Review: The Legend of Korra – Book Two: Spirits – 2×07/08 Beginnings Pt.1/Pt.2

Como um seriador que se preze, eu geralmente me fascino quando uma série que eu gosto muito reserva um pequeno espaço para um episódio de origens, mas sinceramente, nunca em todos esses anos, eu me emocionei tanto quanto nesse Beginnings, o episódio de The Legend of Korra que tinha a responsabilidade de esclarecer toda a mitologia criada por Dante DiMartino e Bryan Konietzko, sem soar forçado ou decepcionar nas respostas. Foram oito anos de histórias, firmados em 45 minutos de episódio, num belíssimo conto que remonta desde as bases do budismo, da religião hindu e de diversas outras culturas orientais, ao mais profundo e elegante significado para o termo “Jornada do Herói”. Sim meus caros, o surgimento do primeiro Avatar, o jovem Wan, nos reservou um dos maiores espetáculos de origem já vistos e é quase impossível não parar de elogiar esta pequena obra de arte.

Trazer o mito das Tartarugas-Leões, como os guardiões da raça humana na Era Wan, foi uma explosão genuína e audaciosa da parte de DiMartino. Os sábios titãs que carregavam os redutos de sobreviventes humanos da eterna luta entre Raava, o espírito da Luz, e Vaatu, o espírito das Trevas, ganharam um design de encher os olhos, num episódio que mesmo tendo a assinatura do Studio Mir, apresentou os traços mais cuidadosos da temporada. Ainda na apresentação inicial, o protagonista Wan, se destaca de cara, e eu não tive como disfarçar a minha surpresa, ao notar que os produtores pensaram até nas semelhanças entre ele, Aang e Korra.

Quando Wan tenta fugir do opressivo governo na sua Tartaruga-Leão, ao escolher embarcar numa missão de caça pelo mundo dominado por espíritos da natureza, descobrimos que eram os guardiões os responsáveis por presentear os guerreiros com uma determinada dobra. Wan, ganha a dobra de fogo, porém não demora muito para o jovem perceber que todas as lendas sobre espíritos malignos estavam erradas e é justo no clã de um dos líderes dos espíritos selvagens, que ele encontra a aceitação que nunca teve. Mais uma vez, DiMartino recria mitos da história que ajudou a construir e daí até o momento em que Wan encontra Raava e Vaatu pela primeira vez, temos uma bela apresentação de pontos chaves que ecoaram nas vidas de todos os Avatars, como por exemplo a presença do animal de estimação de Wan, o gato-cervo Mula.

Quem nunca quis descobrir o porquê do Avatar ter que trazer o equilíbrio para o mundo? Sim, pode parecer daquelas perguntas que não precisam de resposta, mas o roteiro do Tim Hedrick, para a parte 2 de Beginnings, respondeu o mitológico questionamento e o fez muito bem, diga-se de passagem. No mesmo espírito conciliador que caracterizou todas as suas encarnações, Wan separa Raava e Vaatu de um estado que impediu o último de espalhar as trevas pelo mundo por milênios. Partindo numa jornada para reestabelecer o equilíbrio que Raava garantiu por tanto tempo, Wan tem que evoluir com os seus poderes e tentar conseguir outros. O pedido a cada uma das Tartarugas-Leões foi apenas um dos vários momentos icônicos desta segunda parte, porém o que realmente me tocou foi a simbólica presença de Raava.

A construção da relação entre Wan e o espírito da Luz foi tão orgânica e profunda, que eu não escondo ter me emocionado de verdade na sequência em que o jovem tenta o Estado Avatar pela primeira vez, para impedir uma batalha entre humanos e espíritos. Foi igualmente soberba, toda a explicação para o sentido dos Portais espirituais no Norte e no Sul, com a aparição da Convergência Harmônica (algo semelhante a impactante espera pelo Cometa de Sozin) e finalmente um sentido para os planos de Unalaq nos tempos de Korra. Claro que não poderíamos nos despedir de um espetáculo como este sem a batalha na Convergência entre Wan, Raava e Vaatu. A belíssima melodia que Jeremy Zuckerman compôs lá em 2005, embalando o link final entre Wan e Raava foi de uma nostalgia inexplicável para quem não acompanha a série desde o seu comecinho. Beginnings foi histórico em The Legend of Korra e fez da sua história um dos momentos mais sinceros e artísticos do ano. Um fim para um começo, que nunca foi tão celebrado como agora. Emocionante, de verdade.

P.S.: Quem assim como eu, também ficou torcendo por um The Legend of Wan?

Comente pelo Facebook

Comentários

Comente pelo Facebook

Comentários

2 comments

  1. Avatar
    André Monteiro 11 novembro, 2013 at 14:08 Responder

    EU o///////////// torcendo d+++ por The legend of Wan. Como esse episódio foi magnífico, eu tava pulando na cadeira a cada momento nostalgia e quando eles amarraram a história desde Aang até agora. Por conta disso assisti The Last Airbender todo em 9 dias hahahahahah. Legend of Korra fazendo meus olhos brilharem ^^

    Parabéns Guigas, vc captou toda a essência que o episódio passou pra quem assistiu desde o começo *-*

Deixe uma resposta