Crítica: Vingadores: Guerra Infinita

A fase 1 da Marvel no cinema chega ao fim com um filme maravilhosamente épico

Pois, é. Chegou a hora. Dez anos e dezoito filmes depois, a primeira fase da Marvel no cinema chega ao fim. A preocupação de que algo pudesse dar errado existia. Afinal, era a junção de todos os heróis da editora que passaram na tela grande nesses últimos anos.

Eis que o filme começa... e, vem o impacto! Depois de recuperarmos o fôlego após os créditos finais de Vingadores: Guerra Infinita, já podemos suspirar aliviados: valeu a pena. Muito.

E, ninguém melhor pra encerrar esse ciclo da Casa das Ideias no cinema do que os irmãos Russo, responsáveis por dois dos melhores filmes da Marvel: Soldado Invernal e Guerra Civil. A escolha para comandar a terceira produção dos Vingadores foi, portanto, corretíssima.

Se ainda tem quem duvide, os 5 primeiros minutos de Guerra Infinita mostram muito bem que o nível, agora, é outro, e o porquê de Thanos ser, com justiça, o melhor vilão da Marvel.

Por sinal, a figura de Thanos apresentada no filme merece um destaque à parte. Primeiro, por conta da equipe técnica, que soube usar magistralmente o CGI (mais especificamente a captura de movimento), o que deu um ar bem crível ao personagem. Segundo, por conta do ótimo trabalho do ator Josh Brolin. Definitivamente, ele É o Thanos. E, por último, o roteiro, que desenvolve muito bem o vilão, dando camadas e motivações extras, que vão muito além de um simples “Eu vou dominar o mundo”.

Aproveitando a oportunidade, palmas para os roteiristas, que eles merecem. Precisamos lembrar que, aqui, estamos falando de um autêntico crossover no cinema, com muitos personagens envolvidos, o que poderia deixar o filme cansativo.

Acertadamente, o que temos aqui são núcleos separados, onde alguns dos heróis se encontram, formando pequenos grupos, e, no final, todos acabam tendo como objetivo em comum enfrentar Thanos. E, esses encontros são impagáveis, gerando algumas das melhores cenas do filme.

Fica até difícil escolher qual sub-trama é a melhor, a mais divertida ou simplesmente a mais bem trabalhada. Talvez, os dois principais núcleos que os fãs irão gostar sejam os que envolvem o Homem-Aranha, o Homem de Ferro e o Doutor Estranho, e o que promove uma inusitada e divertidíssima interação entre Thor e os Guardiões da Galáxia. Mesmo que, às vezes, alguns diálogos nesses núcleos se alonguem demais, ainda assim, são momentos memoráveis.

Em termos de ação, pra quem vibrou forte com a batalha no aeroporto em Guerra Civil, sinceramente, ainda não viu nada! Aqui, tudo é elevado à enésima potência, principalmente, quando a ação se transfere para Wakanda, onde temos uma sequência arrebatadora, que muito lembra as melhores cenas de batalhas em O Senhor dos Aneis. E, mesmo com tanta coisa acontecendo em tela, os efeitos visuais continuam espetacularmente convincentes.

Porém, o grande destaque da produção é “ele”. Sim, Thanos. Se no começo do filme, ele prova porque é uma ameaça em escala universal, a coisa se torna ainda mais complexa em seu encontro com Gamora, numa relação que chega a tomar ares shakespearianos.

É aí que entra a grande sacada do roteiro, “humanizando” o vilão, mostrando pequenas nuances em seu caráter, e até mesmo expressões faciais que denotam tristeza e angústia. Estamos diante de um personagem que, mesmo cometendo atos monstruosos, ainda consegue chorar.

Por sinal, uma determina sequência que envolve a Joia da Alma, é um dos momentos mais sublimes e angustiantes realizados neste tipo de filme, só comparável, em termos de dramaticidade, a algumas cenas de O Cavaleiro das Trevas, de Nolan.

Em se tratando de atuações, todos aqui, depois de tantos anos vivendo os mesmos personagens, já estão mais do que à vontade em seus respectivos papeis, entregando performances muito sólidas.

Quanto à direção, os irmãos Russo provam porque são os mais gabaritados para comandarem esse tipo de produção, imprimindo um ritmo ágil e dinâmico à narrativa, fazendo com que esqueçamos que Guerra Infinita tem quase duas horas e meia de duração.

Como ponto negativo, talvez, o roteiro pudesse ter sido mais econômico em alguns momentos, evitando uma pequena gordura aqui e outra acolá. Mas, nada tão ruim assim. São apenas arestas que poderiam ter melhorado algo que já estava ótimo.

E, quanto ao final do filme? Em uma só palavra: impactante. E, é só o que vocês precisam saber, no momento.

Têm cenas pós-créditos? Apenas uma, e que deixa margem para uma determinada heroína aí brilhar no futuro. Aguardem.

E, é isso.

Sensação de dever cumprido. Ciclo que se fecha. Hora dos Vingadores se recolhem temporariamente, e de nós voltarmos para casa satisfeitos por termos presenciado uma mega-saga no cinema em forma de um blockbuster robusto, épico e emocionante.

Redação

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