteúdo espalhafatoso, embora tenha mais violência ainda.

A foto da família presente nas propagandas, cartazes e capas de vídeos, segue o mesmo posicionamento da tomada de material promocional da comédia juvenil Clube dos Cinco, obra lançada um ano antes e que ficou bastante famosa.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

Essa escolha foi uma das diversas mostras de que o espírito entre as obras mudou, fato que fez com que muitos fãs não gostassem desse, devido à ênfase no humor sangrento tresloucado.

O diretor seguia argumentando que esse tipo humor também estava presente no clássico, mas que o público não reconheceu isso devido ao conteúdo visceral, cru e chocante da obra.

Questões entre estúdio e diretor

A Cannon estava preocupado com o atraso da produção e contratou Newt Arnold (que mais tarde, dirigiria O Grande Dragão Branco), para supervisionar as filmagens e garantir que as coisas fossem feitas mais rapidamente e com o menor orçamento possível.

Dados de estreia e detalhes técnicos

A estreia do longa ocorreu em 22 de agosto de 1986 nos Estados Unidos e Canadá.

Três dias depois chegou ao Japão. Na Dinamarca estreou em dezembro, enquanto na França passou em janeiro. Em fevereiro ele foi inaugurado na Itália.

No Brasil chegou em 17 de setembro de 1987 e em Portugal foi em fevereiro de 1989, no Fantasporto Film Festival.

O título original do longa era The Texas Chainsaw Massacre 2. No Brasil pode ser encontrado como O Massacre da Serra Elétrica 2 ou O Massacre da Serra Elétrica: Parte 2.

Na Argentina é Masacre en el infierno, enquanto na Itália é Non aprite quella porta - Parte 2, no México é Masacre en Texas 2, no Peru é Terror en Texas, na Espanha é La matanza de Texas 2, enquanto em Portugal é Massacre no Texas 2.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

Os locais de gravação e problemas de bastidores

As gravações ocorreram entre maio e julho de 1986, com locações no Texas. As cenas na Texas Battle Land foram no Prairie Dell, também rodaram cenas no 6th Street em Austin, que serviram de base para a KOKLA radio station.

A cena da ponte foi na Loop 150 em Bastrop, a batalha de carros foi no Aeroporto Boulevard e Montopolis Downtown Austin, enquanto a Cut-Rite Chain Saws foi gravada na Mean Eyed Cat Bar-1621 W. Fifth Street.

Certa noite um incêndio ocorreu no prédio do centro de Austin, onde grande parte do filme aconteceu. Quando os bombeiros chegaram, encontraram corpos e pensaram ter tropeçado no covil de um assassino psicopata.

Esse é um filme da Cannon Films e Golan-Globus Productions, com distribuição da Cannon Film Distributors nos Estados Unidos, da Pan-Canadian Film Distributors no Canadá.

No Brasil, foi distribuído pela Paris Filmes nos cinemas e chegou em Blu-Ray pela Obras-Primas do Cinema.

Quem Fez

Hopper fez alguns filmes B antes desse, como o primeiro O Massacre da Serra Elétrica, Devorado Vivo, Os Vampiros de Salem, Pague para Entrar, Reze para Sair além do seu maior sucesso, Poltergeist, junto a Steve Spielberg, também dirigiu episódios de Histórias Maravilhosas e depois, Mestres do Terror.

Carson escreveu A Força de Um Amor, Paris, Texas e Chinese Boxes. Depois fez A Carona e Perfume.

Goblus produziu muita coisa dentro do cinema de terror, como Esquizofrenia, Reveillon Maldito, Experiência Fatal, X-Ray: Massacre no Hospital, A Mansão da Meia-Noite. Foi produtor executivo Dez Minutos para Morrer, Golan fez todos esses juntos, e também foi produtor executivo em O Fantasma da Ópera com Robert Englund e A Máscara Da Morte Rubra.

Detalhes sobre o elenco:

Dennis Hopper atuou em Easy Rider: Sem Destino, um libelo do cinema marginal e underground, que ele também dirigiu. Em 1986 também atuou em Veludo Azul de David Lynch.

