Os Vampiros de Salém : A versão de Salem's Lot de Tobe Hooper

Os Vampiros de Salém foi uma das primeiras adaptações de livros de Stephen King. Minissérie televisiva lançada em 1979, é lembrada por ser conduzida pelo mestre do horror Tobe Hooper.

Essa é a segunda obra de King que chegou ao formato do audiovisual, curiosamente no também segundo livro do escritor, embora difira em muitas áreas do romance o escritor a aprovou na época.

A história trata de um jovem escritor, que decide retornar à sua cidade natal, Jerusalem’s Lot no Maine, apelidada de Salem's Lot.

Lá estranhos acontecimentos ocorrem, deixando ele curioso e assustado, de uma forma tão única que faz ele pensar em ficar por ali, para se inspirar a escrever um novo livro.

A medida que passa os dias em Salém, o escritor Ben Mears faz algumas investigações, descobre ligações entre os acontecimentos e a velha mansão Marsten onde existe um terrível segredo.

O mapa Jerusalem's Lot lembra bastante o mapa real de Nova Orleans e a cidade ficítica foi referenciada no romance Doutor Sono, a continuação de O Iluminado, que aliás, também faz menção a Sidewinder, a cidade onde o hotel Overlook se localiza.

A obra foi escrita por Paul Monash e foi produzida por Richard Kobritz, com produção executiva de Stirling Silliphant. Anna Cottle foi a produtora associada. Foram apenas dois episódios e algum tempo depois, o material foi editado como um longa-metragem, de pouco menos de duas horas de duração, por conta disso há muita gente que confunde esse programa com um filme.

Como o livro original é extenso e trata da história de uma cidade fictícia, originalmente, se pensou em lançar uma minissérie mais longa, com seis episódios. Isso não ocorreu, se decidiu diminuir o tempo de tela e papéis importantes foram empalidecidos, especialmente a participação do padre Donald Callahan, que aqui, quase não tem tempo de tela.

Embora a questão dos vampiros seja um segredo na trama, essa "surpresa" jamais foi guardada no Brasil, já que esse spoiler aparece no título do livro, A Hora do Vampiro.

Essa é uma produção estadunidense, a intenção original era que a Warner Brothers transformasse o best-seller em um longa-metragem. A primeira tentativa foi feita pelos roteiristas Stirling Silliphant (O Destino de Poseidon e Inferno na Torre), Robert Getchell (Alice Não Mora Mais Aqui e Mamãezinha Querida) e Larry Cohen, de Nasce um Monstro e A Coisa.

Nesse ponto, tentaram traduzir o material bruto em duas horas de duração, mas nenhum deles conseguiu capturar a ideia central do romance dessa forma. O escritor Robert Bloch do livro Psicose deveria escrever um rascunho, mas não teve sucesso. O projeto então foi entregue à Warner Brothers Television, onde o produtor Richard Kobritz sentiu que funcionaria melhor como uma minissérie de TV. Acabou sendo distribuído pela CBS nos Estados Unidos.

Esta foi a primeira minissérie de televisão baseada nos escritos do autor e essa mesma história seria readaptada em Mansão Marsten, de Rob Lowe no ano de 2004.

Alguns anos depois dessa minissérie de Hooper, houve uma sequência, Vampiros de Salém: O Retorno de Larry Cohen, que chegou aos cinemas em 1987, fora obviamente a nova versão, A Hora do Vampiro de Gary Dauberman.

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Kobritz foi quem descartou o rascunho de Larry Cohen por achar ele ruim. Escolheu Paul Monash para escrever o script. Depois disso, Cohen até tentou apelar para receber algum crédito de redação, mas teve o pedido rejeitado.

A inspiração para a história veio de uma leitura que King fez, em uma aula de inglês. Ele leu Drácula e ficou curioso sobre o que aconteceria se os vampiros viessem para uma cidade pequena dos Estados Unidos.

O seriado estreou nos Estados Unidos em 17 de novembro de 1979, em vídeo. No México, foi lançado nos cinemas em 1980.

O título original é em atenção ao nome da cidade, Salem's Lot, mas também pode ser encontrado como Salem's Lot: The Miniseries ou Blood Thirst como foi chamado em vídeo.

