Após a personificação nada séria de Roger Moore, a EON claramente precisava mudar o cunho de suas produções. A transformação já é notada antes dos créditos, com a transformação dos logotipos da United Artists e da própria EON, símbolos de que os tempos exigiam uma nova postura, um novo viver para Bond.
Nas primeiras cenas de Marcado Para a Morte, M (Robert Brown) passa instruções a três espiões, em uma situação que parece simples, mas que termina de modo trágico, o que não impede o herói de usufruir da presença de Linda (Kell Tyler). A missão que Bond deveria lançar mão é uma ação conjunta, que visa a cooperação inglesa junto a um dissidente soviético, o general Georgi Koskov (Jeroen Krabbé), que por sua vez contém informações importantes em tempos de quase guerra.
Timothy Dalton teve a árdua tarefa de substituir o ator que mais vezes interpretou 007, e para tal, se munindo de seu repertório como ator clássico de teatro, começou a estudar a fundo o personagem, tomando a leitura de cada um dos livros, contos e novelas do personagem, para conseguir expressar do modo mais fiel e semelhante ao original possível, funcionando como Ian Fleming tencionou. Evidente que tal postura resultou numa grande mudança, uma vez que o que Connery e Moore (principalmente) faziam já estava canonizado.
Caroline Bliss substitui Lois Maxwell, após um quarto de século no papel de Moneypenny. Evidente que a idade pesava contra Maxwell, mas faltava a nova personificação parte do caráter irresistível que fez os aficionados por 007 suspirarem ao ver o semblante da secretária do serviço secreto. Curiosamente, tal factoide tornou-se comum, pois parte da aura glamouroza se perdeu, não somente por causa da personagem.
Bond está claramente diferente, até em suas interações com as mulheres. Com Kara Milovy (Maryam d'Abo), James é muito mais impaciente e passional. Seu modo de operar é também mais violento, como em um misto de Lazenby e Connery, com os detalhes ainda mais intensos para as lutas. A influência dos filmes de ação oitentistas se via em cada uma das sequências.
Apesar do jeito de moça inexperiente, Milovy é uma das bond girls mais apagadas, especialmente em comparação com as “principais” seduções a que Bond se deixa submeter. A falta de inspiração se repete na abordagem das plots de espionagem, que acabam por se tornar mera repetição dos filmes de sua época. Antes, os filmes de 007 marcavam seu tempo e se muniam de questões reais para montar seu ideário, em Marcado Para a Morte há um flerte com isso, na questão envolvendo os árabes, ainda que não seja levada a questão com a seriedade merecida.
O filme de John Glen é baseado no conto homônimo, presente no décimo-quarto livro (o mesmo de Octopussy) de Ian Fleming. O corpo de personagens é formado por indivíduos de caráter dúbio, aspecto normalmente esquecido entre os filmes de super espiões, mas ainda assim, muito pouco para um filme que cobre as aventuras de um dos ícones do cinema.
O segundo e derradeiro filme de Dalton, chamado Permissão Para Matar (tardiamente modificado, já que o título original seria License Revoked) começa em meio aos preparativos de casamento do amigo americano Felix Leiter, vivido dessa vez por David Heidison, como em Viva e Deixe Morrer. Antes da cerimônia, uma situação de perigo ocorre, mas sem grandes consequências para os personagens do núcleo principal, chegando sãos e salvos. Quem sofre uma forte perda é Lupe Lamora (Talisa Soto, a Kitana de Mortal Kombat), torturada e aprisionada pelo narcotraficante Franz Sanchez, feito pelo experiente Robert Davi, presente em Goonies, Duro de Matar e futuramente em Predador 2, quase sempre com o mesmo estereótipo.
Pela primeira vez em muito tempo, Bond demonstra a mágoa por ter perdido sua esposa, fato ocorrido ainda em 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade. Não à toa essa questão ajuda a misturar as duas plots apresentadas antes da dita abertura, com Sanchez atacando mortalmente a nova esposa do amigo do agente, além de raptá-lo, para arrancar-lhe as pernas através de tubarões, na mais agressiva demonstração do clichê até então.