Depois esteve em obras trash, como Super Mario Bros e Waterworld: O Segredo das Águas. Ainda esteve em Amor à Queima Roupa e Velocidade Máxima.

Moseley é parceiro de Rob Zombie, esteve em A Casa dos 1000 Corpos, Rejeitados pelo Diabo e Os 3 Infernais, também esteve em A Noite dos Mortos Vivos de Tom Savini quatro anos após esse, também esteve em Repo A Ópera Genética.

É dito que ele ganhou o papel graças a um vídeo paródia, um curta-metragem intitulada chamado The Texas Chainsaw Manicure - não confundir com a paródia excelente de Michael Kallio, lançado em 2007 -onde fazia uma versão do O Mochileiro, que Edwin Neal interpretou nos anos 1970.

Esse curta chegou a um roteirista/escritor, que por sua vez, mostrou a Tobe Hooper.

O realizador adorou a iniciativa do ator e manteve Moseley em mente para um papel caso ele fizesse uma sequência. Quando chegou a hora de escalar os atores para sequência, ele foi contratado para o papel do irmão gêmeo do Mochileiro.

Moseley disse que Chop-Top é o seu papel favorito em toda a sua carreira.

Siedow atuou em poucos trabalhos, como em The Windsplitter, obra que Tobe Hooper atuava também. Ele foi o único membro do elenco que participou do filme original, além é claro de Lou Perryman, que faz L.G. nesse e trabalhou como assistente de câmera no filme original, mas não atuou no primeiro.

Além de O Massacre da Serra Elétrica, Siedow também fez Red Alert, Ligação Direta e Histórias Maravilhosas. Esse O Massacre da Serra Elétrica 2 foi o último filme do ator.

Caroline Williams é lembrada por estar em vários filmes B e de ação, além de ser sempre lembrada por sua grande beleza.

Entre as obras mais conhecidas do seu currículo estão Dias de Trovão, O Duende Assassino, Contracterd, Terror no Pântano 3 e nos recentes Renfield : Dando Sangue Pelo Chefe e Megalodon: The Frenzy. Ela fez uma cameo em O Massacre da Serra Elétrica 3, esteve em A Volta do Padrasto.

O esforço de Caroline

Na época da audição, Williams queria causar uma boa impressão, quando foi chamada ela foi até o final do corredor e correu gritando para dentro da sala, onde puxou Tobe Hooper e Kit Carson de seus assentos, usando as cadeiras para bloquear a porta antes de começar a cena.

Esse exercício de atuação foi encarado bem pela dupla, que teve ali a certeza que ela era talhada para o papel de Stretch.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

O interprete de Leatherface

Sobre o vilão "cara de couro" ou Leatherface, Gunnar Hansen foi chamado para reprisar o papel, mas afirmou ter recebido uma oferta financeiramente muito baixa.

O publicitário da unidade Scott Holton deu uma versão alternativa a essa história, alegando que Hansen vacilou sobre a oferta e o contrato foi rescindido. Holton também não acreditava que os espectadores soubessem quais eram os atores originais, excetuando claro os grandes fãs do gênero horror.

Foi escolhido então Bill Johnson que esteve também em A Violência do Futuro, em Confissões de um Matador, Loucos Paramédicos e Morto ao Chegar.

Dificuldades de distribuição:

O BBFC (British Board of Film Classification) notificou a Cannon no sentido de reduzir o conteúdo em 20 ou 25 minutos.

O filme foi reenviado diversas vezes até que em maio de 1987 a BBFC achou que deveriam haver mais cortes.

Desse modo, a Cannon desistiu do lançamento no Reino Unido. O longa permaneceu nos cofres da entidade até 2001, quando foi lançado "sem cortes", após a aposentadoria do diretor do grupo, James Ferman.

A peculiaridade do lançamento australiano e alemão

A Hoyts distribuiu 90% dos títulos de Cannon na Austrália e submeteu este para classificação em 1986, mas a obra foi considerada altamente ofensiva pelo conselho de classificação e o longa acabou sendo banido.

