Review: True Blood – 6x03 You’re No Good

“For the times they are a-changin'”. Eu sei que com a vibe recente de protestos, o trecho da clássica canção do Bob Dylan já virou modinha para explicar o despertar do Gigante, mas confesso que o achei indispensável para definir o significado de mais um episódio sensacional de True Blood. Que a luta por mudanças na estrutura datada da série começou desde a première a gente tinha notado, mas o que ficou ainda mais claro é que o novo showrunner, agora nosso Tio Buck, já tem uma identidade quase minimalista para série, com rumos tão coesos que chega a espantar qualquer um que outrora estivesse acostumado ao ostracismo pedante estabelecido por Bolão nos anos anteriores. Não há do que se reclamar, e sinceramente voltei a me divertir com nunca com os exageros inspirados da mitologia.

Dar destaque a tantos personagens não é fácil, porque tudo tende a cair na alegoria, afinal o cerne da série é um ambiente sobrenatural compartilhado na nossa realidade. Logo é bem mais correto conectar todo mundo sem optar por fillers que não vão dar em lugar nenhum (lembrando agora do vergonhoso Ifrit). O catalisador da temporada é os planos do Governador Burell, esta trama de ódio contra os vampiros rendeu a Eric o maior destaque da semana, mas ainda sim ecoou pela maioria dos outros plots (só os Stackhouse ainda estão de fora). A dubiedade que tornou Eric tão bom em tela com o passar dos anos voltou com tudo, e todas as cenas do clã Northman foram excelentes. Eu acho que Willa vem funcionando como a personificação do fandom apaixonado pelo viking (certeza que muita gente se derreteu na confissão dentro do caixão), e se as descobertas sobre o Campo de Concentração Vampírico parecem assustadoras, o alívio cômico vem logo em seguida com a icônica participação de Ginger, a nossa scream queen favorita.

Já deu para perceber que da ativista SVU, só Nic realmente se importa com a força que a saída dos outros seres sobrenaturais para luz da mídia daria a luta contra o preconceito. Os outros integrantes estavam mais para caçadores de recompensa estilo “Conheçam o Pé Grande”. Mesmo Alcide estando no centro da trama, deu para dar um desconto, pois Sam e Lafa também estão tão presentes quanto. Eu continuo achando que os lobos é que deveriam ir para um Canil de Concentração e serem exterminados, pois ouvir o Panicat dizer que é o packmaster chega a dar enjoo.  Alcide não conseguiu nem controlar o bando, e os amigos de Nic foram todos trucidados.Pelo menos Sam resgatou Emma, mas já prevejo uma disputa violenta pela lobinha.

Eis que o novo arsenal patrocinado por Burell chega à delegacia de Bon Temps e Holly faz sua primeira aparição só pra colaborar com o panteão de alívio cômico que a gente ama. Aqui vale o destaque pras fadinhas de Andy que vão ficando cada vez mais divertidas (“Handlasers off!” pra melhor quot do episódio já) e o momento fofo entre eles e Holly. Quem serviu de cobaia para ganharmos uma primeira visita aos Campos do Governador foi Steve Newlin. Claro que a canastrice das cenas dele foram de propósito, e a chegada da ex-Senhora Newlin só me fez rir ainda mais. O humor ácido sem crítica velada ao alcance que política e religião têm na expansão de grupos de ódioparece caricato, mas por isso mesmo inteligente.

O núcleo do “vampiro Warlow e a (sa)fada prometida” não andou muito, porém as suspeitas sobre a verdadeira identidade do monstro milenar só aumentaram. Eu disse que Sookie revelar a localização do Bataclan das primas para Ben ia terminar em chacina. Como nem Niall conhece os verdadeiros poderes de Warlow (visto a surpresa diante do sangue ofuscante do vampiro) se mais tarde confirmarmos que ele é Ben, a confiança que o vovô Stackhouse depositou no forasteiro boa praça vai fazer todo sentido. Quem nunca ficou bobo com os momentos fofos entre Sookie e Jason? A química dos irmãos sempre rende cenas emocionantes, e o discurso de Sookie me comoveu de verdade (Adele Stackhouse minha querida, você criou uma grande mulher).

