Cinefantasy 13 | Animais Anônimos/Porcelana

Para fechar nossas analises sobre o Cinefantasy 13, reunimos a crítica de dois longas, Animais Anônimos, de Baptiste Rouveure e Porcelana, de Jenneke Boeijink.

Confira aí.

Animais Anônimos é um filme francês de ficção científica, que foi a obra de encerramento do último Cinefantasy. Seu início se dá em uma floresta bizarra e escura, onde um homem de meia idade é acorrentado pelo pescoço. A cena apesar de incomodar e tirar o público do eixo, se repetiria várias vezes, a despeito desse incômodo já que a parte fantástica do filme de Rouvere mira inverter a lógica de caça, colocando os animais silvestres como predadores dos "racionais" humanos.

Os humanos, tratados como seres bestializados são estocados e colocados em condições insalubres, amontoados sem qualquer cuidado, como se fossem carne abatida.

Praticamente não há falas ou diálogos no filme, a ideia é mostrar os humanos o mais próximo possível do irracional, e o diretor  consegue.

Nesse ponto, o filme é sábio, inclusive ao não estender demais sua história, tendo pouco mais de uma hora de duração, já que essa premissa acaba sendo melhor tragada nessas condições.

Como o roteiro é pouco explicito e carente de explicações, fica a dúvida se os animais fazem o que fazem por vingança ou meramente por que podem, já que estão acima na cadeia alimentar.

Animais Anônimos consegue inverter a lógica de lições morais, e por mais que tecnicamente o filme não seja inovador ou diferenciado, tem uma proposta especulativa que serve bem em o seu intento e emprego.

ANIMAIS ANÔNIMOS | LES ANIMAUX ANONYMES
Ficção | Fantasia/Thriller | 64’ | cor | 2020 | 12 anos | França
Direção: Baptiste Rouveure
Roteiro: Baptiste Rouveure
Elenco: Thierry Marcos, Aurélien Chilarski, Pauline Guilpain e Emilien Lavaut

O equilíbrio de poder entre homem e animal é invertido.
Em um campo remoto, qualquer encontro com o dominante pode se tornar hostil.


Porcelana é uma obra de estética e abordagem bastante incomuns. Trata da história de uma família comum, aparentemente feliz, se vê fragilizada após o filho ficar doente.

Paul e Ana começam a história como pessoas bastante felizes e apaixonados, até a primeira manifestação de algo errado com seu filho, o pequeno Thomas. Aos poucos o quadro piora, e exige de seu elenco um desempenho atroz, que aliás é correspondido, mesmo com as expectativas altas depositadas pelo público ao se dar conta de sua sinopse.

A narrativa contemplativa favorece a sensação letárgica dos parentes, que passam boa parte da história acreditando que a vida segue a mesma, e não como se uma tragédia estivesse caindo sobre eles.

A sensação de mal irremediável é bem passada ao espectador e há um destaque positivo para o desempenho de Neathan van der Gronden, que entrega bastante emoção na produção.

Porcelana acaba sendo um terror familiar que exibe a degradação das relações graças a uma condição médica única, pode servir como paralelo para qualquer crise genérica de qualquer pessoa, mas se torna ainda mais grave por mostrar essa sina com uma criança cujo comportamento lembra transtorno como Aspergen e bipolaridade.

PORCELANA | PORCELAIN
Ficção | Drama psicológico/Suspense | 96’ | Cor | 2019 | 14 anos | Holanda
Direção: Jenneke Boeijink
Roteiro: Jenneke Boeijink, Thibaud Delpeut
Elenco: Tom Vermeir, Laura de Boer, Neathan van der Gronden, Teresa Saponangelo, Mattijn Hartemink, Peggy Vrijens, Johan Heldenbergh, Rafi Albers, Han Kerckhoffs, Romana Vrede, Kristen Denkers, Gene Bervoets, Flor Decleir, Joris Smit, Bert Luppes, Celion Kerk, Sijtze van der Meer, Maria Ciuffreda, Yvonne Sharada Priya

Paul e Anna vivem uma vida aparentemente feliz e bem sucedida. Mas quando seu filho fica inexplicavelmente doente, a máscara de uma família feliz se desfaz por completo, como uma delicada porcelana que não pode mais ser restituída à sua forma original.

Avatar

Comente pelo Facebook

Comentários

Comente pelo Facebook

Comentários

Deixe uma resposta