A distribuidora pensou em cortar o filme, mas as cenas e elementos que ofenderam a junta foram tantos que decidiu-se não divulgar a obra por completo no território da Inglaterra e demais países bretões.

A proibição permaneceu em vigor até que a MGM reenviou o filme quase 20 anos depois, só então acontecendo um lançamento oficial.

O lançamento na Alemanha Ocidental não foi possível porque o filme foi proibido antes do lançamento nos cinemas. A Turbine Medien adquiriu os direitos do filme em 2012 e começou a trabalhar para revogar o banimento. Demorou quatro anos até que o tribunal local de Berlin-Tiergarten finalmente suspendesse o banimento.

Questões com a classificação

Os produtores Golan e Globus sinalizaram que buscariam a classificação 'R' da administração de classificação da MPAA, a Motion Picture Association of America.

O longa então recebeu um certificado "X", o que levou o Cannon Group a anunciar ele como "sem classificação". Quando foi enfim exibido em Los Angeles, foi veiculado sem a categoria R, mesmo depois de vários cortes em cenas mais violentas.

Ou seja, a versão lançada nos cinemas americanos não foi a montagem que o diretor queria para a sua obra e ainda assim estava embargada de uma forma que atrapalhava bilheteria.

Em entrevista, Hooper disse que reduzir o filme para 90 a 100 minutos era uma grande prioridade para Cannon, mas não por conta da violência e sim graças ao fato de ter a possibilidade de mais exibições por dia.

Sendo mais curto, potencialmente ganharia mais dinheiro em bilheteria e arrecadação.

Narrativa

Antes do início do filme se indica o incidente de 1973, 13 anos antes.

Afirma-se também que o caso foi inteiramente negado por autoridades. Oficialmente não há nenhum registro da tragédia juridicamente falando.

Logo depois aparecem dois imbecis cortando a estrada. São eles Rick (Chris Douridas) o nerd que usa óculos amarelo personalizado e Buzz (Barry Kinyon). Os dois ouvem a rádio onde Vanita Brock, a Stretch de Caroline Williams, trabalha.

Enquanto transitam pelo asfalto a câmera registra bem o seu Mercedes-Benz 380 SL [R107] modelo de 1981. Os dois importunam motoristas, atiram em placas, desviam carros da estrada, causam muita confusão.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

Na rádio, L.G. McPeters - ou simplesmente LG (Perryman) - não consegue desviar os telefonemas dos dois importunadores. Ele trabalha com Stretch, faz a parte técnica e auxilia ela na transmissão.

Nesse ponto o personagem parece ser alguém incompetente, mas seria muito útil no final da trama, além de se mostrar como um bravo guerreiro nesse momento.

No outro lado da linha

Na estrada, ainda no lado oposto da linha, os jovens são atacados, com o carro dos vilões emparelhando junto a dupla de meninos. De dentro sai um homem grande, com uma espécie de máscara feia, estranha e pútrida.

Assim que leva um tiro, é revelado que ali estava Leatherface, que é assustador por si só e ainda segurava um cadáver, que momentos depois é revelado como o corpo do Caroneiro que Neal fez no filme de 1974.

Aqui o irmão ganha o nome de 'Nubbins' e mesmo morto, ele aparece em muitos materiais de divulgação, como na capa original.

Tom Morga: experiente ator, que foi Myers e Leatherface

Nessa cena, Leatherface é interpretado por Tom Morga, o dublê que dois anos depois, faria uma cena como Michael Myers em Halloween 4: O Retorno de Michael Myers, na cena da ambulância.

Curiosamente ele fez poucas cenas como ambos monstros do cenário do cinema slasher, sendo assim uma boa trívia do estudo que os Filmes de Matança propõem.

A batalha na estrada

Os carros são emparelhados e o brutamontes fica em cima do carro, se movendo de forma ritmada como se dançasse. Aparentemente, a ideia aqui é fazer referência a cena em que o vilão perseguiu Sally Hardesty, mas obviamente, sem o mesmo peso dramático do desfecho anterior.