A versão em “filme” foi chamada na Tv a cabo Salem's Lot: The Movie. Na Argentina é Las brujas de Salem: La película, já no Brasil também foi A Mansão Marsten, Os Vampiros de Salem e A Hora do Vampiro.

No Chile é La noche del vampiro, na Colômbia é Pueblo maldito, na República Tcheca é Prokletí Salemu, enquanto na Itália é Le notti di Salem, na Espanha é El misterio de Salem's Lot e em Portugal tem o sugestivo nome A Purificação de Salém.

As filmagens ocorreram entre julho e agosto de 1979. Embora a história se passe no Maine, foi filmada inteiramente na Califórnia, em Ferndale. Tiveram gravações em 850 Bluff Street, que serviu como base para a mansão Marsten, em 248 Francis Street, 207 Francis Street, Ferndale Cemetery, Ferndale High School, Stage 12, Warner Brothers Burbank Studios e Stage 9, ambos em Burbank,

O exterior da Casa Marsten era na verdade uma fachada em grande escala construída sobre uma casa menor pré-existente no topo de uma colina.

No total, a fachada custou à produção cerca de US$ 100.000 para ser construída. Em 1979, com esse valor poderia ter sido feita uma casa inteira, do zero, incluindo os interiores. As partes internas da mansão custaram à produção US$ 70.000 para serem construídos.

Os Vampiros de Salém : A versão de Salem's Lot de Tobe Hooper

Quando a produção estava a cargo de John Calley, se pensava em Peter Weir para dirigir o "filme".

George A. Romero também foi cogitado para fazer uma versão em longa-metragem, mas após os anúncios de Drácula de John Badham e Nosferatu: O Vampiro da Noite de Werner Herzog, a Warner decidiu abortar a ideia de lançamento para o cinema e por isso, Romero desistiu, sentindo que não seria capaz de fazer o filme da maneira que queria com as restrições das redes de televisão.

Considerando rumo do "remake" de Gary Dauberman, que era para sair nos cinemas e chegou direto ao streaming, é curioso como mesmo com tantas versões, não haja um lançamento para o cinema, exceto a sequência desse, de 1987.

Kobritz escolheu Tobe Hooper como diretor após assistir O Massacre da Serra Elétrica.

Depois que a minissérie foi ao ar na CBS, obtendo excelentes avaliações, falou-se em continuá-la como uma série regular de televisão por um tempo. A ideia de fazer de Salem's Lot um programa de TV nunca se concretizou.

A produção foi filmada com diversas cenas alternativas, feitas com o intuito de produzir um corte mais curto que fosse exibido nos cinemas europeus, algumas cenas foram refeitas para tornar a versão cinematográfica mais sangrenta e na Espanha, também foi chamado de Phantasma II, como se fosse uma sequência de Fantasma de Don Coscarelli, embora os dois filmes nada tenham em comum.

Hooper é famoso obviamente por O Massacre da Serra Elétrica, mas também fez filmes B elogiados, como Devorado Vivo e Pague Para Entrar, Reze Para Sair. Depois faria Poltergeist: O Fenômeno, Força Sinistra e O Massacre da Serra Elétrica 2.

Monash já havia trabalhado na adaptação de Carrie, a Estranha de Brian De Palma, sendo produtor do mesmo. Trabalhou em Contra a Lei, As Duas Faces de Caim, na série Premiere, Adeus à Inocência e Os Amigos de Eddie Coyle, suas obras mais lembradas são roteiros para V: Os Extraterrestres no Planeta Terra e o telefilme Stalin.

Richard Kobritz produziu Christine, o Carro Assassino de John Carpenter, Missão Alien, o telefilme Instinto Fatal, foi produtor executivo de Alguém me Vigia e Um Frio Corpo sem Alma, de Wes Craven.

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Respectivamente Tobe Hooper, Richard Kobritz e John Carpenter nos bastidores da minissérie

O romance original estabeleceu motivos que Stephen King usaria em seus romances subsequentes. Acontece em uma pequena cidade no Maine - muitas histórias posteriores aconteceram em locais assim, como Derry ou Castle Rock - apresenta um elenco de personagens muito extenso, o personagem principal é um escritor e outro personagem importante é professor, funções que o próprio King também ocupou.

