O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

O Homem do Saco é um filme de terror lançamento de 2024. Aposta da Lionsgate para o circuito de horror mainstream, a obra explora a temática do antigo clichê de um raptor de crianças conhecido como homem do saco, além de referenciar questões traumáticas do passado dos personagens, além de lidar com discussões pesadas sobre paternidade.

Dirigido por Colm McCarthy, o longa é lembrado por ser produzido pelos mesmos profissionais que trouxeram Sorria e Sorria 2 à ribalta, além de ser do mesmo estúdio que fez os recentes A Luz do Demônio e Os Estranhos Capítulo 1. O roteiro é escrito por John Hulme, a obra é protagonizada por Sam Claflin e Antonia Thomas.

A sinopse é simples, pauta sua história em uma sensação de paranoia, que tem raízes nos traumas de infância de sua protagonista. O homem que aparece no presente convive seu cotidiano adulto com os fantasmas de seu passado.

Esses "fantasmas" se manifestam em uma ameaça estranha e macabra, um tipo de monstro que parece ter uma certa intimidade com o pai da família que protagoniza a obra.

Atormentado, ele enfrenta seus medos antigos, que remontam a sua infância. Além dessa questão pontual, o filme também lida com uma história de paternidade mal compreendida, envolvendo pai e filho em uma situação onde um é medroso e outro super-protetor.

Como boa parte desse relacionamento afetivo se dá em uma época antiga e de poucas lembranças, há espaço para entender que aquela foi uma relação pesada, fato que coloca esse O Homem do Saco ao lado de Lobisomem de Leigh Whannell, que também foi lançado recentemente.

O longa tem produção de Marty Bowen, John Fischer, Wyck Godfrey e Isaac Klausner. Tem produção executiva do trio Chris Fenton, Kelley Sims e Christopher Woodrow.

Estreia em festivais e pelo mundo

O filme passou primeiro na FrightFest, um festival do Reino Unido, em 23 de agosto de 2024. Depois chegou aos Emirados Árabes Unidos em 26 de setembro de 2024, também no Kuwait e Ucrânia na mesma data. No dia seguinte, estrou na Espanha e Estados Unidos da América.

A obra estreou em Portugal no dia 21 de novembro de 2024 enquanto no Brasil chegou em 30 de janeiro de 2025.

O título original é Bagman, já na Argentina, Chile e Peru era conhecido como Bagman: El espíritu del mal, no México era Bagman: Espíritu Del Mal, na Espanha é conhecido como El hombre del saco. Na Turquia é Karabasan.

O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

Os estúdios por trás da obra são a Temple Hill Entertainment e Media Capital Technologies, com distribuição da Lionsgate nos EUA e pela Paris Filmes no Brasil.

Esse é o primeiro filme de terror PG-13 a apresentar o logotipo Lionsgate Red Gears desde Possessão, de 2012.

Quem Fez:

Colm McCarthy é um diretor e produtor britânico, conhecido por Outcast Melanie: A Última Esperança. Teve participação em séries como Sherlock, Peaky Blinders, Black Mirror, Krypton e O Filho Bastardo do Diabo. Foi produtor executivo em Curfew, Lesson 7 e O Filho Bastardo do Diabo.

Hulme escreveu Blood, Sweat & Tears: A Basketball Exorcism e o curta Blacked Out, tendo dirigido esse último. Produziu e dirigiu Unknown Soldier: Searching for a Father.

Marty Bowen produziu Cidades de Papel, Tio Drew, Maze Runner: Prova de Fogo, Power Ranges, Maze Runnner: A Cura Mortal, O Primeiro Homem, Fantasma e CIA e Sorria 2, foi produtor executivo em Revenge e Mr. Mercedes.

Klausner produziu Com Amor, Simon, Sorria, Fantasma e CIA, Sorria 2, produtor executivo em A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel, produtor associado em A Saga Crepúsculo: Eclipse.

Godfrey produziu Com Amor, Simon, O Ódio que Você Semeia, Sorria, Sorria 2, produtor executivo em Mr. Mercedes e Babilônia.

