Um filme que mistura relatos reais e ficção canastrona, na obra que Campbell assume a direção.

Meu Nome é Bruce é um filme de comédia e horror, tal qual boa parte da filmografia de seu astro e diretor, Bruce Campbell.
Produzido pela Dark Horse Indie Films, o longa acabou sendo um fracasso de bilheteria, mesmo apelando para alguns comentários metalinguísticos e até espertos, se considerar a época de seu lançamento, em 2007.
Campbell não só dirigiu o longa, como também o produziu, junto a seu contumaz parceiro Mike Richardson. O roteiro é de Mark Verheiden. Gary Kout foi o produtor de linha a dupla Craig Sanborn e Chris Tongue foram produtores associados.
Estreia
O longa passou por uma série de festivais. Estreou em seu país natal no Ashland Independent Film Festival em abril de 2007, depois chegou ao CineVegas International Film Festival e no East Lansing Film Festival.
Na Alemanha, chegou em agosto de 2008, no Fantasy Filmfest, no Canadá estreou no Deadmonton Horror Film Festival. Depois ele foi lançado em circuito reduzido de cinema, sendo lançado em mídia física na maioria dos locais.
O título original é My Name Is Bruce. Há variações bem literais como Mon nom est Bruce na parte francesa do Canadá, Nimeni on Bruce na Finlândia, Ton lene Bruce na Grécia, A nevem Bruce na Hungria, Mam na imię Bruce na Polônia.

No México é Mi nombre es Bruce, na Espanha era chamado Posesión demencial e em Portugal é Meu Nome é Bruce mesmo.
O filme foi gravado no Oregon, entre Medford e Southern Oregon. Parte de suas cenas externas, as da "cidade de Goldlick" foram filmadas na propriedade de Bruce Campbell, onde foi construído um estúdio com as cenas externas de todos os prédios.
Essa é uma produção de dois estúdios ligados a editoras de quadrinhos, no caso a Dark Horse Entertainment e a Image Entertainment. A distribuição nos Estados Unidos foi a Image Entertainment em 2008. No Reino Unido, foi distribuído pela Anchor Bay Entertainment, nos cinemas e em DVD.
Quem fez:
Bruce Campbell é obviamente lembrado mais por ser ator. Entre suas obras mais famosas há A Morte do Demônio, Uma Noite Alucinante e Uma Noite Alucinante: Army of Darkness, que é a trilogia Evil Dead de Sam Raimi, seu amigo de longa data.
Ele faz cameos e participações especiais em vários filmes do diretor, como Darkman: Vingança sem Rosto, Rápida e Mortal, a trilogia Homem-Aranha e Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura.

Tem participações diversas em séries, como Xena: A Princesa Guerreira (que também é produzida por Raimi) Lois e Clark: As Novas Aventuras do Superman, Ash vs Evil Dead e a atualmente no ar Hysteria.
Atuou em diversas trasheiras como Moontrap, Manica Cop: O Exterminador, Maniac Cop 2: O Vingador, Perdidos no Tempo, Fuga de Los Angeles e Bubba Ho-Tep.
Falando nesse último, Campbell desejava que Don Coscarelli dirigisse esse longa, mas ele não conseguiu.
Para surpresa de muitos, esse não foi o primeiro filme dirigido pelo ator. Ele fez alguns curtas nos anos 1970, como Supa' Bad, D-Day, Manhunt, etc. A maioria desses curtas são difíceis de achar, provavelmente foram trabalhos acadêmicos.
Também dirigiu episódios em Xena, Hercules: A Lendária Jornada e o longa Man with the Screaming Brain e o especial Make Love! The Bruce Campbell Way.
Foi produtor em A Gangue da Loba, Loucos muito loucos, A Morte do Demônio, Black Friday, Evil Dead: The Game e a série Discontinued. Foi coprodutor em Uma Noite Alucinante 2 e 3, produtor executivo em A Morte do Demônio/Uma Noite Alucinante, Burn Notice: The Fall of Sam Axe, Ash vs. Evil Dead, A Morte do Demônio: A Ascensão.
A (quase) participação de Raimi
Os papéis de Wang e do pintor de letreiros foram escritos para Sam e Ivan Raimi, mas os dois estavam muito ocupados trabalhando em Homem-Aranha 3 e foram forçados a recusar.
É por isso que Ted Raimi interpreta ambos os papéis, bem como o papel para o qual ele foi originalmente escrito, Mills.
Sobre Ted, houveram outras participações de gente da trilogia Evil Dead, como Ellen Sandweiss, Dan Hicks e Timothy Patrick Quill. Todos eles tiveram breves papéis aqui
Narrativa
A história se localiza em Gold Lick, uma cidade fictícia no estado do Oregon.
Nas primeiras cenas, aparecem dois garotos, de visual roqueiro, que conversam sobre cultura pop. Um deles, o Jeff de Taylor Sharpe, defende ardorosamente a figura de Campbell, inclusive o chama de o melhor ator de sua geração.
Jeff é tão fanático pela figura do ato, que confunde o artista com suas obras, acreditando que ele tem os mesmos poderes de Ash Williams.
Depois que a dupla de meninos se encontra com duas moças no cemitério, mas são interrompidos por um monstro azul de origem chinesa, convocado acidentalmente pelos jovens.

O ser é Guan Di, um homem homem de traços chineses, cuja face monstruosa é escondida pela noite escura.
Obviamente que não houve um grande investimento no visual do personagem.
O personagem parece um figurante de uma série infantil, mas ele é implacável, usa sua espada para cortar e matar quem estiver pela frente.
O deus real
Guan-Di é uma entidade chinesa de verdade.
Esse é um nome alternativo para Guan Yu, uma das figuras históricas chinesas mais famosas. A deidade se trata de uma pessoa cujo caráter era tão belo, que levaram ele a ser deificado quatro séculos depois que morreu.

