Um dos elementos que mais chamam atenção nesta quinta temporada de Arrow é o desenvolvimento do novo Time Arqueiro. O grupo de justiceiros mascarados selecionados por Oliver para dar continuidade à sua luta, e também para cumprir a promessa feita a Laurel, trouxe grandes momentos de ação para os fãs de quadrinhos, com personagens obscuros da DC sendo utilizados de forma bem fiel ao material base, incluindo o visual, detalhe que normalmente sofre grandes modificações ao se adaptar a nona arte para o live action. No entanto, a criação desse novo grupo acaba se revelando muito mais profunda neste Disbanded, ajudando não apenas na arco principal, mas também na jornada de Oliver, que sofreu um grande revés após seu período de cativeiro.
Após ser torturado por Prometheus, o protagonista do seriado resolver abandonar os dias de Arqueiro Verde, impedindo também seus parceiros de combate ao crime. Mas, como foram muito bem treinados, nenhum deles está disposto a abandonar o barco só porque o "chefe" está passando por uma crise emocional. Enquanto isso, Oliver faz um acordo com a Bratva para que seus ex-parceiros de máfia assassinem Chase, lançando mão de uma atitude bastante sombria para liquidar seu inimigo atual.
Enquanto os flashbacks neste quinto ano sofreram certa estagnação na metade da trama, ficou bastante claro o quanto o personagem de Stephen Amell se conectou com Anatoly no passado, o que traz certo peso para o conflito de ideias que ocorre neste episódio. Há uma interessante dicotomia a respeito da influência de Oliver naqueles que estão ao seu redor. Quando abandona a máfia russa, há cinco anos, o protagonista deixa um vácuo moral que não pôde ser preenchido, fazendo com que seu amigo adotasse as mesmas medidas cruéis que seus antecessores e se tornasse um líder, talvez, até pior que aquele que ajudara a derrotar. Enquanto isso, em Star City, o Arqueiro influenciou a vida de vários novos heróis, fazendo-os lutar pelo que é certo. É essa a espinha dorsal da trama, fundamental para que Disbanded funcione no nível emocional que almeja.
Apesar da narrativa não apostar em batalhas contra Prometheus, Adrian Chase se faz notar, novamente pela brilhante composição de Josh Segarra, que, lá pelo final, entra em modo psicopata em níveis que lembram os melhores antagonistas do seriado Dexter. Há uma cena em particular, em que a força que faz para estrangular um coadjuvante abre uma ferida fazendo-a sangrar, que chama atenção pela execução. É algo pequeno, mas que pode facilmente figurar entre as grandes ideias visual que essa temporada apresentou.
Quanto a Oliver, o roteiro consegue construir bem um pedaço dessa narrativa a longo prazo a respeito de sua real identidade. As outras temporadas já discutiram os instintos assassinos do protagonista, mas nada como está sendo feito agora, fazendo o espectador praticamente ignorar que os dois últimos anos realmente existiram no programa. Finalmente os roteiristas têm conseguido desenvolver um arco para o personagem que não pareça forçado. Isso graças a um vilão muito bem escrito, mas também a surpreendente força de vontade de Amell. O ator, sempre que possível, se esforça em trabalhar nuances e camadas, seja pela linguagem corporal (depois da tortura, Oliver não anda mais de cabeça erguida) ou por expressões de cansaço e estresse.
A boa performance do astro principal se deve também à química que mantém com outros membros do elenco, principalmente com David Ramsey. Ambos protagonizam uma das melhores cenas de Disbanded e não é apenas pela carga dramática. A discussão entre os dois funciona porque se baseia totalmente na relação criada em cinco anos de seriado. O Time Arqueiro pode estar funcional com os novos membros, mas tudo começou com Diggle. E a série tem tocado muito nesse elemento, e de forma bastante satisfatória.
A trama de Felicity também dá passos largos, com o envolvimento da Helix cada vez mais influente nas atitudes da moça, que finalmente ganhou, nessa temporada, uma narrativa convincente e que promete mexer com seus status quo na série. Aliás, ainda é muito obscura a extensão desse time de hackers, o que sempre faz pensar que há algum inimigo oculto por trás de tudo isso. Afastar a personagem de seus amigos herói pode fazer parte de um plano maior, e não ser apenas um mero efeito colateral aleatório de sua convivência com o novo grupo.
O episódio também, pelo menos ao que parece, serviu de base para a criação de uma nova rusga entre Oliver e a Bratva e seria muito interessante se na sexta temporada a máfia russa fosse a grande ameaça, por fugir um pouco dos conflitos com vilões mais "coloridos", por assim dizer. Seria também um interessante desenrolar para uma trama que começou nos flashbacks da segunda temporada.
Novamente com um episódio acima da média, e pelos motivos certos, como um bom roteiro e uma execução bastante competente, Arrow caminha para os momentos finais repleto de expectativas. Mesmo que o começo do quinto ano tenha tido altos e baixos, o programa vem de uma sequência impressionante de bons episódios como há muito tempo não faz. Ao contrário de Flash, que parece ter se perdido além de qualquer salvação, a adaptação do Arqueiro Verde parece estar em um momento tão confortável que é praticamente impossível de se estragar.
Alexandro adoro seus Reviews de Arrow ! A serie realmente esta em um patamar muito alto e isso só coroa nós fãs que não desistimos da serie. Ansioso para o que vem pela frente ( Acho que Anatoly deve ser o vilão da próxima temporada, se transformando no KGBesta mostrando uma amizade virando odio profundo, assim como foi com Slade)
Valeu, Leandro! Eu também estou esperando que a máfia russa seja a ameaça da próxima temporada, mas acho que teremos surpresas quanto a identidade do KGBesta, viu. Acho que aquela cena do Merlyn usando o material do poço de Lázaro pra ressuscitar o Kovar não foi só easter egg, hein rsrs
Abraço, valeu pelo comentário! 🙂