Fischer produziu Fantasma e CIA, foi produtor executivo em Tio Drew e coprodutor em O Ódio que Você Semeia.

Desambiguação

Por conta do nome original – Bagman – é bom explicar que esse não tem qualquer ligação com Profissão de Risco (Bagman) de 2020, também não tem ligação com a série The Bag Man, que foi ao ar 2019.

Ainda nesse quesito, na Espanha foi intitulado El hombre del saco (Bagman) com o nome em inglês entre parênteses, a fim de evitar confusão com El hombre del saco, de 2023, um filme de terror espanhol sobre o bicho-papão "local", que também era chamado de Bagman

A criatura era um sequestrador de crianças que usava uma grande sacola para colocá-las dentro, tirando as crianças de seus quartos para desaparecer com elas.

Semelhanças com o flautista

Há algumas similaridades entre o personagem Bagman e o Flautista de Hamelin, uma lenda da Baixa Saxônia, Alemanha também conhecido como Pan Piper ou o Caçador de Ratos de Hamelin.

Esse é um conto folclórico, reescrito pelos Irmãos Grimm, que narra um desastre incomum acontecido na cidade de Hamelin, na Alemanha em 1284.

Na trama, a cidade de Hamelin estava sofrendo com uma infestação de ratos. Chega à cidade um homem que afirma ser um "caçador de ratos" dizendo ter a solução para o problema.

Os cidadãos prometeram-lhe um bom pagamento em troca dos ratos, uma moeda para cada cabeça de animal morto. O homem aceitou o acordo, pegou uma flauta, hipnotizou as pragas, afogando elas no rio Weser.

Como ele não apresentou as cabeças, a cidade se recusou a pagar os seus serviços, então ele retornou semanas depois, aproveitou que os adultos estavam ausentes, todos no mesmo lugar - uma igreja local - tocou a flauta para hipnotizar as crianças, a fim de levar elas para uma caverna.

Desse modo, Hemelin não possuiu, por muitos anos, nem ratos e nem crianças, claro, segundo a lenda.

Já o Homem do Saco era uma anedota contada para assustar crianças. Caso elas se comportassem mal, um homem viria e as levaria à força, elas seriam colocadas em uma bolsa ou saco e seriam levadas para sabe-se lá onde.

Narrativa

A trama começa misteriosa, embalada pela música de Timothy Williams. Em cena, pai e filho brincam em um campo de baseball. São eles Jake, de Peter McDonald e Patrick, feito aqui por Matthew Stagg.

Os dois conversam e o pai tira do menino um brinquedo, que o menino carregava desde muito novo.

Era um coelho de pelúcia, que foi substituído por um pequeno objeto, uma lâmina com cabo de madeira, algo que parecia uma faca ou canivete, mas que era um objeto de proteção, possivelmente sagrado.

Dicotomia entre a tristeza real e a melancolia dos pesadelos

O Homem do Saco é um filme que lida muito com percepções sensoriais e com estágios de sono e sonho, além de lidar com questões internas da mente de Patrick, que é mostrado criança nesse epílogo e adulto depois

O que fica claro nesse ponto é que ele passou a ter pesadelos intensos, que só pioraram com o tempo, mas fica evidente que houveram grandes perdas para ele. Talvez ele tenha perdido sua mãe de maneira trágica.

Como no momento posterior seu pai não aparece, fica implícito que ele também perdeu o parente, mas isso será descortinado mais à frente no texto.

A proteção paterna

A ideia do pai era isolar o brinquedo dele, para que o filho possa gerar uma auto defesa de fato, se livrando de um objeto que sugeria segurança, para que ele aprendesse a compreender que a segurança dele reside em pessoas e sentimentos, não em objetos ou avatares do passado.

O chefe da família quer que esse momento seja algo transformador, como um rito de passagem, uma mostra de superação pessoal. Fala isso com a noite caindo, justamente quando chega a escuridão, o estágio do breu, justamente o que assusta Patrick.

Assim que ele guarda a pelúcia, as luzes da estrada apagam, de maneira misteriosa e assustadora e o rapaz encontra o pai caído, como a isca para uma armadilha, em um momento tão estranho e pitoresco, que mais parece uma fantasia do que realidade.

