Parceiro constante de Sam Mendes, Thomas Newman tem trabalhado com o diretor desde sua estréia em Beleza Americana. Uma parceria que agrega um valor qualitativo e estético às obras que as eleva sempre para um ponto fora do comum. Em Revolutionary Road a dupla se reúne novamente para trazer uma narrativa que se foca em um casal desolado que busca um sonho que nunca chega e que em meio a devaneios cotidianos acabam em uma tragédia das mais desoladoras. Pode parecer uma continuação do primeiro filme de Mendes, e muitos críticos o definiam como sendo a volta do diretor ao tema que te deixou famoso, o interior da classe média americana, porém, as nuances alcançadas neste são tão mais grandiosas que apenas um simples foco no dia a dia de uma família cheia de falhas. E é com a música de Newman que todas essas camadas se esclarecem, em meio a uma direção firme e atuações épicas.
A faixa curta que abre a peça de Newman já apresenta o tema principal que será reprisado durante toda a obra com variações, seja do simples piano ao elevar de violinos que o acompanham. A primeira vista pode não parecer um super tema com potencial para ficar eternizado na cultura pop como foi o caso do tema de Beleza Americana, mas após o término da película, é impossível esquecê-lo. E nem chega a ser um piano complexo que compõe o som principal, mas são as notas pontuais que fazem com que os ecos do tema se premiem por entre nossas mentes.
No geral são todas faixas rápidas que não ultrapassam os dois minutos, com exceção de April, que com seus 9:40 minutos tem a função de assumir o papel da melancolia e tristeza que imperam o ápice do filme. Trazendo o tema principal em êxtase fazendo com que assim, todas as imagens que esta faixa ajuda a acompanhar se tornem eternas no inconsciente de quem vê. Há é claro não só as variações do tema, mas faixas que variam uma simplicidade necessária para fazem com que o clima sombrio da obra se permeie durante sua metragem. Não é o melhor trabalho de Thomas Newman, mas é com certeza um exemplo completo de sua obra e que merece uma boa escutada.
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