Este é o primeiro filme não baseado em livro, romance ou conto nenhum de Fleming. A história original era de Michael G. Wilson e Richard Maibaum, mais tarde adaptada para um livro, por John Gardner, mas continha elementos de Viva e Deixe Morrer e do conto Hildebrandt Rarity, do livro For Your Eyes Only. A rebeldia de Bond é demonstrada quando se nega em deixar a missão de revanche, estando assim independente pela primeira vez em muito tempo, apesar da clara resistência de M, que em seu interno, deseja que ele consiga voltar à salvo.
Existe uma tentativa de levar a fita mais a sério e adultizar o tema, ao mostrar a intervenção de Q (Desmond Lleewlyn), enviado por Moneypenny para auxiliar o agente dispensado, além de aludir a um triângulo amoroso com confrontamento direto, onde a agente ex-piloto do exército americano Pam Bouvier (Carey Lowell), que apresenta um ciúme bastante intenso por Bond, ao vê-lo interagir com Lamora. No entanto, mesmo essas gravidades soam frívolas.
De fato Permissão Para Matar, como seu anterior Marcado Para a Morte, são subestimados, mas não tanto pela qualidade dos filmes em si, e sim pela intenção de seu interprete em imprimir algo diferente e razoável para o personagem. Apesar do esmero de Dalton, sua personificação de Bond foi bastante prejudicada, primeiro pela questão do avanço da caça a indústria tabagista, o que o impediu de “retornar” ao vício em nicotina, presente nos livros, bem como o estouro da AIDS fez produtores e cineastas repensarem questões ligadas a sexualidade. A evolução do argumento politicamente correto de certa forma manietava as possibilidades de ação do agente, especialmente por ser esta questão, algo ainda embrionário. O tempo inteiro nota-se um 007 mais agressivo tentando tomar a tela, prejudicado por uma fórmula que o torna refém da linguagem dos filmes de ação de sua época, produzindo alguns acertos, mas também, muitos erros de concepção.
Um Novo Início
Com a demora para a realização de novos filmes, Dalton se demitiu, abrindo espaço para uma espera ainda maior, tão evidente em sua concepção que sequer foi anunciado no final do último filme qual seria o destino de Bond. Pierce Brosnan já inicia seu 007 Contra Goldeneye em uma ação frenética, unindo elementos dos filmes de ação comuns dos anos noventa, com alegorias, as marcas registradas dos outros Bond, como a elegância de Connery, o tom de comédia de Moore e um pouco da agressividade de Dalton.
A primeira ação do agente ocorre em uma missão conjunta com o agente 006, Alec Trevelyan (Sean Bean), invadindo uma instalação militar inimiga, que causa a morte do parceiro do agente. Martin Campbell teve algumas liberdades a mais que seus antecessores, podendo enfim referenciar os russos já na abertura, sendo este o preâmbulo mais explícito com relação ao antagonismo soviético. A face russa seria ainda mais abrilhantada pelas belas feições de Famke Janssen e sua Xenia Onatopp, uma mulher misteriosa, que seria o símbolo da mudança dos tempos e da abordagem mais agressiva em relação a declaração de guerra entre forças capitalistas e socialistas.
O salto de tempo, em nove anos entre o preâmbulo e o roteiro da plot principal explica em partes a transição fantasiosa em relação aos espólios da URSS, revelando uma vontade antiga dos produtores, parada somente por finalmente declarar guerra aos opositores do modo de vida ocidental, fazendo dos vilões “comunistas” pessoas caricatas, com desejo assassino injustificável e ligado a sedução, com Xenia sendo uma versão feminina e mal intencionada de James. A química intensa entre Janssem e Brosnan não faz justificar o oportunismo, tampouco a xenofobia latente do argumento, servindo quase como panfleto propagandista, em forma de desabafo, tão caricatural que soa até como paródia. O realismo dos filmes de Dalton definitivamente não cabiam nesta nova faceta do espião.
