Review: Arrow S02E05 - League of Assassins

O texto a seguir contém spoilers

arrow205aÉ difícil acreditar que a segunda temporada de Arrow conte com apenas cinco episódios. São tantas subtramas sendo abordadas que é ainda mais difícil acreditar que todas tenham se encaixado tão bem na narrativa principal e o quanto cada uma delas teve, até agora, o tempo necessário para manter o espectador interessado. A divisão dessas plots paralelas tem se dado de forma mais do que satisfatória, fazendo com que quando uma seja abordada, outra possa ficar para a próxima semana sem que sua falta seja sentida. Esse é um dos motivos deste League of Assassins funcionar tão bem dentro do primeiro arco de histórias da temporada, cujo início se deu em seu primeiro episódio. Isso, e o fato desta quinta investida poder figurar facilmente em uma lista de momentos mais movimentados do seriado.

Logo nos primeiros minutos, há uma ótima cena com Oliver e Sara sendo atacados por Al-Owal (Navid Negahban), membro da Liga dos Assassinos e enviado por Ra's Al Ghul (cujo nome é repetido várias vezes, o que torna cada vez mais provável a futura aparição do vilão e de sua filha, que também é referenciada) para levar a moça de volta para Nanda Parbat, lugar fictício dos quadrinhos da DC, já citado por Malcolm Merlyn. Após a violenta batalha, Queen pede para Felicity e Diggle investigarem o misterioso ninja, e Sara, sem saída, decide contar mais sobre seu passado como membro da Liga. A partir daí, o episódio se foca quase totalmente na garota, incluindo os flashbacks, que desta vez não são de Oliver. O espectador é apresentado, então, à jornada paralela da moça, do momento que naufraga até o seu encontro com os mercenários do navio Amazo e com o Professor Ivo (Dylan Neil), cientista que parece ter um plano para salvar a raça humana. Como? Ainda não é revelado, mas envolve um bom número de prisioneiros como cobaias.

A verdade é que a história de Sara Lance é tão interessante quanto a de Oliver e, em muitos aspectos, reflete o que o jovem milionário poderia ter se tornado, caso tivesse tomado algumas decisões em sua jornada. Não que a Canário esteja errada em suas convicções, mas ela também não está certa. O roteiro trabalha isso, não deixando as situações serem definidas como boas ou más. As pessoas são mais complexas que isso e suas motivações, embora não justifiquem atitudes como assassinatos, devem ser levadas em conta. O que você faria se sua sobrevivência dependesse de atitudes deploráveis? Dessa forma, a trama de Sara pode ser facilmente ligada a de Moira Queen e sua aparente decisão de enfrentar a prisão perpétua para não ter que revelar seus segredos e perder o amor de seus filhos. A personagem, também para se preservar, no passado teve de fazer coisas das quais se envergonha.

Outro ponto importante do seriado, causado pela inclusão dos ninjas da Liga, é abordar o fato de que Oliver não é um mestre nas artes marciais como Bruce Wayne, por exemplo. Sem a ajuda da Canário, ele jamais seria capaz de enfrentar os homens de Owal sozinho, visto que quase morreu para derrotar Merlyn no final da temporada passada. Isso pode levar o personagem a se interessar por novas técnicas ou fazer o seriado sempre recorrer a outro herói para ajudá-lo. Ambas decisões são interessantes, mas a primeira traria uma sensação de constante aprendizado para o protagonista. Quem também tem sofrido mudanças recorrentes em seu desenvolvimento é Quentin Lance. Descobrir a verdade sobre Sara pode trazer ao policial, um comportamento diferente do que o espectador está acostumado. Quanto a sua relação com Laurel, por exemplo, o terceiro ato já dá algumas pistas quanto a essa mudança de atitude. Paul Blackthorne, inclusive, oferece o que talvez seja sua melhor atuação até aqui. Apesar de suas limitações e tiques de interpretação, o coadjuvante se sai bem, principalmente nos diálogos dramáticos com Sara. Um problema, no entanto, é a rapidez com que Quentin deduz que sua filha é a outra combatente do crime mascarada de Starling. É um pouco estranho que, se deduziu isso, ainda não tenha descoberto a identidade do Arqueiro.

Quem também tem tempo de tela no episódio é Laurel, cujo arco tem se mostrado o menos interessante dessa temporada. Até que ponto garota irá sofrer, fica difícil dizer, mas tomara que sua redenção seja boa o suficiente para recompensar o público, que está sendo levado a praticamente odiar a personagem. Uma coisa que o roteiro acerta quanto a ela, no entanto, é abordar a fragilidade de sua personalidade e como ela se divide em suas atitudes. É uma boa forma de mostrar como uma pessoa que sempre se sentiu culpada por tudo, pode se perder pelo caminho por querer agradar e compensar a todos.

Como dito no primeiro parágrafo, League of Assassins é um dos episódios mais movimentados da série, e suas três sequências de ação podem entrar para lista das melhores de Arrow. As lutas sempre foram um dos pontos fortes do programa, mas neste quinto capítulo o nível realmente se elevou, principalmente porque abordam a dupla de heróis enfrentando os vilões ao mesmo tempo, algo bem difícil de ser filmado, principalmente quando a direção opta por mostrar a ação em planos abertos, confiando totalmente na coreografia milimetricamente precisa dos atores.

League Of Assassins

Oferecendo mais uma prova de uma temporada sólida sendo consolidada, Arrow ainda parece ter muito a mostrar nos próximos episódios. Os personagens não estão estáticos e a ação continua tão boa quanto sempre foi. Assim, a série segue crescendo e se firmando como uma das mais completas e coerentes versões para a TV de um personagem de quadrinhos. É como acompanhar uma daquelas fases elogiadas de HQs, cujos arcos sempre fazem o leitor ficar ansioso para comprar a próxima edição.

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Como parte do episódio, no intervalo, foi exibida a primeira parte de uma série de minicapítulos chamada Blood Rush mostrando a primeira interação entre Felicity e Roy Harper. Confira!

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Alexandre Luiz

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