Outro tempo, outra família

Não demora até que apareça um outro grupo de pessoas, que tem em comum, Patrick.

Dessa vez o personagem é vivido por Sam Claflin, ele está com sua esposa Karina (Antonia Thomas) e Jake (Caréll Vincent Rhoden) o filho do casal, que carrega o nome do avô.

Diagnóstico inconclusivo do protagonista

Patrick - ou Pat - claramente está descontente e desanimado, parece ser alguém com muitos problemas de cabeça e moral, mas é difícil identificar exatamente o que ele sofre.

Pode ser alguma neurodivergência de diagnóstico incomum e raro, pode ser depressão ou ele pode ser "apenas" uma pessoa traumatizada.

Fica claro, desde os primeiros momentos, que ele teve algum acompanhamento médico, algum tratamento com profissional de cuidado mental.

Fato é que o filme aproveita isso para mirar o chavão do pós-horror, de explorar personagens com traumas como epicentro de seu drama, de forma semelhante até a diversos filmes de franquia recente, como foi na trilogia Halloween, Halloween Kills e Halloween Ends de David Gordon Green, Exorcista O Devoto e Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface.

 O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

A sensação de inadequação e estranheza piora após Patrick ver algo estranho no mato, à noite.

Não era nada demais, era apenas um bicho, um gambá provavelmente, mas foi o suficiente para expor o sujeito.

Os episódios estranhos com Jake

Em um dia claro, na floresta, Karina está com Jake, enquanto o menino toca flauta, em uma clara referência ao conto do caçador de ratos. Ela não consegue se concentrar no trabalho.

Depois de pedir silêncio o menino observa alguém na mata, alguém que parece uma outra criança, mas é na verdade uma entidade brincalhona.

O roteiro brinca com a expectativa de algum mal cair sobre a criança, mas corta para um susto falso. Até certo ponto se pensa que talvez o terror dessa obra tenha a ver com uma criança fugindo para dentro de uma grande árvore, restando assim um doppelganger seu, um duplo do menino, em uma trama que lembra um pouco O Bosque Maldito, de Lee Cronin ou Nós, de Jordan Peele.

A tentativa de "recomposição" do pai

Patrick volta para casa, conversa com a esposa e tenta equilibrar seus pensamentos, sem preocupar ainda mais sua amada.

Dali para frente, todo o seu esforço era para mostrar para si mesmo que poderia ser seguro e correto. Dessa forma, conseguiria ser seguro também para o filho e mulher.

Já Karina é uma pessoa comum, uma adulta funcional, que passa por preocupações mundanas.

Ela tem frustrações acadêmicas e econômicas, também se sente sobrecarregada profissionalmente, sua família está cheia de dívidas e Patrick parece não conseguir trabalhar, para ajudar na casa.

Por estar sempre ocupada, se sente um pouco culpada, ao ver o filho conversando com alguém misterioso, chamado Dolly, mas também sente alívio, já que o menino fica tocando uma flauta de som agudo, muito chata, que causa incômodo toda vez que é tocada - e ela é repetida, umas cinco ou seis vezes no longa-metragem.

O amigo imaginário

Nesse ponto não há qualquer peso espiritual ou algo que o valha, é só por conta dela não conseguir ter tempo de falar com seu filho.

Como ele não tem contato com gente real, procura na fantasia alguém para dialogar. Essas questões são tratadas de forma sútil e bastante madura, considerando que esse é um filme de orçamento baixo, que mira ser uma exploração semelhante ao que a Blumhouse normalmente faz, surpreende a qualidade dessa parte da trama.

Também ajuda o fato de que Thomas atua bem.

A atriz é conhecida por papéis fixos em séries como Misfits e The Good Doctor. Aqui ela é exigida e consegue ir muito bem.

 O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

Em determinado momento da trama, houve uma invasão domiciliar. 

Pat sai apavorado, acredita ter ouvido um barulho estridente, tão grande que parece uma motosserra. Depois é mostrado o que era, sequer havia motor na equação.

