Review: Constantine S01E10 - Quid Pro Quo

Constantine - Season 1Se nos episódios passados Constantine teve influência de suas fases mais célebres, pode-se dizer que Quid Pro Quo busca inspiração na versão dos Novos 52 do ocultista, o que não é exatamente um elogio. Apesar de ligeiramente inspirado por uma trama da linha Vertigo, o roteiro deste décimo exemplar da primeira temporada prefere passear por idéias tolas e se tornar inchado por ações que não levam a nada, chegando até a desperdiçar um dos grandes vilões do universo místico da DC Comics.

Talvez um dos poucos acertos de Quid Pro Quo seja finalmente dar algum espaço para a história de Chas, mostrando ao espectador sua conturbada estrutura familiar (embora nisso, falhe um pouco), além de explicar a sua condição, até então, caracterizada como de imortalidade. As cenas em flashback fazem o episódio lembrar, em estrutura, outra adaptação para a TV, Arrow, e funcionam até por motivos externos aos quadrinhos por envolverem um acidente muito semelhante ao que vitimou centenas de pessoas na Boate Kiss, caso que ganhou o mundo e serviu até de inspiração para um capítulo de CSI. O passado do taxista parceiro de John é trágico e torna sua bizarra habilidade de ressuscitar um elemento tocante e de fácil identificação. Além disso, limitar o número de vezes que pode voltar a vida é uma boa ideia a ser utilizada no (incerto) futuro da série.

O restante da trama é um emaranhado de eventos que não servem para segurar os 42 minutos de duração. A filha de Chas tem a alma roubada, juntamente com vários habitantes de Nova Iorque e John precisa investigar, o que o leva a Felix Fausto, interpretado de forma certeira por Mark Margolis. A versão do vilão é um tanto diferente do que se conhece das HQs, mas até funciona por trazer sua grande habilidade sendo reflexo da plot principal sobre a Ascensão das Trevas. Ver Constantine humilhando Fausto por achar o mago incapaz de cometer um ato tão poderoso é algo típico do protagonista. Porém a forma como o texto lida com toda a ação leva a momentos inúteis e que fazem a narrativa perder o ritmo. Mandar John e Zed atrás de um demônio para depois dizer que a caçada não serviu para nada é novamente, assim como aconteceu na semana passada, uma forma tola para que o episódio chegue à sua duração padrão. Assim, com situações que dependem de efeitos visuais em batalhas místicas sem importância e um vilão que mesmo bem apresentado, acaba desperdiçado no terceiro ato, a comparação com o Constantine mais recente se torna inevitável. É tudo muito bem feito (com o design de produção caprichado e uma fotografia sombria o suficiente para manter a atmosfera pesada), mas sem muita substância.

Uma coisa que atrapalha a imersão do público na história pessoal de Chas é a falta de informações prévias sobre sua esposa e filha. Apesar de já mencionadas anteriormente, foi algo superficial demais para fazer todo o drama ter o apelo pretendido. Mesmo que se trate de uma criança em perigo, fato que por si só já é suficiente para dar certo senso de urgência, fica difícil se importar com a situação, pois parece se tratar apenas de mais um caso da semana, sem o diferencial de que desta vez é algo de cunho extremamente pessoal.

Constantine - Season 1

A situação crítica de Constantine perante a emissora não está melhorando. Com o retorno do hiato trazendo episódios que não atingem a qualidade já mostrada anteriormente só piora a situação, afastando a audiência, mesmo com a mudança no horário de exibição. Infelizmente o potencial do programa sendo desperdiçado em seu momento mais dramático parece tornar o cancelamento a opção mais viável para a NBC. Resta torcer pelas próximas três semanas trazerem algo mais, para pelo menos o último episódio não desapontar em números e, quem sabe, trazer uma segunda chance para a adaptação. Mas, do jeito que as coisas andam, essa esperança está cada vez mais distante.

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Alexandre Luiz

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