Guan Di Temple Kuala Lumpur, na Malásia
Ele ainda é adorado em grande parte da China, especialmente em territórios de comunidades de expatriados mais recentemente na história, além de outros países próximos, como na Malásia.
Normalmente sua figura representa lealdade, fraternidade e retidão, não sendo apenas uma referência a comida tofu.
O ingresso de Bruce na trama
Não demora até que o filme mostre Campbell em ação.
O sujeito está decepcionado, tendo que lidar com um set de filmagem muito bagunçado, para mais uma obra de cinema B, como tantas de sua carreira.
Apesar de ser esforçado, o sujeito está frustrado por fazer um filme horrível, Alien das Cavernas 2, ou no original Cave Alien 2, uma obra fictícia, feita para caber nesse script. Curiosamente, tanto a trama quanto o título desse conversa bem com o momento da carreira de Bruce nos anos 2000.
O ator vinha fazendo obras de qualidade duvidosa, normalmente em telefilmes no estilo dos filmes da Syfy ou Asylum.
Uma pessoa odienta
A personalidade de Bruce é a de um idiota. É vaidoso, um ególatra, odiado até pelos funcionários rasos no set.
O roteiro de Verheiden brinca com a decadência de Campbell, com a falta de bons convites, com o ocaso e com fracassos de arrecadação em suas obras. Como esse Meu Nome é Bruce rendeu menos de 10% do seu orçamento, resultou numa metalinguagem legal.

A personalidade desse Bruce fictício e de fato muito parecida com a de Ash, especialmente a versão mais velha, que ele faria na vindoura Ash vs The Evil Dead.
Ele vive em um trailer pequeno, usa blusões enormes, de temática havaiana, tal qual ocorre no seriado citado.
Aqui há algumas participações especiais, como a de Ted Raimi, que faz o agente do ator, Mills Todner, além de outros personagens, como o pintor Ted e Wing, que é o último chinês da cidade, interpretado aqui de forma um bocado preconceituosa, apelando para estereótipos péssimos.

Bruce está particularmente triste, tanto que bebe a cerveja que compra para sua pet, mesmo que ela seja feita para cães.
Obviamente que não existe cerveja alcoólica para pets, nem mesmo na atualidade, onde se vende tudo para animais domésticos.
A marca da bebida é Shemp's é uma referência Fake Shemps, apelido dado aos dublês nos filmes de Sam Raimi, que por sua vez, é uma homenagem a Shemp Howard dos Três Patetas.
O cachorro também carrega uma referência, já que se chama "Sam 'n Rob", uma junção dos nomes de Sam Raimi e Rob Tapert, que trabalharam com Bruce Campbell em projetos como a trilogia Evil Dead e Xena.
Personagem ébrio
Bruce vive bêbado, liga para sua ex-mulher, vive em lamúrias e murmurações. No meio de um porre ele é interrompido, raptado por Jeff.
O sujeito está tão mal que não consegue reagir ao sequestro, caindo de maneira quase infantil na armadilha do rapaz. Depois de ficar seis horas no porta malas de um carro, o ator é recepcionado por toda a cidade, que tem poucos habitantes, pouco mais de 300.
As pessoas de Gold Lick acredita que ele é capaz de deter a entidade maligna por conta dos filmes que fez.
A ideia de Jeff unido ao esforço de Campbell lembra a trama dos artistas de circo indo até o formigueiro, em Vida de Inseto, animação dos primórdios da Pixar, que adapta de maneira infantil parte da trama de Os Sete Samurais.
De acordo com o comentário do DVD, a maioria das memorabília de Bruce Campbell no quarto de Jeff era real, incluindo uma fantasia de Brisco County Jr. da série The Adventures of Brisco County, Jr.
Há até alguns itens de produções inventadas, como um pôster de The Stoogitive, foram feitos não só para preencher o espaço mas também para aumentar a aura em torno de Campbell.

Um homem de paixões efêmeras
O fator que faz ele ter algum nível de simpatia pela cidade é Kelly Graham, interpretada por Grace Thorsen, a bela mãe de Jeff.
Ele tenta flertar com ela, mas age sempre de maneira imatura e babaca. É curioso como Bruce age exatamente como Ash. A cidade de Gold Lick tem um histórico triste.
No passado, muitos chineses morreram em uma mina terrestre, Guan Di é o guardião deles e por isso ele retorna. Esses detalhes só são dados depois de um tempo.
Elementos que favoreceram a rejeição
Aos poucos o ator ganha a confiança da comunidade, mas nada é desenvolvido de maneira séria. Isso certamente influenciou na forma como o público assimilou o longa, como os efeitos e o visual do filme são ridículos, é bem natural que ele não tenha sido bem digerido pelo público geral.
Fato é que nem os fãs de Cinema B foram em peso aos cinemas.
Mesmo os apelos metalinguísticos soam bobos e um bocado desnecessários, mas ainda resta um charme, mesmo que seja pouco, sem falar que sem ele, talvez a ideia de Ash vs The Evil Dead não teria amadurecido, tampouco teria se tornado real como foi.
Meu Nome é Bruce é uma bobagem feita com orçamento ínfimo. É repleto de ideias bobas e de referências a elementos da carreira de Campbell, é tão canastrão quanto seu diretor, mas não é tão cheio de predicados ao ponto de justificar a metalinguagem, tampouco é muito merecedor ou digno de elogios.
TRAILER
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