Depois desse episódio, são envolvidas as autoridades locais, como o delegado local, Isaac (William Hope) e seu auxiliar, o guarda Joe Rawls (Neil Linpow). A dupla é compreensiva, especialmente Isaac, que era próximo do pai de Patrick.

Já Joe acha que pode ter sido brinquedos jogados contra a janela de Jake, por uma criança ou alguém muito pequeno.

Um duplo ou o componente sobrenatural

Em algum ponto, fica a impressão de que Patrick poderia ser um duplo, tal qual um personagem do filme Nós.

Isso se amplifica quando a sua versão infantil tenta se comunicar com ele.

Seria essa visão um amigo imaginário dele quando pequeno? Seria uma entidade malvada ou boa? Seria uma manifestação do monstro que é chamado popularmente de Homem do Saco ou Bagman?

São questões levantadas, que podem ou não ser respondidas, já que boa parte da trama tem respostas em aberto.

Fenômenos paranormais e o mistério em torno da criatura

A paranoia piora depois que a casa tem as suas portas fechadas repentinamente. O longa traz uma série de sustos ligados a Jake. O tema da paternidade insegura perde para efeitos de poltergeist, mas sem trazer uma reflexão mínima para o caso.

Filmes mais comerciais, como Terror em Amityville, Poltergeist: O Fenômeno ou Sobrenatural.

McCarthy brinca com a expectativa em torno da sua criatura.

Em alguns momentos, parece ser um monstro de mãos grandes, como um lobisomem. O receio de que esse ser de fato está por perto, faz com que a família ponha um sistema de segurança, chamado Promethian.

Depois de sonhar consigo criança, Patrick acaba achando um boneco de madeira, com uma roupa igual a que usava na infância, depois se tranca no lado de fora e vê alguém dentro da casa.

O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

Logo depois, o monstro enfim encara os personagens, mas o aspecto cinza e enevoado da noite inebria a percepção de quem ou o que é aquilo, piorando a sensação do coração de Pat.

Em determinado ponto, o irmão de Patrick, Liam (Steven Cree) recomenda que ele procure a sua psiquiatra, fala também para que ele não volte ao lugar estranho pelo qual os dois passaram.

Também fala que a mãe deles era mestre em achar coisas perdidas.

Curiosamente, Liam tinha uma versão infantil, interpretada por Jordan Gubian, mas seu personagem é bastante nulo, sem grande importância, sendo suprimido inclusive do início, que é, basicamente, a parte mais legal do filme inteiro.

Os sonhos

Patrick sonha que Jake estava com Karina e que foi pego por uma espécie de anão ou duende, de dentes podres e bolsa enorme, com grande feiche.

A psiquiatra Barbara (Sharon D. Clarke) vira um artifício de explanação e explicação. Ela teve contato com Liam e Patrick quando crianças, conhecia os pais dos dois.

Seu papel expositivo inclui também a explicação das lendas do Bagman, homem do saco, Sacman. Ela associa essa questão ao trauma do passado dele.

A doutora conversa sobre a lenda e mitologia do Homem do Saco e diz que o Jake Sr. usava essa lenda, para assustar a versão menina de Pat.

A questão espiritual

Bagman usa os objetos queridos pelas crianças para capturar elas, coloca elas em um saco, mas mantém elas vivas, para se alimentar de seus medos e tristezas.

Quando elas finalmente têm toda a energia negativa sugada, são enfim mortas. Ou seja, tem semelhanças com diversas entidades comuns e genéricas.

Para um ser milenar, que teoricamente está em todas as culturas antigas, esse é generalista demais.

O impasse e a "justiça" familiar

Eles chegam a um impasse, já que o pai teme estar caindo em um pensamento insano, já sua mulher tenta ser compreensiva, mas sem descuidar de Jake. Os dois estão sempre alertas quanto a ele.

Patrick tenta ser um bom pai, enquanto o seu próprio não conseguiu, ao menos não conseguia aos seus olhos, já que a proposta do roteiro é descontruir essa ideia de família disfuncional, para algo realmente terno, super protetor e bizarro.