No oposto ao maniqueísmo utilizado para retratar os opositores, há a apresentação da nova chefe de departamento, com Judi Dench fazendo M, citando claramente os gostos de seu antecessor e da atual mandatária, usando tipos de bebidas como primeiro sinal de revisão. M confronta o machismo, anacronismo e misoginia do agente, no diálogo mais ácido da franquia até então, basicamente tentando compensar o sexismo anterior, mas sem descuidar da atenção que um bom líder tem com suas tropas.
A relação com Q prossegue a mesma, ainda que as manifestações dos “brinquedos” e gadgets sejam mais humorísticas do que na encarnação anterior, retomando a fase Moore. A tentativa de gerar dubiedade, explorando um grupo de geeks na Sibéria, tenciona retratar como o mundo pós-guerra fria funciona, utilizando a evasão de dados como ponto de partida do conceito. O tema soa datado hoje, mas fazia um enorme sentido na época, o que faz refletir o quanto o homem tinha a evoluir nos idos dos anos noventa, especialmente no que tange política e ideologia. A relação de Boris Grishenko (Alan Cumming) e Natalya Simonova (Izabella Scorupco) é perfeita na representação desse quadro, evocando a eterna desconfiança, muito comum nas épocas anteriores, e ainda em voga no filme.
Goldeneye parece um desabafo, dando vazão a algo que estava entalado na garganta dos opositores do regime socialista russo, despejado de uma única vez todo o rancor e preconceito antes contido, fato que faz perder força inclusive o discurso igualitário de gêneros sexuais, bem como as surpresas em relação a arquitetura do plano mirabolante do vilão, e sua identidade.
A falta de um livro a se basear fez de Goldeneye um filme confuso textualmente, notando-se um abismo terrível entre a direção e o roteiro, além de um conjunto de personagens patéticos, infantis, que parecem ter saído de uma encenação de um episódio dos Teletubies, e que de certa forma, seria uma prache entre as pessoas mostradas nesta parte da saga, com diálogos repletos de frases de efeito e enfoques óbvios em TOCs imbecis. Como a suspensão de descrença é atacada pelo conteúdo – e não pelas cenas mentirosas – é natural que não haja um interesse mínimo pelo destino dos personagens.
Em 1997, Roger Spottiswoode começaria seu filme com um visual bastante calcado em sua época, com semelhanças brutais com Missão Impossível de Brian de Palma. Neste segundo episódio, M já está mais familiarizada com o ambiente e com universo em que orbita. Bond prossegue moralista, escondendo uma hipocrisia atroz, referenciando até em piadas bobas o vício em cigarro como algo ruim, refutando as versões sessentistas do personagem.
Os pecados de 007 O Amanhã Nunca Morre talvez sejam justificadas pelo falecimento de Albert R. Broccoli, e a consequente produção recaindo sobre os filhos dele, Michael G. Wilson (enteado) e Barbara, dupla que já trabalhava como produtores desde Na Mira dos Assassinos (Wilson) e Goldeneye (Barbara), junto ao antigo mandatário. Nos créditos finais há uma justa homenagem a um velho trabalhador do cinema.
A música de Sheryl Crow ajuda a tornar a abertura em algo muito sensual e propagandista da indústria armamentista, aproximando essa nova fase de uma propaganda pró-partido republicano, quase. O drama mostra um grupo terrorista, comandado por Elliot Carver (Jonathan Pryce), que também é dono da CMGM, uma emissora de notícias, que através dos crimes que ele próprio engendra, ganha manchetes mais urgentes para questões absurdas.
O filme não se furta em fugir do suspense, já deixando claro que a história se passa ao redor do vilão, pondo até as duas Bond girls principais no encalço, com Paris Carver ( Teri Hatcher esplendorosa) e Wai Lin (Michelle Yeoh), uma servindo de amante antiga de Bond e atual esposa do vilão, enquanto outra funciona como flerte/investigadora do mal feitor.