Depois de levar um tiro dado por Rick em seu rosto, ele cai e revela na verdade ser Leatherface, carregando o corpo do irmão.

Nubbins está mumificado, conseguiu manter algum aspecto de preservação mesmo depois de mais de uma década. O seu aspecto é quase o de um zumbi de George A. Romero.

O carro da dupla é cortado pela motosserra gigante do vilão e enquanto o veiculo é fatiado tal qual um pão antes de ser preenchido por manteiga, do outro lado da linha Stretch e LG ouvem tudo, além de qualquer ouvinte que estivesse ligado no rádio, já que o programa está no ar.

O Massacre da Serra Elétrica 2 A continuação bufona conduzida por Tobe Hooper

Se "só" ouvindo a sensação é de medo e susto, o testemunho do que ocorre no visual é ainda pior, já que a cabeça de Buzz é cortada, mostrando sangue em um efeito muito bem empregado de Tom Savini.

Para todos os efeitos, Stretch e LG são também testemunhas do ataque de Leatherface aos dois, ainda que apenas em áudio.

O modelo da serra

A motosserra usada por Leatherface aqui é uma Craftsman 4300. Já a máqunia utilizada no primeiro filme aparece nesse também, supostamente.

Ela aparece, segundo os rumores, com a sua marca raspada, mas o exato momento onde está presente em tela segue um mistério.

Há quem defenda que ela aparece em uma vitrine de vidro, na loja especializada, mas não é certo isso.

A participação de Strech em outras mídias

Caroline Williams revelou ao Dread Central que considera que sua personagem Vanita 'Stretch' Brock reapareceu em outros dois filmes, apenas um deles parte da série Texas Chainsaw Massacre.

Ela aparece em um papel não creditado de repórter de TV em O Massacre da Serra Elétrica 3.

Segundo a atriz, o diretor Jeff Burr disse que queria manter a personagem viva. Apesar de não haver menção dela no roteiro, a participação da atriz como repórter poderia ser revisitada como outra aparição de Stretch.

No entanto, não houve outra participação de Caroline além dessas duas.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper
Strech nas duas partes do Massacre no Texas, ou quase isso.

Em 2013 ela esteve em Terror no Pântano 3, interpretando a repórter Amanda Palmer. Segundo a atriz, havia da parte do cineasta BJ McDonnell era que ela seria Stretch.

Segundo essa versão, assou o tempo, ela mudou de nome, se casou com um policial interpretado por Zach Galligan e se separou por ser uma mulher obcecada em perseguir lendas e mitos urbanos.

Williams também apareceu em Sharknado: Corra Para o 4º de 2016 como um personagem chamado "Stretch", mas ela não inclui esse momento como outra aparição de Vanita Brock no cinema.

Em Dez Minutos Para a Meia-Noite ela também faz uma radialista, mas não é associada a Strech, exceto claro na função que cumpre, já que é radialista.

Esse claramente foi um movimento em teor de homenagem.

A entrada de Lefty na trama

Depois dessa introdução, é mostrado um policial aposentado, o tenente Boude Lefty Enright de Dennis Hopper.

Aparentemente, ele é tio de vítimas do massacre antigo, da dupla de irmãos, embora em um primeiro momento, não fica claro se é parente dos Hardesty, mas é dado que sim, depois.

Aqui também se diz que o filme clássico se passou no sul do Texas, algo que é curioso já que não ficou claro onde exatamente ocorreu.

Um detetive local, interpretado por Kirk Sisco, sugere a sujeito que ele vá embora. Pede para ele retornar a Amarillo, até tenta dar uma carteirada nele, sem sucesso.

O encontro da radialista com o agente da lei

Lefty resolveu publicar tudo na imprensa e dessa forma, Stretch fica sabendo da obsessão do homem, indo atrás dele, pois imagina que possa ter a ver com a morte dos dois ouvintes.

O homem no entanto não aceita o auxílio dela.

Cores

Apesar de Hopper falar que o Massacre clássico tinha suas piadas e humor, é notório que a atmosfera aqui mudou bastante. De um lado havia sujeira e a crueza. Em um segundo momento, entram muitas cores gritantes, nos cenários e também nos figurinos.

