Ontem foi o encerramento de um ciclo na televisão americana, após oito anos de exibição House se despede. Mesmo com uma penúltima temporada ruim e uma temporada final irregular, não podemos desconsiderar os belíssimos seis primeiros anos da série, em que fomos presenteados com ótimas histórias, quebra-cabeças, dramas e ótimos personagens, com destaque óbvio para Hugh Laurie, intérprete de House.
*A partir daqui o texto contém Spoilers sobre o episódio final de House.
A série, durante seus anos de exibição, sempre teve uma ligação muito forte com o personagem Sherlock Holmes (escrito por Sir Arthur Conan Doyle). Tanto ele quanto House são extremamente inteligentes, apresentam comportamentos anti-sociais, são viciados (Holmes em Cocaina e House em Analgésicos), tem um poder de dedução incrível e talento inegável para música. Outras semelhanças que podem ser vistas é que House mora no apartamento 221 e Sherlock morava na Baker Street 221b, no episódio que House é baleado o nome do atirador é Moriarty, nome do maior vilão de Holmes. Até nos nomes é possível ver a semelhança, a palavra Holmes falada normalmente fica com o som parecido de "Homes" que tirando o "s" ficaria "Home" que em inglês significa casa, lar e House em inglês também é casa. Mas devaneios a parte, nada mais justo para o encerramento, que a adaptação de um dos arcos mais polêmicos dos livros escritos por Conan Doyle.
Assim com Holmes tinha seu grande vilão, Moriarty, House também tem o seu, e neste final descobrimos que é ele próprio. A mente dele, sob o efeito de drogas, começa a mostrar isso e, quando "Cameron" discute com ele, enfim entende que deve se importar mais com a amizade do Wilson do que ficar levando a vida que tinha, desvendando quebra-cabeças. A melhor forma de fugir da vida que leva sem fraquejar foi forjar a sua morte, podemos também fazer uma metáfora, em que aquela cena representa perfeitamente a morte do seu antigo eu. A cena da morte e a posterior lembram muito o que Sherlock faz em "O Problema Final" onde ele mata seu maior inimigo e forja sua morte (porém com o intuito de poder investigar melhor seus outros inimigos).
A cena do velório para mim foi um show a parte, todo o elenco que discursou, o fez de forma excelente como se de fato estivessem sofrendo pela perda de alguém que apesar de seus problemas era querido por eles, e principalmente a reação de raiva de Wilson que até então se sentia traído pelo amigo que o deixou no momento em que ele mais precisava. Porém quando o telefone toca a primeira vez, mesmo sem ter certeza de onde vinha o som, já dava para saber que ele não havia morrido.
Para finalizar, posso dizer que o episódio foi bom e me agradou, mesmo a série já tendo entregado vários episódios melhores. Foi um desfecho justo, coerente e que soube trabalhar de forma inteligente um dos elementos mais fortes na série que é a semelhança House e Holmes.
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