Review: Arrow S04E14 - Code of Silence

AR414bEm Brotherhood, sétimo episódio desta temporada, James Bamford fez sua estreia dirigindo um exemplar de Arrow. Bamford está na série desde o início como coordenador das cenas de ação e responsável pelas coreografias de artes marciais que fizeram a adaptação do Arqueiro Verde se destacar entre os programas do gênero. Naquela ocasião, havia um certo exagero nas lutas e uns problemas de condução que, embora em um bom episódio, demonstravam certa fragilidade do profissional ao passar para a cadeira da direção. Este Code of Silence, no entanto, o traz muito mais seguro e com uma noção maior de timing, gerando uma das mais interessantes aventuras do quarto ano.

Duas coisas chamam muita atenção aqui. A primeira é que, apesar de ser totalmente focado na ação, Code of Silence evita dar destaque aos combates corpo a corpo (o grande problema em Brotherhood). Bamford traz seu estilo de longos takes, muito criativo e ousado, pois exige um exaustivo ensaio para que nada dê errado, para duas sequências muito bem coreografadas envolvendo alguns dos personagens principais dentro de prédios em processo de demolição. Ambos momentos certamente já podem ser considerados entre os mais memoráveis de Arrow. A outra situação interessante está na velocidade do episódio. Até nos diálogos escritos por Wendy Mericle e Oscar Balderrama existe uma agilidade inédita no programa, o que confere um ritmo frenético, que jamais cansa o espectador. Mesmo as cenas que envolvem um texto mais dramático são extremamente envolventes, principalmente no diálogo entre Thea e Oliver sobre o filho do protagonista. Além de trazer um bem-vindo retorno ao relacionamento entre os irmãos, dá uma boa oportunidade para Willa Holland e Stephen Amell trabalharem a química entre seus personagens. Outra subtrama que funciona bem envolve Quentin Lance e Donna Smoak, pois dá a Paul Blackthorne um bom material dramático, além de servir de paralelo para a ideia do segredo sobre o filho de Oliver.

Também é gratificante ver o retorno de Damien Darhk, depois de algumas semanas ausente. O vilão volta com tudo em suas maquinações para dominar Star City, com ênfase na campanha eleitoral de sua esposa, vivida por Janet Kidder (sobrinha da Margot Kidder, para os fãs da DC que reconheceram o sobrenome). Malcolm Merlyn parece ter se unido à HIVE, desde que revelou a Darhk sobre a existência de William. Há, contudo, um pequeno problema em toda essa situação. Se o ex-líder da Liga dos Assassinos está motivado a se vingar de Oliver, porque não revelar de uma vez a identidade do Arqueiro Verde?

Nos flashbacks, no entanto, o episódio não se sai bem. Parece não haver história na trama do passado ou, na verdade, parece haver uma história que qualquer roteirista resolveria em 10 minutos, mas que precisa ser esticada por 23 episódios simplesmente para manter uma estrutura que, no geral, nunca agradou. Em uma quinta temporada, levando em conta o período de tempo representado por cada ano, fica a esperança de que o programa se livre deste elemento de roteiro.

Todo o episódio se passa durante o período de preparação para o debate entre os candidatos a prefeito de Star City, e há uma decisão um tanto original por parte do texto. Não mostrar o debate em si é emblemático para enfatizar que a série não está interessada em política (o que é uma pena, levando em conta o histórico do Arqueiro nos quadrinhos) e ajuda a segurar o ritmo imposto pela direção de Bamford. É uma via de duas mãos, com prós e contras, e o espectador é que deve se decidir se trata de um acerto ou oportunidade desperdiçada. Uma coisa é certa, contudo. A abordagem não diminui a qualidade da aventura da semana e, se a opção foi não arriscar para não errar, demonstra consciência por parte dos realizadores, quanto às próprias limitações.

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Digno da fama de Arrow em trazer sequências de ação cujo espetáculo visual não é tão comum na TV, Code of Silence é mais um acerto da temporada, algo necessário depois do fiasco da semana passada. Só prova que o seriado ainda tem fôlego, basta trazer bons roteiros e enfatizar o que os fãs já aprenderam a gostar desde o primeiro ano.

Alexandre Luiz

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