Além disso, o livro tem conexões com sua série de fantasia Torre Negra, com aparições do Padre Donald Callahan aparece nos livros posteriores da série.

Antes do início das filmagens, foi decidido focar mais em dramas humanos e menos em violência e sangue. A trama inicia na Guatemala, em Ximica, mostra dos personagens, que são tão visualmente parecidos que faz o espectador pensar que são pai e filho.

Na verdade, eles são Ben, personagem que foi interpretado por David Soul e o jovem Mark, de Lance Kerwin.

A conversa deles é curta, porém tensa. Afirmam terem sido encontrados, enquanto olham um recipiente azul claro, da onde sai um brilho. Mais tarde fica claro que esse é um item mágico, que identifica a aproximação de seres das trevas, além de produzir uma luz azul bacana.

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Essa parte que se passa na Guatemala foi filmada na Missão San Xavier em Tucson, Arizona. A cidade fictícia se chama Ximico provavelmente para fazer um quase anagrama com a palavra México, que foi o lugar no romance onde os dois se esconderam.

Há uma abertura bem legal, depois dela mostra o exterior de uma casa, enquanto o tempo passa em dias e noites. A fonte dos créditos foi inspirada na fonte semelhante de Amor, Sublime Amor, enquanto as transições de crédito foram referências aos créditos de abertura de James S. Pollak para Os Pássaros.

O dia começa com um amanhecer ao som da música contagiante de Harry Sukman, que era compositor de Alguém me Vigia. A trilha sonora foi marcada por ser a última do profissional, além de ser indicada ao Emmy.

Em 2013 a Intrada Records lançou um conjunto de CDs com a trilha sonora completa do filme, com pistas alternativas para a versão editada do filme que foram regravadas em estéreo.

Ben Mears vê um homem sair da grande casa, esse é Richard K. Straker, interpretado pelo veterano James Mason (de Nasce Uma Estrela, Intriga Internacional, Lolita e O Pirata da Barba Amarela). Ele é um funcionário do sr Barlow, o homem que ficará na casa futuramente. Fala em nome dele.

Sobre o papel, é sabido que Mason adorou fazer o filme e aproveitou bastante a chance de interpretar um servo do mal. Declaro que se divertiu muito e disse ter adorado o roteiro, o que foi uma tremenda sorte, pois ele foi a primeira escolha de Kobritz para o papel de Sr. Straker.

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Já sabendo da virada temática, é possível comparar Straker e uma espécie de amálgama entre Jonathan Harker e Reinfeld no romance Drácula de Bram Stoker, já que trabalha para o misterioso personagem vilão, servindo aos desejos dele de maneira quase cega, tal qual fazia o segundo personagem citado junto ao Conde Drácula da Transilvânia.

Na placa diz que a população de Salem's Lot é de 2013 pessoas, elevação ou altura de 289.

A casa dos Marsten está vazia há 20 anos. Mr. Larry Crockett (Fred Willard) e Bonny Sawyer (Julie Cobb) conversam sobre a localidade, dando assim a caracterização de que todos na cidade comentam a respeito do local. Esse é possivelmente o centro das fofocas da localidade

Ben foi idealizado por King para ser feito por Ben Gazzara, ator acostumado a filmes de John Cassavetes como Os Maridos e A Morte de um Bookmaker Chinês.

Ele se hospeda em um hotel e como é um elemento diferente na cidadezinha, causa curiosidade da dona da pousada, Eva Miller (Kenneth McMillan) afinal, aquela não é época de turismo.

Ele deixa claro que não é de fora, mas isso não é o suficiente para apaziguar os ânimos da dona da pousada, tampouco dos outros locais, que normalmente tratam ele como uma entidade estranha, algumas vezes até com mais desconfiança do que com Stacker.

A pessoa que destoa desse tipo de tratamento é a bela Susan Norton, interpretada por Bonnie Bedelia, que mais tarde, faria a esposa de Bruce Willis em Duro de Matar.

O seriado toma a liberdade de ser rápido em construir suas tramas secundáras, graças a necessidade de comprimir uma história tão densa e longa em pouco mais de três horas.

Além dos já citados, há alguns personagens curiosos, como o beberrão Gordon Weseal, de Elisha Cook Jr. e o policial zoeiro Parkins Gillespoe de Kenneth McMillan.

