Review: The Walking Dead – 3x05 Say The Word

Sinceramente, eu ainda não estava preparado para The Walking Dead. Me empolguei há alguns anos, desanimei na caminhada, mas voltei a ficar eufórico com esses últimos episódios. O que me surpreendeu é o fato de que Glen Mazzara e seus parceiros não estão dispostos a desacelerar esse trem, e mesmo com a pancada da semana passada, tivemos outro episódio com um tom ainda mais épico, por conseguir introduzir peças chave da mitologia dos quadrinhos sem soar como um fanservice barato. Tudo isso foi auxiliado pela direção de Greg Nicotero, a mente por trás dos nossos admirados walkers, que já tinha demonstrado força nas duas webséries (Torn Aparte Cold Storage) e no excelente Judge, Jury, Executioner da temporada passada.

Dando continuidade ao que vimos na prisão, Rick enlouqueceu de vez. O xerife entrou em parafuso ao descobrir o destino de Lori e ainda sem acreditar, parte com um machado na mão em direção ao bloco de celas. O ódio nos golpes que ele desferia contra os walkers foi palpável e não por acaso (Nicotero como diretor). A violência nunca esteve tão gráfica quanto nesse episódio, realmente de arrepiar. Os outros sobreviventes, agora sob as ordens de Hershel, se mobilizam para garantir a sobrevivência da menina que acaba de nascer, e são Daryl e Maggie, que se dispõe a ir atrás dos suprimentos. Gostei da inversão de papéis, Maggie partir numa expedição em vez de Glenn é algo que nunca aconteceu nos quadrinhos, mas a moça é tão durona que substitui muito bem o seu amado.

Em Woodbury tudo foi diferente, a festividade organizada pelo Governador deixou uma sensação de apreensão desde que foi anunciada. Mas o nome da semana é Michonne. Engraçado que vi algumas pessoas reclamando e dizendo que até agora, a tal “samurai” que todos esperavam não tinha feito mais do que caretas em quatro episódios. Se a cena em que ela afia sua katana com alguns bitters (vocabulário regional, então vamos respeitar) não deixa claro quem ela é, não sei mais o que vocês esperam. Ir de encontro às decisões do comandante do local também foi outro ponto alto. Porém, acho que Michonne ainda não tem certeza de quem seja Penny e também não entendi aqueles riscos no diário do Governador.

Andrea continua na sua eterna jornada de querer tomar o posto de Lori como personagem mais odiada. Sem concorrência, acho que ela vence a disputa fácil. Personagem burra e incoerente, e olhe que estamos falando de uma remanescente dos quadrinhos (lá sua personalidade se assemelha a da Carol). Nada do que ela decide soa crível e não ouvir os conselhos de Michonne, que notou algo estranho em toda aquela hospitalidade, foi o pior de seus feitos. Queria dar um abraço na badass, quando ela diz que Andrea seria apenas um estorvo se continuasse com ela. A julgar pelo olhar de Merle quando a “samurai” deixa Woodbury, ela terá problemas semana que vem.

O Governador vai se mostrando a passos lentos, mas estou gostando de ver. Só nesse episódio, vimos sua relação com a filha Penny, uma criança zumbi que é mantida em cárcere, e que ele não é tão diferente de outros governantes ao apostar na política do “pão e circo” para manter sua posição. O circo aqui é uma bela recriação de um dos momentos mais icônicos das HQ’s: a arena de zumbis. Como os produtores decidiram desconstruir o Governador ao invés de mostrá-lo como um vilão sádico e irracional que todos esperavam, a arena também teve suas diferenças. Um MMA onde o ringue é cercado por nada mais do que bitters domesticados (leia-se sem dentes), aumentando assim a diversão da plateia. Como eu gostei da revolta da Andrea e mais ainda do sorriso sádico do Governador ao ver que ela estava sem acreditar no que via.

A tristeza de Glenn foi um dos pontos mais comoventes até aqui, desde a conversa com Hershel até o momento em que ele encontra um Rick transtornado e que quase o mata. Mas a prisão não se fez só de momentos melancólicos. Vai dizer que vocês não ficaram com um sorriso no rosto quando Daryl dá a primeira mamadeira do bebê? Um momento tão simples, mas cheio de significado. O arqueiro do grupo ainda faz a gente se arrepiar quando vai até o túmulo de Carol e deposita a flor branca, símbolo da relação dos dois. Vale apontar que a fotografia da cena com o nascer do sol sobre a prisão foi de encher os olhos.

Os momentos finais de Rick me deixaram orgulhosos por não ter perdido a esperança de que um dia a série seria uma de minhas favoritas. Ele matando o walker que devorou o corpo de Lori foi bizarro e de uma brutalidade animal, Andrew Lincoln mais uma vez de parabéns. Quando o choro do bebê ecoa pela prisão e ao mesmo tempo o telefone ali próximo começa a tocar eu enchi o peito e disse: “Sensacional!”.  Terminamos com um “Alô?” do xerife e a resposta do outro lado da linha, vai mudar ele de uma vez por todas.

P.S.: Ainda acho que Carol não morreu e vai protagonizar o momento vivido por Tyresse nas HQ´s, esperem para ver.

P.S.2: Curioso para saber como a trama da prisão e Woodbury vão se juntar.

Tiago Batista

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3 comments

  1. Avatar
    Renan Braga 14 novembro, 2012 at 11:34 Responder

    Era isso que eu ia te perguntar, o que eram aqueles riscos no caderno do governador. Assim como tbm acho que a Carol nao morreu, mas onde diabos ela esta entocada la dentro? Sem comida nem agua e pq ela nao procura o pessoal de volta? Ta bem estranho ! Aquela cena de michonne cortando os zumbis foi muito foda, como vc disse, foi muit mais do que fan service, foi mostrar um pouco de quem ela é. Rick mais uma vez sensacional atuar perfeitamente em mais um episódio e só dizer uma coisa : Alô. Estou extremamente curioso pra saber que esta por trás dessa linha principalmente por saber que isso acarretará fatos importantes !

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      Zé Guilherme 15 novembro, 2012 at 00:05 Responder

      Você vai ficar de queixo caído e a cena tem tudo para ser espetacular. Pelo que sei, semana que vem vai continuar intensa e tensa.

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    Diego 15 novembro, 2012 at 23:16 Responder

    Primeiro – os nomes são das pessoas que estão na cidade.

    Segundo os riscos significam que mais ninguem será aceito na cidade. Por isso o caderno todo riscado.

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