Até o cozinheiro feito por Jim Siedow está diferente, ganhando prêmios de culinária, sendo louvado pela comunidade de Dallas. Aqui ele recebe um nome: Drayton Sawyer, ou seja, sua família é Sawyear, em atenção as serras que nomeiam o filme.

Ainda sobre motosserra

Lefty vai a uma loja especializada, comprar serras. Leva uma enorme, outras duas, para manejar em uma mão só, depois faz um número ridículo de teste, em um tronco na frente da casa de vendas.

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Lefty enfim aceita a ajuda da moça, mas de uma maneira "diferenciada", já que se vale dos esforços dela não para encontrar os bandidos e sim para publicitar o caso, exigindo que ela dê um jeito de tornar famosa as mortes do passado.

Como a família homicida segue matando há mais de dez anos e as autoridades não se preocupam com o caso, a ideia dele é constranger essas pessoas.

A família canibal

Enquanto isso, Drayton se enfurece ao perceber que o irmão foi pego. Depois e serem explanados, aparece um "novo" personagem, o psicodélico de visual hippie Robert, ou Chop-Topde Bill Moseley, que ao surgir pela primeira vez, está na rádio pedindo uma música.

Sua apresentação é espalhafatosa e agressiva, como alguém de modos obsessivos, cabelo claramente falso, dentes muito sujos.

As luzes de várias cores na rádio fazem com ele pareça ainda mais esquisito do que é. Ele usa uma maquiagem forte, um colete do exército, cheio de bótons.

Ele quer a fita de Lefty, pede para tocar de novo, quer uma cópia, mas é interrompido por seu irmão rotundo, que usa a serra.

Leatherface é chamado assim por seu fraterno, mas também é chamado de Bubba, eventualmente.

Quando Bubba ataca a radialista, a cabeça do irmão mais magro é acertada, dessa forma, a peruca de Sonny Bono é derrubada, exibindo assim a parte de ferro da cabeça dele, que é riscada pela lâmina a arma.

Humor x obviedade

A opção pela comédia é válida, já que o filme funciona bem como uma perversão do ideal do horror, mas um dos pontos negativos é que não existe nenhum fator surpresa nos ataques dos Sawyer.

É tudo muito óbvio e sem impacto emocional. Não se sente receio por nenhum dos personagens, mesmo que a maioria deles mate sem dó.

As mortes e a violência acabam soando gratuitas, acompanhadas de danças toscas.

Serra ou falo

O diferencial nesse momento certamente é a descoberta sexual tardia de Leatherface, que usa a serra para se aproximar sexualmente de Stretch.

No momento do ataque, a bela comunicadora está de pernas abertas, encharcada de refrigerantes (que ele sem querer abriu ao ligar a serra na geladeira que caiu) em uma posição de total submissão.

Ela poderia facilmente ter morrido ali.

Já Chop-Top parece mais ameaçador que Bubba, apesar de ter um discurso tranquilo e carregado de ternura.

É impossível não olhar para ele como um possível tarado e obviamente o espectador teme pela vida e pela integridade física de Stretch assim que ele entra em tela. Mesmo parecendo perigoso e voluntarioso - ele interage com o "casal" no momento de intimidade - ele é alguém subalterno, um despiste para a entrada do Sawyear corpulento.

Figurino do novo membro da família

Curiosamente Chop-Top se veste de um modo colorido e extravagante justamente para ser um contraponto a sua própria condição.

Ele é a ironia encarnada, um ex-soldado da guerra em território vietanimta mas que se traja como um riponga.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

Depois da entrada espalhafatosa de Leatherface, a protagonista grita, entrando em pânico. A passagem pela com subtexto sexual, não foi nem um pouco sútil.

Impotência?

Como a motosserra fica na altura da pélvis dele, há quem defenda que Bubba é impotente. Esse seria o motivo para ele utilizar uma máquina para substituir o seu membro.

Seria a arma uma substituta para a sua falta de pujança sexual.