Apesar de ter retornado a sua cidade com a missão de escrever, a realidade é que Ben procrastina, gasta bastante tempo enamorado com Susan.

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Esse é um artifício utilizado obviamente para acenar a um público mais amplo, se humaniza o protagonista para demonstrar que ele é digno de torcida e simpatia, mas o enfoque exagerado nessa questão retira força da trama mais "espiritual" e monstruosa, que não é minimamente desenvolvida.

Enquanto se gasta tempo com essas tramas, são mostrados carregadores, que levam algo para a mansão, supostamente são móveis, mas fica claro que é algo maléfico.

Essa é uma clara referência a viagem de navio - que virou filme recentemente, em A Última Viagem do Deméter - um dos funcionários se irrita, acha que há algo errado, reclamando que aquilo era muito gelado para ser uma escrivaninha ou algo que o valha.

Mark Petrie, o menino da introdução estuda a história da mansão dos Marsten. Verifica que ela é antiga e é curioso por entrar lá. Na casa vários itens de mágica, bonecos, máscaras, coisas de filmes de horror e ficção científica. Ben acredita que a casa é mal-assombrada, chega a confidenciar ao velho Jason Burke (Lew Ayres) que tem um momento de medo ali. O motivo de todo o buchicho é que Hubie Marsten morreu naquele mesmo local, envenenada.

Para Ben tanto o sr. Straker quanto o sr. Barlow são pessoas más. O escritor é mostrado como alguém quase iluminado, pelo simples fato de desconfiar dos intrusos estrangeiros. Também crê que a grande casa atrai pessoas malvadas.

Um dos momentos mais memoráveis do filme é uma cena de susto envolvendo crianças. Por volta dos 50 minutos. Danny e Ralphie - de Brad Savage e Ronnie Scribner respectivamente – os dois estão brincando, enquanto o segundo é pego por algo. Aqui também se referencia o tema recorrente de King, colocando crianças sendo capturadas por uma entidade maligna, tal qual ocorreria em It: A Coisa, um dos livros mais celebres de King.

Há também flagras de maridos traídos e outros momentos que pouco acrescentam a trama a mitologia.

Ralphie visita o irmão, na clássica cena onde ele flutua na frente da janela. Danny também some e eles, chamam a polícia, ligando para o oficial Parkins Gillespie, de Kenneth McMillan. A caracterização da criança é boa, Ralphie é um vampiro pálido, flutua como um fantasma, sai fumaça de si, a construção é bem bizarra.

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As crianças flutuando do lado de fora das janelas foram feitas com um guindaste em vez de serem suspensos por fios. A medida foi adotada por Hooper como economia de custos, mas ao filmar a cena o diretor percebeu que não poderia ter feito elas com fios nem que quisesse.

Mark discute com o pai, Ted (Joshua Bryant) enquanto o parente implica com o hobby e as paixões dele. Aqui, King parece colocar dois personagens como sendo os representantes dele mesmo, a parte adulta é Ben e a juvenil é Mark.

O coveiro Mike, de Geoffrey Lewis, age de modo estranho, depois que Danny o ataca. Aparentemente há uma diferença cabal entre vampiros de King e outros, especialmente na transformação. Eles têm olhos amarelos, como era bem comum na época, mas a maioria tinha dentes caninos que quase não apareciam,

Já Barlow possuía presas nos dentes da frente, ou seja, é bem diferente dos Draculas da época.

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Danny tenta fazer como Ralphie, vai a janela de Mark, que quase é ludibriado, mas há uma pequena cruz de brinquedo, que serve para afastar o antigo amigo que se aproximou com intenções ruins.

Hooper se esforça para salvar a minissérie da mediocridade, tenta usar o seu elenco de uma forma que valorize a dramaticidade, mas eles exageram nas atuações.

Como não podem haver momentos muito gráficos, as tentativas de fazer soar adulta ficam artificiais. O seriado precisa ter sangue e não tem, necessita ter violência, mas não consegue.

Falta a crueza típica dos filmes de Hopper, nem mesmo a aproximação dos vampiros é grave, mas sim suave e lenta, limpa demais, inclusive com o acréscimo de um slow motion completamente gratuito.