Na cidade, a tia Anna Logan (Adelle Leonce) fica com Jake, arruma reservas e jantares caros para a irmã e cunhado, mas o casal McKee não consegue se concentrar nisso.

Em algum ponto, o filme dá um grande destaque ao pequeno canivete que Patrick carregava, ele simplesmente quebrou, deixando Patrick com a sensação de que ele morreria.

O espectro do trauma

A presença do sujeito, do tal Bagman, parece existir de fato, mesmo depois de anos de ausência. O fato dos McKee estarem naquele cenário onde Patrick cresceu, aumenta essa sensação de maldição.

Anna também tem ilusões (ou seriam sustos?) vendo a babá eletrônica, a entidade brinca com gravações de vídeo, destrava luzes não só no interior, mas também na cidade.

Pratica traquinagens, faz parecer que é um espírito bufão e infantil, tal qual a entidade folclórica do Saci Pererê brasileiro ou a entidade afro-brasileira Erê.

Momentos finais

Aqui falaremos das curvas finais. Portanto, haverá spoilers. O aviso está dado.

 O Homem do Saco: Uma nova versão da lenda urbana famosa do sujeito que raptava crianças

Anna tem um encontro com Patrick, depois dele encarar o Homem do Saco. O seu marido tem o rosto paralisado, como se tivesse um derrame.

O homem do saco ri para Pat, parece querer causar raiva e espécie. É debochado e filho da puta e parece ter algo pessoal contra o sujeito.

O tal barulho de serra, de momentos antes, é mostrado na verdade como o fecho da bolsa, onde ele guarda suas vítimas.

Outros momentos pequenos, são tratados como um recurso narrativo importante, tal qual o som da flauta chata, que Jake toca. Ela deveria ter algum simbolismo, poderia ser um recurso para derrotar o monstro, mas não.

O lugar onde ele reside é um covil bizarro, cheio de velas espalhada e terra, tal qual o esconderijo de Pennywise, de It: A Coisa. Os bonecos de madeira não substituem as crianças, não é um filme de duplo, elas são apenas iscas, para ludibriar o verdadeiro alvo, que é Jake.

As regras

O roteiro estabelece algumas regras, como o roubo de uma mecha de cabelo, que é algo íntimo e que carrega o material genético da vida.

Também fica claro que sem o "totem", o canivete de madeira, houve uma brecha, que eles aproveitaram.

O que pesa contra o filme é o fato de que Patrick é um personagem óbvio, mal construído, totalmente isento de carisma.

Não se estabelece uma conexão com o personagem, ao contrário, ele tem muito tempo de tela, mas seus feitos são nulos. Enquanto ele e a família acumula dívidas, ele é visto talhando madeira, tentando reconstruir o objeto que seu pai lhe deu um dia, para dar de herança para o filho.

Quando o filme precisava ser expositivo, quando precisava abrir mão de sutilezas, ele não o faz, portanto, tudo fica chato, confuso e monótono, tal qual o seu personagem central.

Solução final

Patrick tenta fazer outros objetos de madeira, no estilo canivete, para proteger Jake e também para tentar contra-atacar Bagman, mas essa última alternativa obviamente dá errado, é uma solução que esbarra na inteligência do monstro, que precisaria ser muito burro, ao ponto de mostrar sua fraqueza mortal, provavelmente só estava brincando com sua presa.

No final Karina e Jake saem da casa, ela não quer ficar lá sem o marido, por isso se retira.

A mãe - e agora, chefe dde família - se tornou uma pessoa crédula. Os dois pais, Jake Sr. e Patrick se sacrificam, para o bem-estar de seus herdeiros.

Talvez Karina tenha receio de que seu filho acabe tendo o mesmo destino dos dois outros homens da família, por isso, busca se isolar, fugir da localidade.

O Homem do Saco consegue ser assustador em alguns pontos, tem um monstro de visual legal e tem atuações que variam entre o bom e o mediano. Mesmo assim, não consegue ultrapassar a faixa de mediocridade, já que é muito preso as fórmulas atuais, não conseguindo propor muito para além do usual.

1 comment

  1. zoritoler imol 11 março, 2025 at 11:28 Responder

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