Nova série do Universo DC começa morna, mas tem potencial
Já que o Universo DC não está funcionando no cinema (pelo menos, da forma desejada), o negócio mesmo é investir nas séries para TV, não é verdade? Bem, em termos. Na realidade, esse tipo de produto feito pela DC também não vem apresentando lá grandes resultados, apesar da boa recepção a Flash, e de alguma qualidade de Gotham.
Então, a estratégia acaba sendo investir em universos onde pertencem os heróis mais famosos da editora, e ver que resultado dá. A mais recente empreitada nesse sentido é a série Krypton, que explora o planeta natal de Superman e seus ancestrais, com foco em seu avô, Seg-El.
Só que de boas intenções, certo lugar já está cheio, e o que temos aqui é um episódio piloto que tenta ambientar o espectador tanto em Krypton, como em seus principais personagens, mas, ora acerta, ora erra vergonhosamente.
Os primeiros minutos desse episódio, por exemplo, surgem com uma baita confusão de tons, com momentos de um humor muito bobo apresentados após situações mais dramáticas e sisudas. Felizmente essa confusão, que nada mais é do que pressa de apresentar logo os personagens e as suas motivações, é rapidamente diluída, e a série começa a ter até alguma empolgação.
Claro, evidentemente, vamos encontrar um furo de roteiro aqui e outro acolá (se a Fortaleza do avô de Seg é tão protegida, que nem o governo conseguiu achá-la, como conseguem chegar a ela tão rápido?), mas, ainda assim, dá pra acompanhar a narrativa e se interessar por ela.
Em se tratando de personagens, quem acaba roubando a cena são os antagonistas, em especial, Jayna-Zod, líder da guarda militar, e Daron-Vex, chefe dos magistrados. Ambos possuem camadas que podem ser melhor trabalhadas no decorrer da série.
No entanto, quem ainda vai precisar mostrar algum serviço é o (até agora) protagonista, Seg. O personagem acaba caindo no velho clichê de um rapaz revoltado e inconsequente, que recebe uma missão tão importante que vai fazê-lo amadurecer de maneira drástica. Por sinal, são com ele as situações mais clichê e previsíveis deste episódio.
A parte de produção é impecável, com efeitos visuais muito bem feitos, principalmente na construção de Kandor, capital de Krypton. Também é muito convincente o subtexto político que a série aborda, em especial, sobre o governo ditatorial que rege a vida dos cidadãos com mão de ferro. Nada de novo, é verdade, mas, ainda assim, bem construído dentro da proposta.
Tudo bem que se trata apenas do primeiro episódio, e muita coisa pode acontecer (ou não). Potencial para decolar, a série tem. Basta ir só pouco além do óbvio, que, futuramente, ela pode ser uma grata surpresa. No momento, porém, esse episódio-piloto ficou só na média.