Enquanto o vilão se aproxima, a moça tenta convence-lo a não atacar, o chama de bonzinho.

O sujeito lambe os beiços, ao encostar a lâmina parada perto da região sexual dela. A cena termina frustrante para ele e assustadora para ela, com urros e lamúrias que combinam com a melancolia de quem tenta e não alcança o gozo.

A direção de Hooper e o duelo entre pessoas insanas

Hooper dirige bem as cenas de confronto, não poupa espectadores ou personagens. Mesmo nos momentos em que faz piada consegue ser absolutamente grotesco.

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Também não há demora em explorar outros cenários. Esse segundo lugar é uma espécie de parque temático abandonado, que parece é uma representação de selva urbana, ou seja, fica bem evidente que após isso demonstra que, diferente do filme de 1974, esse é em um lugar menos isolado.

Em Texas Battle Land (o tal parque) há um esqueleto de uma espécie de parque abandonado, um lugar de entretenimento e diversão que está inativo. É nesse ponde onde a família Sawyear vive.

Stretch segue os bandidos, acaba encontrando Lefty, mas não sem levar um susto antes, acreditando que estava sendo perseguida por um dos vilões.

O design desse lugar é sensacional, vários locais que gritam perigo, parecem bizarro, com arcos em túneis, que se assemelham a costelas de animais gigantes.

Esse lugar pode ser encarado como uma savana metálica, feita de pedra, aço e ferro, a representação da vida selvagem em meio ao ambiente urbano.

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Os Sawyer são obviamente loucos, mas Enright não fica muito atrás.

Ele reza para alguma divindade não identificada, se arma de motosserras ao invés de focar em armas de tiros. Sua raiva parece motivar ele, faz querer ferir seus inimigos como eles fazem ou como ele acredita que eles fazem.

O parque de diversões é um lugar bizarro, em alguns pontos parece até ser irreal. O nonsense ganha materialização quando uma parede dali sangra e quando Dennis Hopper a chuta. Do furo saem muitos órgãos, entranhas e viscosidade.

Os Sawyears guardavam vítima em lugares obtusos, mesmo com tanto espaço vago. Não faz sentido algum ter restos mortais perto da estrada, fora a vontade de fazer piada.

Bubba fornecendo carne ao irmão

Depois de ter sido pega, Stretch enfim acorda e testemunha Leatherface retalhando carne humana, manufaturando insumos para que seu irmão premiado cozinhe.

Além de arrumar novas máscaras para ele, o vilão "decora" a moça, com a face de alguém morto, não fica claro se é para disfarçar ela dos irmãos ou se é para igualar os dois, a fim de tornar como um casal que combina roupa.

Bubba age tal qual a Criatura queria em Frankenstein e o Prometeu Moderno, já ele queria encontrar uma noiva para si.

Para causar ainda mais espécie no espectador e na menina, a pessoa com a face cortada está viva e quando desperta, mostra ser LG, que sobrevive bravamente e tenta ajudar a sua amiga.

Apesar dessa descrição, é bom ressaltar que essa parte não é tranquila, é na verdade nojenta e asquerosa, com um quase cenobita em uma época anterior a Hellraiser: Renascido do Inferno, se movimentando para tentar salvar a bela locutora.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

No esconderijo dos vilões, Lefty encontra um cadáver cadeirante, que ele diz ser Franklin, daí se conclui que, de fato, ele é tio de Sally e seu irmão, mesmo que nesse "encontro" não haja qualquer prova que aquele seja de fato o inválido gordinho do primeiro filme, até pela distância entre os filmes.

Se esse for de fato Franklin, os Sawyear precisaram se dar ao trabalho de levar um corpo específico e nada especial, para o outro lado do estado.

O fato dele de fato ser um Hardesty revela que a situação foi tão grave que o grupo familiar mudar o sobrenome para Enright.

Delírios de Lefty

Em algum ponto, Lefty chama Stretch de irmã, enquanto a incentiva a fugir. Isso pode ser um delírio apenas, dele enxergando nessa final girl a presença de Sally ou ele pode só estar sendo carinhoso com ela, tentando dar a ela uma motivação a mais.

