Review: Arrow S04E04 - Beyond Redemption

O que esperar de um episódio de Arrow dirigido pela responsável por Justiceiro: Em Zona de Guerra? Lexi Alexander traz uma dinâmica interessante para as cenas de ação, mas o apelo de Beyond Redemption fica por conta, surpreendentemente, do drama. A diretora, acostumada a lidar com interpretação para cinema, consegue tirar uma participação impecável de Stephen Amell, que provavelmente teve seu melhor momento dramático de toda a série no episódio da semana.

Funcionando como trama isolada da história principal, mesmo que trabalhe subplots que ainda renderão frutos futuramente, Beyond Redemption lida com a aguardada participação de Rutina Wesley como uma policial que, juntamente com seu antigo esquadrão, resolve dar cabo dos traficantes de Star City para obter lucro. O roteiro trouxe uma reviravolta nesse sentido, uma vez que a personagem é uma versão deturpada da Lady Cop, oficial que já teve até título próprio pela DC nos anos 70. A cidade do Arqueiro, aparentemente, chegou tão ao fundo do poço, que consegue corromper policiais que querem fazer a coisa certa. É um twist muito bem-vindo, mostrando novamente que o seriado não se prende a convenções e busca, sempre que possível, surpreender os fãs mais antigos.

No entanto, mesmo sendo esse o caso da semana, o foco está, mesmo, nas ramificações da inesperada escolha de Oliver em se candidatar a prefeito. Tudo isso muito bem embalado no desenvolvimento entre o protagonista e o Capitão Lance. O texto opta por já revelar para o Time Arqueiro as ligações do policial com Damian Darhk, trazendo certo senso de urgência e um conflito muito interessante, uma vez que a decisão de se tornar político partiu justamente de um diálogo com o pai da Laurel. O resultado é uma cena impactante entre Amell e Paul Blackthorne, em níveis dramáticos que Arrow ainda não havia se permitido chegar. A série realmente precisava do comando de alguém acostumada a lidar com atuações menos artificiais (vide outro filme de Alexander, Hooligans) para fazer a cena funcionar. Não foi uma contratação meramente decorativa para a direção.

Se tudo vai bem na trama central, a subtrama envolvendo a ressurreição de Sara continua sofrendo por transformar Laurel em uma personagem cujas decisões não fazem o menor sentido. Trazer a irmã de volta a Star City, acorrentada e ainda surpreender o pai com essa informação, que não à toa, lembra em certo ponto que sofre de problemas cardíacos, figura entre as opções mais absurdas já exibidas pelo programa. E olha que se trata de uma adaptação de quadrinhos, em que o "absurdo" está presente a todo instante. Não dá mesmo para aceitar esse tipo de comportamento da personagem, que já havia se mostrado tão forte e decidida em tantos momentos. Mas, tudo isso é resultado dessa forçação de barra para construir as bases de Legends of Tomorrow. Infelizmente havia outras opções para que isso fosse feito sem estragar completamente a construção de uma das coadjuvantes mais importantes de Arrow.

Se por um lado há esse desenvolvimento trôpego do retorno de Sara, do outro, o espectador encontra a divertida parceria de Felicity e Curtis, que também irá levar a outro personagem de Legends, Ray Palmer. Mas, da forma como vem sendo trabalhada, essa subtrama parece menos forçada, até porque já foi pensada desde o acidente com o personagem de Brandon Routh no final da temporada anterior e deve, também, adicionar novos elementos para Arrow, principalmente quanto a participação da moça no comando da empresa de Palmer.

Trazendo grandes sequências de apelo visual, a direção de Alexander vai de encontro com suas aspirações para o filme do Justiceiro, no que diz respeito a emular as cores dos quadrinhos. Muitos tons vibrantes e neons permeiam as cenas, criando um interessante contraste com os uniformes coloridos dos heróis. A diretora também teve o privilégio de apresentar um novo cenário, que irá acompanhar os personagens pela temporada: a nova "ArrowCave". Aqui, o destaque vai para o departamento de arte. O local é incrível e a iluminação mais clara imprime muito bem o tom que o seriado tem buscado nessa nova fase. Construir algo tão impactante com um orçamento apertado é algo que não pode passar em branco.

Até agora, a temporada de Arrow só cresceu, não apenas em comparação com sua antecessora, mas em termos narrativos. Com uma trama que busca trazer reviravoltas, mas também parece focada em evoluir os personagens e trabalhar os conceitos de heroísmos necessários para a transformação de Oliver no Arqueiro Verde, o novo ano realmente injeta mais ânimo nos próprios espectadores. Há muito ainda para ser trabalhado, mas as expectativas continuam cada vez mais altas.

Alexandre Luiz

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2 comments

  1. Avatar
    Alexandre Luiz 30 outubro, 2015 at 10:50 Responder

    Oi, Handerson! Olha, não existe nenhuma notícia sobre um retorno dela à série, mas com os comentários positivos e a boa audiência, não duvide se conseguirem ela pra mais um episódio, nem que seja na próxima temporada.

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