Review: Arrow S02E18 - Deathstroke

DeathstrokeApós o quadrinesco episódio da semana passada e levando em conta o título Deathstroke, era de se esperar que Arrow entregasse outra movimentada aventura, com arriscadas cenas de ação e uma batalha empolgante contra o vilão Exterminador. Porém, apesar de ágil em seu ritmo, este 18º exemplar da segunda temporada da série soube usar seu tempo para trabalhar plots e subplots que foram apresentadas durante os últimos meses. Para que nada soasse forçado, a decisão do roteiro em finalmente revelar boa parte do que une essas tramas, ao invés de pender apenas para a ação desenfreada, foi fundamental.

Continuando exatamente do ponto deixado em aberto no último episódio, Deathstroke tem como espinha dorsal o seqüestro de Thea Queen, catalisador para uma cadeia de eventos que afetam as três vidas de Oliver: a pessoal, envolvendo sua família, a profissional, trazendo conseqüências urgentes para sua empresa, e aquela vivida como justiceiro, reverberando também em sua equipe. Em meio a tudo isso, ainda sobra tempo para desenvolver a trama da candidatura de Moira, algo que parece também fazer parte das maquinações de Slade Wilson. O vilão, interpretado por Manu Bennett, surge imponente em todas suas cenas e onipresente em praticamente tudo que acontece neste episódio (algo que deve se tornar constante até a season finale). Manipulador, frio, calculista e com uma inclinação divertida para a fofoca, pois causa mais estragos quando escancara segredos do que em suas batalhas físicas, o personagem encontra o equilíbrio perfeito entre uma adaptação fiel e uma abordagem totalmente nova.

Usando o tempo como pode, Deathstroke se sai bem como o início do primeiro ato de uma aventura muito maior. Assim, não há pressa para revelações, que acontecem apenas nos últimos 15 minutos, e a partir daí, o episódio se solta, trazendo ainda mais senso de urgência para a narrativa. Graças a isso, uma das forças do roteiro está em explorar o drama da família Queen, principalmente o de Moira, que já passou pela perda de um filho antes, mesmo que este voltasse 5 anos depois. A idéia de perder Thea para o seqüestrador soa plausível até para o espectador, já que a série não mostrou pudor algum em eliminar um de seus personagens regulares no ano passado.

Alguns problemas de percurso, no entanto, enfraquecem o episódio, com destaque para a óbvia referência/cópia de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Quem acompanha a série já desconfiava de uma inspiração do filme em uma subtrama, confirmada pelo ponto de virada citado no parágrafo anterior, frágil não apenas por usar algo recente na memória dos fãs de quadrinhos, mas por reciclar um elemento de um dos filmes de heróis mais visto dos últimos anos. Há momentos tão originais e interessantes em Arrow que a pergunta é: a série precisa mesmo copiar algo que deveria servir apenas de inspiração? A sensação de “eu já vi isso” é incômoda porque acaba com qualquer suspense que poderia existir no momento.

Por outro lado, o roteiro não deixa praticamente nenhum personagem, do lado dos heróis, em situações confortáveis. Roy, Oliver, Thea, Quentin Lance e suas filhas. Todos terminam Deathstroke em pontos-chave de mudança. Resta saber se os roteiristas estão dispostos a seguir adiante com a idéia de que “nada mais será o mesmo” sem olhar para trás, deixando os personagens evoluírem naturalmente, enfrentando novos desafios que pareciam improváveis no começo da temporada.

Deathstroke

Apesar de poucas cenas de ação, há uma espetacular envolvendo o Arqueiro e outra bem fraca com o Exterminador. Este último parece bem prejudicado pela pesada roupa que usa, tendo movimentos limitados e focando apenas em fazer pose para causar algum impacto. O take em que arremessa sua espada em um guarda é muito ruim, chegando a lembrar algo saído de algum fan film.

Com hiato de uma semana, Arrow deve deixar seus fãs impacientes para os rumos tomados de agora em diante. É bom lembrar também: mais importante que unir as pontas soltas é fazer um desfecho coerente com todas as tramas apresentadas até aqui. Se mesmo com pontos copiados descaradamente de outra obra, a série consegue manter um bom nível de viradas e surpresas, não é tão difícil acreditar em um saldo favorável para o final da temporada.

Alexandre Luiz

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2 comments

  1. Avatar
    Lukas 5 abril, 2014 at 09:55 Responder

    A verdade é que Arrow sempre foi uma cópia do Batman. A primeira temporada foi uma cópia óbvia de Batman Begins, mas ao invés de gás da loucura espalhado pela cidade era uma máquina de terremotos (E o vilão era da Liga dos Assassinos também hehe). Nesse caso, é uma cópia do The Dark Knight Rises, e quem sabe a próxima temporada seja uma cópia do The Dark Knight, só que ao invés do Coringa, usem a Arlequina?

    Mas não me entendam mal, por mais "descarada" que seja a cópia, a série é ótima!

    • Avatar
      Alexandre Luiz 6 abril, 2014 at 01:36 Responder

      Pois é, Lukas, nos textos da primeira temporada já havia comentado isso. E nem me importo, na verdade, da série seguir alguns temas da trilogia do Nolan. O que incomodou nesse caso é que a situação era parte da trama e foi MUITO copiada de TDKR (o que acaba enfraquecendo a "surpresa"). Mas vamos lá, né. No geral, Arrow foi uma grata surpresa pra quem é fã de quadrinhos e pra quem quer uma hora de boa diversão sem compromisso. Tomara agora que o Flash siga pelo mesmo caminho (aliás, será que a série do Flash, por seguir pelo lado sci-fi, vai tentar "copiar" Man of Steel? Fica a dúvida!)

      grande abraço e valeu pelo comentário, continue acompanhando!

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