Como já é de praxe em muitas temporadas de Fear the Walking Dead (e, principalmente, da série original), temos aqui um episódio focado exclusivamente em um personagem, tendo apenas um núcleo narrativo, do começo até o fim.
A diferença é que, neste caso, são dois personagens a interagirem: Alicia e Charlie. O que, por si, já é algo bastante interessante, pois, foi a menina a responsável direta pela morte da mãe de Alicia, além do Nick ter encontrado o seu fim pelas mãos de Charlie, e ver essa difícil convivência entre as duas rende boas reflexões e cenas como um todo.
O problema é que o episódio, por vezes, arrasta a sua narrativa com sequências e diálogos um tanto enfadonhos e repetitivos. Porém, tirando essa questão, dá pra encontrar metáforas e simbologias muito peculiares aqui, como, por exemplo, a questão das fotografias serem o único parâmetro de humanidade que restou de quem virou um zumbi.
A própria relação entre Alicia e Charlie é bem desenvolvida ao longo do episódio, indo da total autossuficiência de Alicia, passando pela aceitação da companhia de Charlie, e chegando ao ponto das duas serem salvas de uma maneira muito inusitada.
E, apesar de alguns diálogos serem mais ou menos rasos, alguns outros rendem bem dentro da história, como o desejo de Charlie em conhecer a praia, mas que precisa entender que, nesse mundo, não há mais lugares especiais, pois todos estão repletos de mortos-vivos.
O tipo de episódio que, apesar de suas nítidas falhas de direção e roteiro, pode vir a ter um propósito interessante para a série no futuro, e tanto nos mostrou que Alicia está cada vez mais dando conta de si, apesar de”sozinha”, como também resolve a “questão” de Charlie, que agora não precisa mais ficar perambulando entre um núcleo e outro,pois parece ter se firmado como parceira de Alicia de vez.
No geral, portanto, um episódio interessante em suas reflexões, mas, que não deixa de ser lugar comum diante de tudo o que esse universo já nos mostrou nos últimos anos.