Quem é o "homem na roupa amarela"? Essa é a pergunta que deve permear The Flash na segunda metade desta primeira temporada, mesmo com todas as dicas e com a última cena do episódio dessa semana. Sim, a resposta mais óbvia o espectador já tem na ponta da língua. Mas será que a série vai mesmo seguir pelo caminho mais óbvio? Por esses e outros motivos, o programa ganha espaço no coração do fã, que sai se perguntando se tudo é mesmo o que parece ser. Simplesmente por instigar a dúvida, a adaptação já se destaca com pouco tempo de exibição.
A trama de The Man in the Yellow Suit é bem direta: o Flash Reverso finalmente se revela e Barry precisa lidar com os conflitos mal resolvidos do passado para enfrentá-lo. O problema é que, nesse primeiro momento, o protagonista percebe que não é o "homem mais rápido do mundo". É bom ver o episódio não demonstrar nenhuma preocupação em estabelecer as intenções do vilão em sua primeira aparição, afinal ele irá retornar. O mistério mantido é justamente um dos pontos que levam à questão quanto sua real identidade, mesmo ao final do conto. Além disso, mostra que o Flash, mesmo com seus superpoderes, ainda não tem maturidade o suficiente para encarar um antagonista bem vivido. Todos seus inimigos até agora não tinham nada antes de receberem habilidades especiais, tornando-os extremamente confiantes por não existir um desafiante à altura. Esse é o mesmo problema de Barry. Ao confrontar o Reverso em duas batalhas, a derrota do herói é inevitável.
Mas não são apenas os assuntos inacabados quanto à morte da mãe que impedem Barry de seguir em frente. Há também a subtrama envolvendo seu amor oculto por Iris. O episódio aproveita o clima familiar gerado pelo tema natalino para também desenvolver e mudar um pouco o andamento do relacionamento de ambos, em ótima hora, por sinal. Desde o começo da temporada a abordagem quanto aos dois não havia saído muito do lugar, e a partir do ano que vem, a série já retornará com algo diferente. É importante avançar isso, até porque naturalmente o espectador tende a alienar personagens femininas que não começam a história já em um relacionamento com o protagonista. Iris tem despertado certa antipatia pelo público (algo até injusto) mais pelo subplot se encontrar estático do que qualquer motivo relacionado a abordagem da personagem.
O roteiro também se beneficia, novamente, diga-se de passagem, da boa química entre Barry e Joe West. Sem medo de soar repetitivo, é preciso destacar o quão intenso é o relacionamento de pai e filho entre ambos. Claro, muito disso se deve à qualidade dos intérpretes, mas também a um texto bem escrito que não coloca a relação dos dois como unidimensional. Pais e filhos brigam o tempo todo, discordam, mas no final do dia, ambos terminam com um caloroso abraço, mostrando que as divergências são importantes para aproximá-los ainda mais. Barry pode não ter o pai como modelo, por estar preso, mas teve a sorte de poder se espelhar em West. Seu genitor, no entanto, não é passivo na trama e também divide bons momentos com o protagonista.
A única subtrama problemática é a que envolve Caitlin e sua busca por Ronnie, que acaba inchando o episódio e gerando um deus ex-machina que se não fosse extremamente empolgante, poderia ter colocado tudo a perder. A participação do Firestorm (Nuclear, na tradução brasileira dos quadrinhos) resulta em uma cena para deixar todo fã da DC se sentindo como uma criança, mas sob o ponto de vista narrativo, serve apenas como desculpa para resolver um problema. Claro que o personagem ainda voltará para ser melhor desenvolvido e sua aparição já dita um pouco de sua personalidade, mas neste ponto da história se tornou uma via de duas mãos.
Encerrando o ano com um balanço dos 12 meses que se passaram desde que Barry fora agraciado com seus poderes, The Flash mostra novamente o porquê de todo destaque que ganhou até agora. Com inúmeras perguntas cujas respostas só aparecerão depois de janeiro, a trama principal mantém personagens como o Doutor Wells e Eddie Thawne sob a atenção da audiência e até inclui outra coadjuvante na equação com alguns mistérios no armário, na boa participação de Amanda Pays como outra versão da personagem que interpretou na adaptação do velocista nos anos 90. A série busca oferecer uma hora semanal de diversão e aventura, com personagens carismáticos e bem delineados. E tem se saído muito bem em sua missão.
Acho que a série vai empurrar ao telespectador mais desavisado que o Wells seria o Flash Reverso, quando, em minha opinião, o Flash Reverso é o mesmo dos quadrinhos, ou seja, Eobard Thwane. Talvez um filho ou neto do Eddie… Aquele momento do episódio foi quando o Wells adquiriu o item que seria possível criar um antagonista ao Flash, mas com a ajuda do Flash Reverso do futuro. Ou seja, ele voltou no tempo pra criar a si próprio. Complexo? Paradoxo? Sejam bem vindos ao universo dos velocistas da DC e suas loucas viagens no tempo. 🙂
Exatamente o que eu fiquei pensando. E o episódio dá dicas disso quando o Reverso encara o Eddie. Sinceramente não acho que vai ser tão simples quanto a cena final quis passar com aquela "revelação".
Acho que o Reverso pode ser o próprio Eddie por causa da cena mencionada nos comentários. Os dois tinham quase a mesma altura. O vilão era só um pouquinho maior que o Eddie, mas pode ser por causa da roupa. Além disso, quando o Eddie conversa com o Joe, se pergunta "Por que ele não me matou?" O fato do primeiro nome não bater pode ser devido ao nome Eobard ser estranho e Eddie ser uma forma mais simplificada.
Sei lá, acho meio óbvio quererem mostrar que é o Wells,