O Siciliano é um filme de Michael Cimino, que veio na esteira do sucesso de O Poderoso Chefão, mesmo com a distância de mais de dez anos entre as produções. Também baseado na obra de Mario Puzo, o longa foi lançado em 1987 que aborda a história de um personagem real da criminalidade mafiosa italiana, Salvatore Giuliano.
O personagem lendário é interpretado por Christopher Lambert, um homem da Sicília que se envolve em tramas que teoricamente, se passam no mesmo universo do famoso livro que narra a história dos Corleone. O romance no qual se baseia é um dos grandes sucessos de Puzo como escritor, tanto que há gente que diga que ele é melhor que Godfather.
Além disso, no livro, de fato existem conexões com a trama da família famosa, inclusive com aparições de personagens famosos, como Michael Corleone, além do caporegime Pete Clemenza. Também são mostrados momentos onde o filho do Don de Nova York está em exílio na Itália.
Houveram também duas produções famosas sobre Giuliano, um filme, Salvatore Giuliano de 1962 dirigido por Francesco Rosi e uma ópera, de mesmo nome, lançada em 1986, com condução de Lorenzo Ferrero.
Aqui obviamente não puderam usar essas figuras, afinal eram obras de estúdios diferentes, já que a trilogia de Francis Ford Coppola é da Paramount Pictures enquanto essa foi feita pelos estúdios Gladden Entertainment, distribuído nos Estados Unidos pela 20th Century Fox e pela De Laurentiis Entertainment Group nos outros países.
O roteiro ficou a cargo de Steve Shagan, que tinha feito A Fórmula, As Duas Faces de um Crime e Gotti: No Comando da Máfia. O script sofreu reescritas, da parte de Gore Vidal, conhecido por ter contribuído com o roteiro de Ben-Hur, também pelo épico picante Calígula e por ter feitos séries como Clímax, Suspense e Abraham Lincoln.
Esse tratamento gerou uma grande polêmica, já que Vidal não foi creditado. Ele então processou Shagan e o Writer's Guild of America (sindicato de roteiristas dos Estados Unidos) para receber os créditos devidos, afirmando que teve seu trabalho fraudado. Ele acabou vencendo a ação contra o WGA. Seu trabalho foi tão bom que no comentário do DVD de O Ano do Dragão (1985), Michael Cimino disse que aprendeu muito trabalhando com ele.
Os produtores foram Cimino, Bruce McNall (Millenimum: Guardiões do Futuro e Um Morto Muito Louco) e Joan Carelli (O Franco-Atirador). Sidney Beckerman (As Aventuras de Buckaroo Banzai e Amanhecer Violento) foi o produtor executivo.
O longa-metragem se chama The Sicilian no original. Em países de língua espanhola, como Argentina, México e Espanha chama El siciliano. Em francês o nome é Le Sicilien, na Croácia é Sicilijanac, enquanto na Itália é Il siciliano. Em Portugal se chama O Siciliano também.
Essa é uma produção dos Estados Unidos - o que explica que ele seja todo falado em inglês - mas foi toda gravado na Itália, entre a Sicília e Roma, com cenas na Sutera, Caltanissetta e tomadas internas no Cinecittà Studios em Lazio.
Cimino vinha de trabalhos elogiados em O Franco-Atirador, de 1978 e Portal do Paraíso de 1980, mas seu último filme, O Ano do Dragão foi um fracasso de bilheteria, fato que deixou os estúdios dessa obra analisada em alerta.
Depois que as gravações foram concluídas, Cimino levou os negativos direto para sua sala de edição para começar a montar o longa-metragem junto ao editor Françoise Bonnot. Cimino não relatou o seu progresso em edição com o passar dos meses e entregou um corte de 150 minutos do filme e declarou que estava pronto.
Pelo contrato com os produtores, Cimino tinha direito a definir tudo sobre o corte final desde que o filme tivesse menos de 120 minutos de duração. Ele insistiu que não poderiam ser feitos mais cortes e pressionou David Begelman e Bruce McNall a apresentar a versão à 20th Century Fox.
Os executivos da Fox reclamaram a dupla de produtores de que o filme era tão longo que limitava o número de exibições que um cinema poderia apresentar por dia e que ele deveria ser cortado ou a Fox não o lançaria.
Quando Begelman e McNall transmitiram a decisão a Cimino, ele foi tomado pela ira, afirmou ainda que não havia mais o que tirar dali. Cimino, de birra, entregou uma nova versão, retirando o que os estúdios certamente queriam: todas as cenas de ação.
Isso obviamente irritou os produtores, mas o diretor se valeu do contrato, afirmando que estava dentro dos conformes.