Já é necessária uma grande suspensão de descrença para entender que a mesma família do primeiro filme, que estava falida e em uma casa paupérrima, 12 ou 13 anos depois teriam um parque de diversões em sua posse, um lugar enorme, onde poderiam guardar tudo, inclusive os corpos de gente que eles mataram há mais de uma década, em outro ponto do estado, não no sul, mas perto de Dallas.

A realidade é que não existe apego a cronologia, não é a intenção do realizador ou produtores, essa é tão somente uma versão mais colorida, neon e nonsense do primeiro.

Além disso, eles podem só ter tomado posse do lugar e é bem provável que isso tenha ocorrido.

Chop-Top e Drayton encontram Stretch e quando percebem que Leatherface tem interesse nela, fazem referência aos desejos sexuais dele, desdenham do brutamontes, ajudam a desmontar ele como figura amedrontadora para mostrar o sujeito como patético.

Se no primeiro ele usava máscaras femininas, aqui ele é alvo do deboche de todos. Há versões novas para os momentos clássicos, como a repetição da cena grotesca do jantar, inclusive com o vovô, que, segundo o cozinheiro, tem 127 anos (ou 137 na dublagem brasileira).

Dessa vez o idoso é feito por Ken Evert no lugar de John Dugan, a maquiagem faz mais sentido.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

Tom Savini afirmou que os efeitos que criou para o vovô são motivo de orgulho para ele, talvez o maior de sua carreira. O artista comparou à maquiagem do idoso Dustin Hoffman em O Pequeno Grande Homem de 1970.

Também se percebem vários elementos de cenários, no covil do clã, como um esqueleto pendurado no teto, montado em uma bomba e balançando um chapéu de cowboy sobre sua cabeça, que claramente é uma homenagem à cena final de Dr. Fantástico ou: Como aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba de Stanley Kubrick.

O discurso comprometido

Considerando que a família é formada por indivíduos insanos, os discursos de cada um deles parece ser confuso, portanto, difícil de levar a sério. Se Drayton fala a verdade, se essa é de fato o mesmo núcleo familiar do filme anterior, a automação do serviço de corte de gado ajuda a explicar o que ocorreu com eles.

A tecnologia teria tirado o seu ganha pão e por isso sua família inteira mudou, as gerações dos filhos dele morreram, podem ter servido na guerra e sobraram somente os netos. Chop-Top é a exceção, alguém da terceira geração, que serviu e não morreu.

No entanto o aprofundamento na relação do Clã Saw é interrompida pelo ex-policial. Cook até pergunta se ele veio a mando dos "maricas de Del-Mar", que podem ser parentes e/ou vítimas deles ou meros competidores dos certames culinários

Quando Lefty diz que é o senhor da colheita, ele pergunta se é do ramo de comida natural, ou seja, ele estava delirando, achando que a celeuma não se dá pelos assassinatos e sim graças as disputas de comida que ele participou.

Drayton tenta comprá-lo, mas o tenente está tomado de raiva e crueldade.

Passa por cima, fatia a carne do homem mais velho, fazendo-o sangrar pelo traseiro. O visual dos dois em cena faz perguntar se a ideia para o Xerife Hoyt, do remake O Massacre da Serra Elétrica não mira uma mistura amalgamada dos dois.

Uma mudança no roteiro original

Em um rascunho do roteiro original, Stretch seria a filha ilegítima de Lefty Enright. Essa seria outra possibilidade para explicar por que ele a chama de irmã, poderia ser uma versão alternativa a esse parentesco abandonado.

Sem a ciência desse momento excluído, fica a sensação que o sujeito está louco, mergulhou tão fundo na insanidade da situação que começou a achar que ele era Franklin e a menina era Sally Sardesty.

O destino de Sally

Um grande mistério é relacionado ao destino da final girl de 1974.

Como não há uma linha de menção à menina, é capaz intuir que nessa realidade ela fugiu do massacre, mas não voltou para casa.

