Review: Bates Motel – 1x02 Nice Town You Picked, Norma

Uma família feliz na cidade perfeita. Com a tarefa de dar continuidade a ótima impressão deixada pelo seu piloto, Bates Motel só tinha de mostrar a que realmente veio e felizmente o segundo episódio expandiu não só a trama, como conseguiu conferir mais carisma aos seus protagonistas. Se na semana passada a obsessiva influência de Norma sobre o filho, foi capaz de causar um certo incômodo, agora é Norman que transparece os primeiros sinais resultados do destrutivo sentimento da mãe. Neste caso, a presença de Dylan como um filho que nunca teve o mínimo de atenção, chega como um interessante contraponto capaz de por em cheque tudo o que Norma prega.

Eu já tinha comentado que White Pine Bay aparentava ser mais do que era e me surpreendi com o fato de que os roteiristas não enrolaram para jogar isso. Numa das sequências iniciais, o pai de uma das paqueras de Norman é encontrado pelo garoto e suas colegas, quase carbonizado. Como se não bastasse, Dylan também já entra num negócio escuso que se mostra relacionado ao homem queimado. O xerife Romero é outra das figuras bizarras na cidade, mesmo a preocupação com o sumiço do dono do Motel sendo explicada, nada me tira as suspeitas de que ele esconde algo mais.

Os Bates também tiveram sua parcela de estranheza. O interrogatório que Norma fez com Emma, foi além do creepy quando ela pergunta a expectativa de vida da menina, a cara de alegria dela ao ter uma resposta mais do que satisfatória também não ficou para trás. Já Norman, me assombrou com o ataque ao Dylan na cozinha. Muito se falou que os trejeitos do Freddie Highmore no piloto lembravam o Anthony Perkins, eu não tinha visto isso até o momento em que ele pegou o martelo na pia e partiu para cima do irmão.

Em contrapartida, todas as cenas de Norman com Emma, foram de uma doçura empolgante. A mocinha com fibrose cística consegue ser simpática justo por ser o oposto do que se espera de alguém com a sua doença. Gostando de hentais, ou tendo um pai que empalha animais, ela é tipo o par perfeito para Norman. O primeiro beijo dos dois foi um reflexo da inocência adolescente que vai de encontro aos outros jovens da época, a reação dele foi hilária.

Mesmo vendo as segundas intenções, a aproximação de Norma com o policial, também abriu as portas para enxergarmos as verdades sobre White Pine Bay. De tão tradicional, a cidade é daquelas que fazem a própria lei e isso aterrorizou Norma, sendo este o melhor gancho do episódio. Minha reclamação mesmo fica com a trama das garotas sequestradas. Não sei se pela rapidez com que aconteceu, ou mesmo pelo desvio tomado quando Emma e Norman encontram a plantação de maconha, as sequências foram bem mal conduzidas e eu fiquei com uma ponta de vergonha.

Tirando essa ressalva, podemos dizer que Bates Motel vem cumprindo sua proposta com maestria. Tramas curiosas, bons personagens e um tom de suspense clássico carregado de uma parcela de profundidade nas relações que só se mostraram em expansão. Temos muito tempo pela frente para avaliarmos com mais competência o que está sendo mostrado, mas a julgar por esse começo, a estreia já valeu o alarde.

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