Anos depois foi lançada uma versão maior, dita como "versão do diretor". Acabou retornando aos cinemas na França em um corte de 146 minutos, que ficou disponível em VHS, DVD e Blu-Ray nos Estados Unidos e no resto da Europa em DVD.
Essa versão recebeu avaliações positivas da mídia especializada. O crítico de cinema F.X. Feeney (que era muito próximo de Cimino) elogiou esse em um artigo da L.A. Weekly. No texto mencionou que o corte da Fox removeu sequências importantes, sem as quais o sentido se perderia, entre elas mais de 100 linhas de diálogo, afirmou que o desempenho de Lambert foi prejudicado pelos ajustes do estúdio e que a voz de Sukowa foi dublada por outra atriz, de uma maneira que ficou bem ruim. Com o novo corte, chamou o longa de obra-prima e "uma obra de gênio", declarando que esse era o melhor filme de 1987.
A obra sofreu com constantes atrasos, graças a questões de pessoal e equipamentos. Houveram celeumas também com mafiosos que controlavam locais e trabalhadores sindicalizados perto da área de filmagem.
Cimino sugeriu que Begelman e McNall se encontrassem com homens da Máfia para superar o impasse e eles foram. Só depois de conversar com eles, perceberam que os criminosos eram de baixo escalão e não se incomodaram com a produção, queriam na verdade aparecer no filme e foram alocados em pequenos papéis de figuração, até receberam verba por um dia de trabalho.
Lambert foi uma escolha pessoal de Cimino, a despeito até da confiança de Begelman. Ele foi contratado, fato que gerou uma certa estranheza, já que era um ator francês que interpreta um italiano e que fala inglês o filme inteiro. No entanto nem todo o elenco foi como o diretor queria.
Cimino deseja escalar Ian Holm como Hector, mas teve que se contentar com Richard Bauer. Ingerências no elenco aliás foram motivos de brigas entre McNall e o diretor. Em um jantar em Los Angeles, o produtor reclamou de forma veemente sobre o roteiro, além de manifestar descontentemente sobre a interferência de David Begelman na escalação do elenco.
Joss Ackland afirmou em suas memórias que se dava bem com Michael Cimino, mas sentiu a necessidade de repreender o diretor pela grosseria com que tratou o veterano ator Aldo Ray, de quem todos os outros atores gostavam. Cimino era conhecido por ter um gênio bastante forte.
A narrativa inicia com uma viagem de carro pelas ruas italianas, em silêncio, exceto pela música instrumental de David Mansfield. A trilha tem vários bons momentos inspirados, com um cunho às vezes singelo às vezes pesado, muito bem conduzida pela The Hungarian State Simphony.
Do lado da estrada, se vê um monumento pequeno, um memorial que reúne velas em torno da foto de Lambert. Nesse início é dado que seu personagem, seja ele quem for, morreu.
O trecho inicial pode fazer parecer que ele é alguém qualquer, um homem que foi morto e que foi digno de nota para uma parcela pequena de gente, mas basta que o professor manco Hector Adonis (Bauer) ande mais um pouco pela estrada para ver outras lembranças, até pichações a favor de Giuliano.
Ele se encaminha para uma prisão, que lentamente abre suas chancelas para que ele chegue, adentra os aposentos de um prisioneiro, onde de percebe que ali est[a John Turturro, que nesse trecho, sequer é apresentado.
Cimino é poético nessa introdução, também o é quando mostra os campos de trigo e a colheita no interior da Sicília. Nesse ponto, a câmera acompanha os camponeses, depois mostra a bela duquesa Camilla de Crotone, interpretada por Barbara Sukowa, que entra em casa, em aposentos luxuosos, enquanto retira as roupas para tomar um banho, em uma visão curiosa para vê-la sem roupas, obviamente erotizada.
Cimino é cuidadoso, consegue resumir uma caracterização da personagem apenas com ações. Ela é uma mulher vaidosa, quase egoísta já que deixa que larga suas roupas para serem catadas por sua criada, de maneira vagarosa aliás, aparentemente faz isso para tentar driblar o tédio, em vão, diga-se.
Parece ser mimada e se incomoda de não ter em plenitude tudo que quer, é tratada como alguém mesquinha e estúpida, condenada pelo fato de achar que não pode ser contrariada unicamente por ser rica. Por mais que não se fale, é patente que ela não queria estar ali, já que ela faz questão de demonstrar isso.
Ter contato com um bandido poderia ser algo que a deixaria animada, um furo no tédio que sente e isso eventualmente aconteceria. O caminho dela se cruzaria com Salvatore e Gaspare "Aspanu" Pisciotta (Turturro), mas não agora.
