Critica: O Escritor Fantasma

A premiada filmografia de Roman Polanski é marcada por altos e baixos. Enquanto o filme ‘O Pianista’, seu ápice, que ganhou três Oscars e concorreu a outros quatro é denso e bem projetado, sua prisão no ano passado caiu de para-quedas e poluiu seu respeitado nome no meio cinematográfico.

Sobretudo, o seu mais recente trabalho, ‘O Escritor Fantasma’, que está a algumas semanas em exibição em poucas salas de exibição de Curitiba, comprova que o diretor é realmente uma das mentes mais interessantes da história do cinema. Com um roteiro consistente, a trama assinada pelo escritor Robert Harris (autor do livro de mesmo nome) em parceria com Polanski possui um clima tenso e envolve diversas impressões de acordo com o andar da produção.

Nos primeiros minutos, o espectador fica animado com a velocidade da história, que apresenta boas evoluídas. O ex-primeiro ministro da Inglaterra (vivido pelo ótimo Pierce Brosnan) contrata um escritor (Ewan McGregor) para terminar sua autobiografia, que teve seu primeiro desenvolvedor morto misteriosamente. Na metade do filme, o texto segura um pouco as pontas e deixa tudo bem explicado, abrindo ainda mais para o inesperado clímax, que é fechado apenas nos segundos finais.

A situação se desenrola de forma tão complexa, que o escritor fantasma passa a descobrir diversas informações do político que coloca a sua vida em perigo. A partir do meio, a sensação que paira é de dúvida e várias desconfianças, pois você fica um tanto quanto ansioso do que pode vir pela frente.

Outro destaque da fita fica por conta do estrelato do ator Ewan McGregor, sempre lembrado por sua triunfal atuação no fantástico ‘Moulin Rouge’, de 2001. McGregor mostra mais uma vez sua técnica de forma aceitável, mas acredito que ficou devendo nos momentos finais -  que não acompanha o desfecho brilhante. Comparado ao seu último trabalho - o polêmico ‘Anjos e Demônios’ de Dan Brown -, ele evolui por sua maior liberdade de criação desse personagem, mas fica claro que ele poderia ter explorado mais seu fundamental papel.

Com belos cenários e uma boa dose de suspense, Polanski fez um filme com um ritmo bem programado e um final arrebatador, mas deixa impressão que poderia ter feito um pouquinho a mais – talvez uma trilha-sonora mais viva resolvesse.  Mesmo preso, o diretor continua a nos mostrar sua capacidade em dirigir belas produções. Além da trama de ‘O Escritor Fantasma’ que já vale o ingresso, Roman é um exemplo de persistência e amor pela sétima arte que merece ser apreciado. Pense nisso.

O ESCRITOR FANTASMA

França / Reino Unido / Alemanha. 2010.

Estrelado por: Pierce Brosnan, Ewan McGregor, Olivia Williams, Tom Wilkinson e Kim Cattrall.

Dirigido por: Roman Polanski

NOTA: 8,0

CRÍTICA FEITA POR : Julio Boll

Criticando cinema.

2 comments

  1. zoritoler imol 11 março, 2025 at 13:04 Responder

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