O roteiro de Bruce Feirstein não é baseado em nada do que Fleming escreveu, o que talvez justifique a seriedade bastante baixa do filme, o que o faz tornar-se irregular, por conter momentos em que a comicidade é interessante e charmosa, e outros em que é simplesmente digna de risos vergonhosos pelo grotesco que se apresenta. Mesmo a ideia de discutir o Quarto Poder, que era interessante no início, perde força diante da inconsistente história, e das motivações desinteressantes e pouco inspiradas de Carver. Ao final, a trama soa desimportante em demasia, o que compromete diretamente a crença neste 007. A direção de Spottiswoode, acostumada a comédias com elementos de ação, como em Pare Senão Mamãe Atira e Uma Dupla Quase Perfeita, faz piorar a já difícil tarefa de levar o filme a sério.
Talvez o simbolo máximo desta nova parte da franquia seja sua Moneypenny feita pela bonita Samantha Bond, que não perde em charme para sua anterior, mas não chega a um décimo da original. Os filmes de Brosnan também são assim, visualmente belos, tentam emular os antigos, mas lhes falta algo, no caso da assistente, não existe carisma, no caso das fitas, falta conteúdo.
Em 1999, O Mundo Não é o Bastante tentaria quebrar essa regra, apelando para uma perseguição desenfreada de Bond a assassina chamada de Cigar Girl, interpretada por Maria Grazia Cucinotta, que tinha no amálgama entre perigo e beleza, o seu apelo, fator que também resume o filme - o que mostra a banalidade da quadrologia, já que ela é formada basicamente por resumos que a banalizam. 007 continua com a apetite voraz, consumindo Molly (Serena Scott Thomas), sua enfermeira, e qualquer ser vivo que respire, fator já complicado em tempos antigos, piorados pela modernidade. Outro símbolo de decadência é a aposentadoria de Desmond Llewelyn, que pavimenta para John Cleese seu papel de Q, e que irônica e Involuntariamente serviria de metalinguagem, tanto no acidente fatal de carro que cerceou a vida do ator, como na transição tardia de Dalton para Brosnan, resultando em uma decadência apontada como evidente por pouca parte do grupo de fãs do agente.
As contradições do roteiro incluem uma tentativa de conserto, já que em Amanhã Nunca Morre, Bond se demove de mexer um teclado com caracteres chineses, o que vai contra a fala de Connery em Só De Vive Duas Vezes, de que seria ele formado com louvor em matéria de Línguas. Neste, ele interpreta um russo, exibindo até um sotaque atroz, o que o faz ter capacidade boa o suficiente para cooptar as duas principais Bond Girls do filme, Elektra King (Sophie Marceau, no auge da beleza), que está traumatizada após um sequestro e assassinato de seu pai, e a doutora - e lésbica - Christmas Jones (Denise Richards), que após tirar sua roupa radioativa, está com um visual provocante, estilo Tomb Raider, sexualizada de um jeito desnecessário e em nada semelhante ao que uma lésbica faria.
A direção de Michael Apted aponta para a dificuldade dos produtores em escolher realizadores cujo repertório tenha algo relevante, até para facilitar a manipulação dos mesmos. Os pontos altos das realizações de Apted sao em séries, e seu longa parece mesmo um episódio gigante, especialmente nas qualidades, como na do vilão bizarro que não sente dor Renard (Robert Carlyle), que até soma qualidade, independente da premissa irreal em que é construído seu ideário. Apesar dos acertos curiosos, seguem toscas as tentativas de amadurecer o tema, passando de modo superficial pela representação de uma síndrome assoladora.
O uso excessivo de CGI, que antes era incômodo, torna-se insuportável e digno de risos em alguns momentos, comprometendo até a luta final, que por sua vez é bastante anti-climática. O desfecho, com o MI6 analisando o calor do corpo de Bond e Christmas emula o final predominante na hepatologia de Moore, mas sem conseguir imitar até o apelo clássico que antes ocorria.
O novo milênio chegou, e James Bond precisaria se reinventar, a fim de não prosseguir anacrônico. O inimigo escolhido para a última aventura de Pierce Brosnan, seria um militar norte-coreano, que já no primeiro encontro diplomático, expõe uma dificuldade extrema de socialização, além de um contraditório desejo por colecionar carros - ao menos aos olhos dos ocidentais que gostam de julgar os hábitos dos socialistas. A abordagem que antes era pouco sutil, piora demais, tanto em fortalecer estereótipos xenofóbicos, bem como nas peripécias megalômanas e pirotécnicas, exageradas até em comparação com outros filmes de 007.