Os dois rapazes aparecem tentando atravessar o campo, levando um caixão. Acabando entrando em confronto com os agentes da lei, eles trocam tiros, que atingem o personagem de Lambert, embora os dois só percebam a gravidade do ferimento quando entram na água.
A relação entre os dois personagens é certamente a coisa mais rica do filme. Os melhores e mais dramáticos momentos envolveria Pisciotta e Giuliano.
Depois do confronto a dupla vai até o lar de padres, para retirarem a bala que quase matou o protagonista. Salvatore só percebe a gravidade do ferimento depois que passa pela água. É impressionante a ironia da situação, já que o grande herói dessa jornada quase perece, quando ambos só levavam trigo para alimentar o povo de Montelepre. Aspanu percebe isso e lamenta. Isso também serve para dar a sensação de que Giuliano é imortal, é como se tivesse o corpo fechado.
Os dois gastavam o tempo tentando emancipar o povo, roubavam alimento para os pobres, mas queriam mais, queriam distribuir terras. A intenção boa deles é retribuída com a tolerância dos padres, que abrigam e escondem eles, quando eles eram procurados.
Nesse momento Salvatore é salvo não por um médico e sim pelo barbeiro Frisella (Trevor Ray), é desenganado por todos, mas o herói acredita de fato que vai viver, tanto que pede ao amigo vá ao encontro de Giovanna, sua amada, para avisar que ele sobreviverá.
A persona de Giuliano é polêmica, mas suas qualidades são tão positivas e idealizadas que é difícil encarar ele como anti-herói. Ele não tem falhas morais, é quase perfeito, seu único pecado é o de cometer pequenos furtos e crimes, mesmo quando mata o faz apenas em caso de extrema necessidade.
Até mesmo a autoridade policial Quintana (Ramon Bieri) pratica atos piores, já que é completamente submisso a Don Masino, o mafioso local. Vale dizer também que além de homem da lei, Quintana também é um político, já que foi eleito prefeito de Montelepre. O sujeito odeia Giuliano, o acusa de ter matado um policial, curiosamente defende Masino Croce, o personagem feito por Joss Ackland, cuja ficha corrida é bem mais grave que a do rapaz.
Enquanto o barbeiro conversa com o professor, Cimino usa sua câmera para valorizar cenários e locações, colocando-a em ângulos que contemplam não só o interior da barbearia, mas também o campo arenoso da Sicília, enquadrando como se esse fosse o cenário do Oeste, especialmente os vistos nos filmes de Sergio Corbucci e Sergio Leone.
Em comum entre os cenários dos filmes distintos está a condição de que são lugares sem lei.
Cimino faz questão de traduzir em tela a subtrama sindical, que envolve não só Giovanna Ferra, a personagem amada de Giuliano, interpretada por Giulia Boschi e seu irmão, o líder ativista Silvio (Stanko Molnar). Aqui se percebe a atenção do político. O prefeito aparece, anda a cavalo na frente do líder ativista, intimida os revoltosos, eventualmente até os machuca.
Esse é um filme carregado de ideologia, a câmera de Cimino gosta de Silvio, o idealiza, como faz com Salvatore.
O Príncipe de Borsa, interpretado por Terence Stamp, observa tudo de longe, com um binóculo. Obviamente ele não ouve as discussões, mas se impressiona com os fatos e com a violência empregada ali, mesmo que ninguém saque armas.
Sente-se triste, quase deprimido, aparentemente graças a selvageria dos locais, que são menos civilizados que o que considera ideal, ou ele se sente assim por conta de ser uma figura impotente politicamente, tão sem função ali quanto a Condessa.
Depois da primeira aula de Hector mostrada em tela, surge um vislumbre de Masino. Ele aparece primeiro no escuro, da onde se ouve uma voz grave, vinda do canto sombreado da sala, onde Ackland aparece.
Cimino o escolheu depois que assistiu Terra das Sombras, um telefilme de Norman Stone. Aqui ele é imponente, parece ser poderoso, demonstra isso só com postura, pose e calma.
Adonis chega para apaziguar uma questão, já que um professor que reprovar o sobrinho do mafioso, em matéria de cirurgia. Depois da sequência repleta de tensão, eles mandam que o sujeito se mude, fuja imediatamente da ilha, já que falou não para o Don.
Salvatore é meio o idealista incorrigível, acha que a benção do povo é suficiente para viver bem, para não precisar da benção dos poderosos. Isso pesa, parece tosco, assim como os enlaces amorosos dele.
