Review: True Blood – 6x04 At Last

Enfim, mas longe do fim não é mesmo? Se formos fazer uma comparação bem básica, já podemos dizer que dentre todas as outras temporadas de True Blood, essa é de longe a com o ritmo mais frenético. Antes teríamos de ter esperado o sexto ou sétimo episódio pra ter uma noção de qual realmente era o plot central (ofuscado em boa parte pelas tramas avulsas), porém referenciando mais uma vez o senso de unidade, tudo agora se desenvolve de uma forma concisa e até mais sisuda do que qualquer outro ano, logo, tenho quase certeza de que não vai demorar muito para o pequeno e alucinógeno universo de Bon Temps voltar a ser tão viciante quanto v-Juice.

E Ben realmente é Warlow! Não foi o mistério mais escondido da série, mas posso me gabar por ter cantado essa bola desde a primeira aparição do half-fairy boa praça. O lance dos ataques de Jason continua uma incógnita, mas caiu bem em utilidade para tornar a revelação sem muitos floreios. Claro que tudo fez sentido e até a inépcia de vovô Niall foi explicada por ele não ter nem noção da origem do vilão (?). O que me pareceu ainda mais legal, foi eles terem usado a curiosa propriedade do sangue de Warlow, para ajudar Sookie a descobrir a verdade sobre o vampiro stalker. Quando True Blood foge de twists providenciais a gente passa a enxergar mais classe do que deveria na série e isso é muito bom.

Quando é que provar v-Juice não vai trazer sonhos constrangedores? Até hoje os efeitos oníricos despertados pelo sangue de vampiro vão do erótico ao embaraçoso em instantes. Jason coitado sempre cai nessas roubadas (ou vocês se esqueceram do momento com Hoyt no quarto ano?). Felizmente, o sonho molhado dele, não funcionou só como fanservice homoerótico e na verdade abriu os olhos de vovô Niall para Ben, porém já tinha dado pra notar que essa dupla estaria longe da aptidão necessária para enfrentar um vampiro ancestral e de origem híbrida. O resultado só não foi mais desastroso por que Warlow é sim mais do que aparenta ser. Em contrapartida, o saudoso lado badass de Sookiezinha é que voltou com tudo. Ver a (sa)fada fazer a linha femme fatale caipira me deu crises de riso, tudo isso regado a conversas salientes em portas de hotel e ideias para jantares incrementados com prata coloidal.

Ainda na vibe pirlimpimpim, as fadinhas de Andy agora são adolescentes (muito assanhadas por sinal) e o perigo pra cima delas já tinha ficado evidente quando Billith sentiu o cheiro das meninas. Jess é que mais uma vez ficou encarregada de fazer o serviço sujo, agora para conseguir as cobaias e o sangue de fada. Esse lado científico com o tal Hido Takahashi é legal e caiu muito bem na trama. O problema da propriedade especial do sangue sundown é a instabilidade (os vampiros que já haviam bebido de Sookie realmente só andavam um pouco mais do que segundos no sol) e sintetizar um novo tru blood com essa limitação é praticamente impossível. Ainda estão vendendo uma imagem altruísta do novo Bill, mas é visível que ele continua ambicioso como sempre, eu só fiquei triste com o papel (sempre sombrio) destinado a Jess no fim do episódio.

Com a classuda pegada vinda da trama envolvendo o papa Nothman a.k.a. viking, eu já posso dizer que todo o clima “Entrevista com Vampiro” da transformação de Willa, me fez bater palmas. True Blood vem resgatando a mitologia sensual dos vampiros com essa devoção cega expressada pela filha do Governador e os motivos que levam Eric a tomar uma segunda cria são mais dramáticos e animadores do que uma mera vingança (notem aqui que mesmo milenar Eric é bem mais humano que Bill, afinal o agora profeta tomou Jess no começo da série por medo de ficar preso num caixão). Entendemos também o que Sarah Newlin queria dizer com “sou política agora”. Ela é o feedback para o ódio de Burell e deve ter alguma novidade sobre os Campos, que não foi dita devido o retorno de Willa.

No núcleo over, ficou a cargo de Sam e a disputa por Emma, surgir como os momentos menos empolgantes. Eu já disse que voltei a gostar muito do metamorfo, mas é que tenho uma preguiça mortal dos lobisomens e eu desligo quando eles entram em tela. Fiquei com pena de Nic, que assinou o atestado de óbito ao ficar com o dono do Merlotte’s, pois só Sookie sobreviveu ao agourento sentimento do coitado. Os Bellefleur também foram mais ou menos e eu já estou torcendo bastante para que não tragam um Terry culpado, pois o potencial de chatice da trama é imenso. Andy foi o melhorzinho como pai preocupado e Jason voltando a ser seu braço direito já reforçou o potencial cômico da dupla (Dirty Harry foi boa!).

A revelação do parentesco entre Warlow e Niall me surpreendeu daí fui pesquisar e descobri que nos livros de Charlaine Harris, fadas puras e da mesma linhagem nascem em ninhos, por isso o híbrido mencionou a proximidade da sua família com a do vovô fada, mais uma vez fica evidente que querem dar motivos e uma profundidade a Warlow e eu gostei dessa fuga do vilão indestrutível e estereotipado. A tragédia na mansão Compton com o descontrole de Jess diante do sangue das fadinhas encerrou e abriu uma nova e triste jornada para baby-vamp diante disso tudo eu percebi que se antes eu tinha medo, agora eu vejo que a trama envolvendo as fadas rende bem mais do que sempre se propôs.

Mas o jantar “empata fóda” organizado por nossa (sa)fada prometida foi a escolha mais empolgante para terminar o vibrante episódio. Acho que eu nunca tinha visto Sookie tão calculista, os anos de mentiras com Bill realmente ensinaram ela a se virar. A cara de Ben/Warlow sendo ameaçado pelo hadouken/genki dama mesmo na hora do bem e bom foi impagável. True Blood está on fire meus queridos fangers e a gente segue junto.

P.S.1: Se o miserável do Burell fizer alguma coisa com Ginger a gente tem mais é que torcer que Eric desmembre ele com brita!

P.S.2: Coitada da Nora, presa pela LAVT depois do hadouken certeiro do vovô Niall.

P.S.3: Pra fechar a equipe que tá indo pros Campos, Pam também foi capturada. A bombação mesmo deve ser por lá nos próximos episódios.

P.S.4: Curioso que trouxeram de volta o atendente da conveniência que aparece na primeira cena de True Blood, eu curti demais.