Se voltou foi privada do convívio comum, sendo internada em um sanatório ou algo que o valha. Portanto, seja lá qual foi o seu fim, passou por um trauma, seja coletivo ou individual.

Mais uma vez, um jantar

Ainda ocorre um confronto de serras na mesa de jantar, em uma cena bagunçada e de compreensão difícil, onde o ex-ranger leva a melhor, enfiando sua motosserra maior no bucho do vilão.

Mesmo com todo o caos que acontece, com as duas brigas diferenciadas - a já citada e a de Stretch e Chop-Top - o irmão cozinheiro segue em seus delírios, falando sobre como pequenos comerciantes sempre se dão mal.

A crítica não é sem motivo, mas dita por quem a faz, só parece uma piada ruim, um chiste injustificado.

A personagem de Caroline Williams tenta achar a saída, subindo por uma escada, onde obviamente não encontraria qualquer fuga, afinal, as regras dos filmes de matança pregam isso, como bem dito em Pânico ou There's Nothing out There.

Acontece então uma luta pesada, que envolve a moça encontrando o corpo mumificado da vovó, no topo do parque.

Ali encontra uma serra, que usa para enfim acertar Robert Sawyer, que nesse trecho, aliás parece imortal, apanhava, caia, sofria ferimentos mas não parava, só hesitou quando a "heroína" violou o sagrado corpo da sua avó.

A motosserra que Stretch rouba no final era uma Poulan 361, a mesma que é a maior e que serve de adereço para Caroline Wiliams fazer seu último número de dança.

O Massacre da Serra Elétrica 2: A continuação bufona, mega colorida e escalafabética do clássico de Tobe Hooper

Um slasher com regras diferentes

Ao contrário da maioria dos filmes de terror, todas as vítimas que morrem são homens.

Hooper ajudou a inaugurar todo o gênero dos Filmes de Matança e slashers, mas perverte até as suas regras.

Além disso, todos os Sawyers acabam sendo serrados, Leatherface e Chop-Top são empalados nas entranhas, enquanto Drayton é esfaqueado nas costas como resultado de uma de uma briga com o parente de suas vítimas do primeiro filme.

Houveram várias cenas cortadas, inclusive uma em que a família Sawyer sai em busca de carne de primeira qualidade. Ela foi retirada para melhorar o ritmo, mas está presente no DVD da Edição Gruesome. A cena excluída apresentava vários efeitos especiais elaborados de Savini.

A trama termina sem deixar claro o que houve com Lefty, Leatherface, Cook e Chop-Top. Stretch então faz a sua dança para a câmera, que a flagra bela e suja, bailando no topo do estranho parque, enlouquecida e enraivecida, destruída mentalmente, tal qual se esperava, depois de todos esses acontecimentos.

Acaba então trazendo uma camada diferenciada para sua saga, exercendo o direito de rir dos clichês que ajudou a estabelecer, sendo assim cínico, irônico e sacana, sem nenhum pudor de ser dessa forma.

Como foi Hooper a fazer a primeira continuação, ele dita uma regra, de que não deveriam imitar o formato do primeiro, poderiam pegar os chavões, mas o modo documental e a sujeira crua é exclusividade do filme primordial, nem a sua refilmagem copia isso, mesmo sendo a obra mais elogiada da franquia, fora o primeiro.

O diretor tenta cuspir na indústria, mas não em seu legado, já que preserva a sua obra famosa em um lugar inatingível, fazendo uma sequência que em nada lembra o original, distanciando assim as outras sequências, para que não tivessem a pachorra de repetir o que ele fez em 74

O Massacre da Serra Elétrica 2 é como uma montanha russa de emoções, sendo a manifestação esnobe do realizador, provando que o cinema de franquias é um fracasso. Acerta no comentário, mas também dá uma boa mostra de como misturar comédia e terror, resultando em um clássico ainda subestimado.

Confira os outros filmes da franquia

1974- O Massacre da Serra Elétrica
1986- O Massacre da Serra Elétrica 2
2003- O Massacre da Serra Elétrica (remake)
2012- Butcher Boys

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