O esforço do realizador entra em conflito com algo bastante importante para a trama, que é o ingresso de Barlow na história. Ele demora demais para chegar de viagem, caso houvesse mais aparições dele, certamente teria um impacto maior, já que ele é assustador, uma homenagem a Orlok, de Nosferatu.

Em algum ponto, o idoso professor Jason Burke sobe as escadas de sua casa e encontra Mike ali, em uma cadeira, com a pele cinza, olhos amarelados e dentes afiados. Ele só recua depois que o dono da casa leva uma cruz até ele, o empurrando para fora, desconvidando o mesmo de sua residência.

Barlow passa a atacar pessoas, começando por Ned (Barney McFadden) e Jerusalem's Lot está perecendo. O "herói" Ben tenta convence Susan a fugir para Boston, mas ela não aceita sair.

Em entrevista Tobe Hooper disse que o trabalho de maquiagem para Barlow era complicado, já que precisava ser constantemente retocado, pois poderia cair enquanto o Reggie Nalder atuava.

Segundo o diretor, a cena final do filme com Barlow em seu caixão exigiu várias tomadas para manter intacto o trabalho de maquiagem.

Barlow entra na casa de Mark em um anticlímax tremendo, já que ele entra, se esconde atrás do pano preto da sua capa, levanta rapidamente e bate a cabeça de ambos os pais do menino, numa sequência tão lenta e patética que se assemelha a uma briga de programas de humor.

Lembra Chaves ou Os Trapalhões, ainda assim é fatal e eles morrem assim, toscamente.

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Acompanha essa sensação ruim o fato de que Barlow é mudo nessa versão, enquanto no livro ele é convincente, sedutor, um sujeito de muita lábia. Boa parte das suas boas falas foram dadas ao seu serviçal, ou seja, aqui ele é apenas uma entidade de força física.

Essa é uma das mudanças péssimas na tradução audiovisual, junto a redução do papel do padre, que era quase um protagonista no romance.

Essa questão foi polêmica inclusive entre os fãs do romance e da minissérie. Em entrevista Richard Kobritz disse que a decisão de optar pela figura aterrorizante do monstro surgiu da preocupação de que um vilão falante e romantizado simplesmente não seria assustador o suficiente, especialmente quando o remake de Drácula de 79, estrelado por Frank Langella, foi lançado.

King foi contra a mudança no início, mas depois de ver a filmagem, ele não só ficou impressionado com a maquiagem e o desempenho, mas sentiu que isso colocava mais foco nos personagens humanos.

Em entrevista à revista Fangoria, Reggie Nalder disse que ficou decepcionado com o filme porque algumas cenas que incluíam seu vampiro foram cortadas. Ele tem menos de 90 segundos de tela. Ele também disse que as lentes de contato e a maquiagem pesada que teve que usar para o papel foram bastante dolorosas e levaram algum tempo para se acostumar.

O ator ainda seria mencionado em um livro do escritor, em It: A Coisa, de 1986, foi mencionado como tendo interpretado um vampiro no cinema.

Os sustos da minissérie se restringem a casa abandonada, repleta de mamíferos empalhados e cabeças troféu, com teias de aranha em volta. O terror é oriundo de uma residência suja e malcuidada, basicamente. As mortes são fracas e visualmente desinteressantes, é difícil de convencer que Barlow, Straker e seus capangas vampiros são tão poderosos quanto tentam parecer.

Considerando que a cena inicial é um momento posterior ao fim, já de fuga dos "heróis" para a América Central, fica a dúvida de como os vilões conseguiram ter subsistência, como eles sobrevivem. Arranjaram trabalho? Tinham reservas de dinheiro?

Como que eles foram fracos à noite, na Mansão Marsten, que era um lugar conhecido no centro da cidade de ambos, o que ocorreria em ambiente não controlado, perto de uma igreja em um país católico como a Guatemala.

Não faz muito sentido, não se trabalha o motivo nem da água benta brilhar nem da perseguição contínua pelas quais Mark e Ben passam. Na cabana aparece Susan, já transformada em vampira, ou seja, mais gente de Salems Lot aparecerá.

Vampiros de Salém é bastante irregular, peca por ser leve, também graças ao baixo orçamento e as restrições de classificação indicativa da TV. Ainda assim poderia compensar isso fosse com boas atuações, que não tem, ou com criação de atmosfera, que também não ocorre.

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