Um Novo Dia Para Morrer conta com a direção de Lee Tamahori, que não tinha muitos sucessos em longas metragens, exceto por Na Teia da Aranha, e que após o filme do agente, teria espécimes fracos, como O Vidente e Triplo X 2, em que repetiria inclusive os mesmos erros do filme de 2002.
Mesmo a abertura, aspecto que seguia de qualidade inalterável e normalmente crescente, é um artigo tosco, piorado pela péssima música de Madonna, que ainda tem uma participação especial no filme, para justificar as partes encenadas de seu videoclipe, que apesar de bastante datado e pouco inspirado, passa longe de ser tão ruim quanto a sequência do prólogo. Após 14 meses encarcerado, Bond está cabeludo, com barba por fazer, convenientemente aparada como em salões de beleza. Logo, James é trocado por Zao (Rick Yune), em uma negociação de reféns semi-diplomática, para depois ser seguida de mais uma troca de desconfianças, entre o MI6 e o agente, que ainda assim, é bancado por M, personagem que ganha cada vez mais força com o passar da cinessérie.
O espião consegue se livrar do segundo aprisionamento que surge a sua frente, para ir a outro território socialista, em Cuba, onde vê a bela Jynx (Hall Berry) saindo da água semelhante a Honney Rider de Ursula Andress em Dr No. Não há sequer uma maior preparação, ja que os momentos seguintes mostram a dupla na primeira cena de sexo depois de duas dezenas de filmes, por sinal, bastante fraca.
Há uma coleção de referências aos filmes antigos, como a perseguição as jóias vista em Os Diamantes São Eternos, bem como no paraquedismo de A Serviço Secreto de Sua Majestade. Ambos aspectos focam-se no personagem de Gustav Graves (Toby Stephens), um magnata dos diamantes, esgrimista nato, acompanhado quase sempre de sua publicitária Miranda Frost (Rosamund Pike), medalhista no esporte também. É Miranda um dos motivos que faz o agente e o homem rico se enfiarem em uma luta de espadas completamente desvairada e distante das regras esportivas, resultando em uma competição de quem exala mais testosterona.
Cleese troca a alcunha de R por Q, e até não compromete no legado a Desmond Llewelyn, mas seus gadgets são ridículos, especialmente por Vanish, o carro invisível e os óculos de simulação de realidade, que só estão lá para justificar uma vergonhosa fantasia da Moneypenny de Samantha Bond, onde ela se imagina transando com 007, banalizado um flerte que se mantinha sutil desde 1962, caindo sobre uma pedância atroz.
As questões que tocam a troca de identidade dos personagens são muito caricatas, tanto nas trocas e enxertos de máscaras epiteliais, até a drástica mudança de lado das Bond Girls, com Frost se assemelhando demais ao mesmo comportamento de Elektra King, do filme anterior, e pouco semelhante a bond girl de Moonraker, Gala Brand, já que o roteiro seria supostamente baseado no romance antes ignorado pelo filme de Moore.
O uso de CGI já era incômodo pelo excesso especialmente no último filme, neste piora muito, graças a destruição mal feita dos cenários e da movimentação de Vanish. Os cenários gelados, apesar de reverenciar um bordão da franquia, não funcionam além dos momentos de esqui, quanto mais construções de fortalezas que sofrem com o calor de um raio espacial da morte. O término é ruim, como quase todo o comprimento do filme, fechando horrorosamente esta era.
Brosnan ficaria marcado positivamente, mesmo que os roteiros que executou fossem os mais tacanhos, graças ao seu charme e pose de galã. Mas até esses aspectos e adjetivos positivos, ajudaram a tornar banais as questões graves dos filmes, bem como sua personalidade, que deveria ser séria, gerando então uma bruta necessidade de mudar.
- Texto de autoria de Filipe Pereira, crítico de cinema e editor do site Vortex Cultural
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