Review: Constantine S01E05 - Danse Vaudou

Constantine - Season 1As expectativas eram altas para o episódio semanal de Constantine. A série, depois de trazer a excelente adaptação de uma das mais icônicas histórias do personagem, engata mais uma boa aventura, que introduz um personagem icônico dos quadrinhos e ainda coloca o mago lado a lado com um de seus maiores inimigos. O resultado pode não ser tão favorável quanto A Feast of Friends, mas prova, de uma vez por todas, que o programa está seguindo um caminho próprio para agradar os fãs e se distanciar da imagem de “procedural à lá Supernatural”.

A trama da semana mostra Constantine, Zed e Chas viajando à Nova Orleans para investigar um misterioso assassinato que parece ter sido cometido por um fantasma. Chegando lá descobrem mais casos semelhantes, cada um atribuído a um espírito diferente, o que John liga à tal “Ascensão das Trevas”, responsável por distúrbios em acontecimentos sobrenaturais. Mas as coisas não são tão simples assim, quando os protagonistas precisam convencer Jim Corrigan (Emmet Scanlan), o detetive encarregado das investigações, e se unir a Papa Meia-Noite, que inadvertidamente liberou os mortos-vivos em um ritual vodu.

O episódio em questão lida principalmente com a investigação e com as diferentes visões do sobrenatural. Sua força está em estabelecer os relacionamentos de John e Meia-Noite e do primeiro com Corrigan, futuro alter-ego do Espectro, e como cada um enxerga a magia. Os ótimos diálogos entre estes personagens fazem Danse Vaudou ser totalmente focado no lado humano da história. Tanto que um de seus trunfos é não ter um vilão definido, tornando mais palpável a ameaça da temporada. Aparentemente essa “Ascensão das Trevas” é uma espécie de adaptação do arco Gótico Americano, da HQ do Monstro do Pântano que apresentou John Constantine para os leitores. Na trama em questão, o Elemental também viajava pelos EUA tentando entender e enfrentar ameaças ligadas a um poder oculto crescente.

No entanto, mesmo focado em mostrar as “Rising Darkness” como as responsáveis pelos feitiços de Meia-Noite terem dado errado, ainda falta uma explicação melhor para trazer o espectador para a trama central. Foi um avanço em relação ao mostrado até semana passada, mas ainda não é satisfatório. Isso deve ficar para o último episódio antes do hiato em dezembro. Resta aguardar.

Para os fãs, Danse Vaudou foi um deleite de referências, como Constantine finalmente aparecer fumando. Se isso era motivo de reclamação por parte de admiradores do personagem, não é mais. Além disso, o episódio introduz Jim Corrigan envolto em mistérios, sem trabalhar seu background para não deixar o roteiro inchado, mas também para fazer o espectador pensar no personagem como alguém que ainda terá importância no futuro. Isso é feito principalmente quando há um breve vislumbre do manto verde do Espectro em uma visão de Zed. É um daqueles momentos que o leitor mais velho de quadrinhos se sente recompensado por acompanhar uma adaptação e coloca o programa lado a lado de Arrow e The Flash, quando o assunto é ampliar o Universo DC na TV.

Assim como na semana passada, o roteiro divide as funções de cada personagem, deixando John trabalhar sozinho até encontrar com Papa Meia-Noite. Já Zed e Chas tem seus momentos, com a primeira servindo como um “guia” mais próximo da realidade para Corrigan. Afinal, ambos acabaram de descobrir a existência do sobrenatural. Já o taxista tem sua melhor participação até aqui e, de forma hilária, parte para salvar as vítimas de um dos fantasmas de Nova Orleans. Aliás, boa premissa do roteiro em basear seus espíritos em famosas lendas urbanas, sem jamais trabalhar isso com exposição desnecessária. Quem conhece as histórias, entende e quem não conhece, aceita sem precisar de informações sendo enfiadas goela abaixo.

Constantine - Season 1

Finalizando com um bom gancho para futuras tramas, Constantine entrega mais um episódio que mostra o seu potencial. Com uma produção impecável (os cenários continuam impressionantes em sua composição artística), personagens que cada vez mais promovem empatia com o público e tramas que servem não apenas para movimentar a temporada, mas também para não deixar protagonista e coadjuvantes estáticos, a série parece amargar apenas pela péssima escolha de dia e horário para exibição. Por sorte, houve uma ligeira subida na audiência. Agora que foi dada a dica, todo fã quer ver a estréia da versão live-action do Espectro, algo que só será possível com um número favorável de espectadores.

Alexandre Luiz

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