O profeta da palavra de Lilith continuou se achando e recebeu uma merecida resposta diante de tanta prepotência. Não gosto nenhum pouco de Bill,mas vê-lo queimando só não foi legal, pois estava com pena da Jess. Como o vampiro mais enrugado de True Blood nunca teve identidade e sempre seguiu a correnteza aonde quer que ela estivesse, ele junta o sonho de Russel Edgington com o estopim que trouxe os vampiros à tona, ou seja, nada melhor do que planejar um tru blood a base de sangue de fada. É animador ver o cuidado em resgatar esses flashs mitológicos e tudo foi muito bem trabalhado. Se teve fanservice com Eric seduzindo moças em caixões, tem também um colírio com Jess sequestrando o criador do sangue sintético toda de colegial. Todo mundo ficou bem servido então. Enquanto isso, Bill vai tentar pedir um pouco de sangue a ex. Foi ousado da parte dele tentar isso, porém rendeu mais momentos “Bill, O Estranho” e um esporro de Sookie, o que me fez gostar muito.

Com outra visita que mais uma vez todos achavam ser Warlow (Nora já suspeita de que é Sookie parte da resposta para o fim do filho de Lilith) e cliffhangers que colocam Burell no encalço do clã Northman só porque Tara quer se ver livre de problemas, o fim do episódio assume outra vez um tom creepy ao sugerir que as fadinhas de Andy acabam de entrar na linha de fogo de uma guerra que ainda tem muitas armas para se preparar. Chegou a hora de transpor limites, os tempos realmente são outros.

P.S.: Quer dizer que vovô Niall desaparata com um efeito semelhante a Enterprise entrando em dobra?! Cool, cool coolcool!

P.S.2: “Se você quer fazer o trabalho de Deus, você precisa ser um político!”. Sara Newlin ou Feliciano, qualquer semelhança não é mera coincidência.

P.S.3: O que afinal Jason tem?! Estou com medo do prognóstico.

P.S.4: Bem chorosa a despedida do Fangtasia, sério mesmo.

P.S.5: Para os vampiros True Death, para as fadas Ultimate Kindness. Legal né?

P.S.6: Mesmo escrito por Mark Hudis, rumores apontam que Brian Buckner já havia assumido o posto oficial de showrunner no segundo episódio, significa que tudo só tende a melhorar. Maravilha!

Comente pelo Facebook

Comentários

Comente pelo Facebook

Comentários

5 comments

  1. Avatar
    Júnior Silva 6 julho, 2013 at 02:58 Responder

    O episódio foi muito legal, isso é ótimo, algumas cenas passaram por mim despercebidas, admito, mas teve outras que me deixaram in love:
    1º já gostei de Willa, submissa, cara de inocente (mas por dentro é puta, sinto), com uma vontade louca de se aventurar em Erik (fato), a bonitinha já queria dar uma chupadinha, hum…
    2º A-M-E-I Ginger ter aparecido, foi a melhor parte do episódio pra mim, sério, morri d+ com ela toda satisfeita por ver Erik em sua porta, cheirando a rapidinha, e de repente, aparece mais duas vampiras e uma humana pra acabar a festa kkkkk coitada xD
    3º Não queria acreditar nisso, mas também estou tendo quase certeza de que Warllow é o fado (por favor quem escreve True Blood, reconsidere isso, ele é fofo d+ pras se revelar vilão, obrigado)
    4º Bill pegando fogo foi previsivel, me poupe, ele foi bocó (-.-)
    5º Jéssica causando de cinta liga foi divante, amei
    6º Alcide e eu estamos tendo uma crise, decidi que a cada episódio em que ele se passar, vai diminuir 10% de favoritismo, ele já perdeu 20%… pois é lobão, se ligue porque se não a lua só vai aparecer nova pra você =P
    7º Bill na casa de Sookie foi bem ousado, gostei dele ter feito isso, sou do contra mesmo kkkkk
    8º Sam resgatou a she little wolf, pisou
    9º As fadinhas que se cuidem, Bill vai drenar vocês…

    ps: "Bem chorosa a despedida do Fangtasia, sério mesmo." (pois é =/ – não vou negar que imaginei a voz de Myllena no termo final kkkkk)
    ps2: Percebi que Holly lembra um pouco Kylie Minogue (deve ser a cabeça no formato formiga =S)
    ps3: Hoje não tive muita inspiração pro comentário =/, devem ser as fortes emoções da semana me desviando o foco, mas na proxima vou descontar o/

Deixe uma resposta