Mais fácil levar a sério a forte amizade de Aspanu e Salvatore do que os romances do protagonista. As cenas de golpes que eles praticam são ótimas, Turturro dá o sangue. Ele é a melhor coisa do filme, Lambert é uma figura bufona, mais engraçada que séria, mas Turturro tem muitas nuances, muitas chances de mostrar seus dotes dramáticos.
Masino tem em Enzo (Massimo Sarchielli) seu provador oficial e auxiliar em serviços gerais. Ele é tão íntimo do chefão que presencia inclusive a conversa com ele sobre Giuliano e suas ideias.
Pisciotta e Giuliano libertam bandidos e dão opção de se juntarem a eles em uma milícia armada, que se reúne nas montanhas. Em um primeiro momento parece que ficarão sozinhos, mas Terranova (Derrick Brance) e Passatempa (Andreas Katsulas) optam por formar o grupo, levando depois mais alguns homens. Topam um acordo de ficar só com um terço das pilhagens.
Ao ser indagado se era comunista, Salvatore se diz um bom cristão, justificando o repartir de riquezas citando as atitudes milagrosas de Jesus, que multiplicou pães e peixes para alimentar o povo que o seguia. Se Cristo era o Messias, Giuliano era o Senhor das Montanhas.
Don Massino se irrita com o fato de Giuliano ser tão capaz de driblar o impossível, tanto que se impressiona por ele ter controlado Passatempa, coisa que ele não conseguiu, mesmo tendo tanto poder e influência.
A Condessa finalmente encontra Giuliano, depois de um jantar que o bando invade. Curiosamente, ela é interrompida justamente quando discursa sobre a necessidade de dividir os bens com os pobres, mas ela mesma é hipócrita, já que fica contrariada em entregar suas joias para Lambert.
Tem umas cenas bem constrangedoras nesse trecho, onde ela tentando seduzir o anti-herói, enquanto ela tenta esconder os anéis. A coisa escala rapidamente, de maneira meio vergonhosa. Ela declara que quer ser violentada, depois afirma que vai violentar o rapaz.
Salvatore é tímido, ao menos gosta de parecer assim, diz inclusive que só se relaciona sexualmente no escuro. Nesse ponto o roteiro é bem esquisito, com algumas menções a violência sexual e sexo forçado, mas na prática, não há nada de errático aqui.
Por algum motivo, se decidiu que colocariam Christopher Lambert para protagonizar várias cenas de dança de salão e curiosamente ele performa bem. Não basta que ele seja um verdadeiro garanhão, o perfeito paladino da causa operária, tem que ser também o rei da dança.
A construção da figura de autoridade deusificada é arranhada quando o personagem-título percebe ser traído. Ao falar com o policial Silvestro Canio, interpretado por Michael Wincott, o mesmo que era carcereiro da cadeia onde ele arrumou seus capangas, descobre que o barbeiro Frisella é um traidor.
A cena da execução é forte, Giuliano mesmo o mata, para demarcar exemplo, ainda coloca um papel em seu peito, que mostrava qual era o destino dos traidores dessa causa e da figura messiânica do siciliano.
Ao perceber isso, o prefeito demonstra o quanto é de fato inútil, não interfere na captura do barbeiro e afirma que não dará ordens aos militares, até que Masino fale algo. Salvatore subiu na cadeia alimentar, tanto que seu antigo odiador deve respeito a ele.
Giuliano dobra todos os poderes, os nobres, o clero, o Príncipe e até Masino. Quando o Don o encontra, muda bastante os seus hábitos, faz ele mesmo a barba, dispensa Enzo, vai até as montanhas onde o protagonista vive, deixa sua mão ser beijada e dá um ósculo no rosto do rapaz, se permite estar com ele, naturalmente, perto de Hector.
Quando Giuliano entra, passa por uma cortina branca, entrando em cena de uma forma quase angelical, um homem tão limpo que se destaca entre os criminosos. É um corpo estranho, alguém alvo num mar de lama.
Depois de casar, Giuliano pede ao cunhado que não se una aos comunistas, já que tinha sido comunicado a ele, no acordo que ele fez com as autoridades, mafiosas, políticas e policiais, que não deveria nem ele e nem ninguém ter ligação com os revoltosos marxistas.
Silvio obviamente o desobedece e Terranova também, tanto que atira na manifestação, quando deveria dar tiros pata o alto, segundo as ordens do seu chefe, para apenas afastar o grupo de manifestantes.
Salvatore foi enganado, ainda teve que se preocupar com as dores de Aspanu, no exato momento da emboscada/traição. Fica a dúvida se Don Masino é o mandante e se sim, quantas pessoas ele comprou.
O motivo da derrocada mental do personagem parece confuso, assim como o momento do acordo de Pisciotta com o velho Don. A medida que o fim se aproxima, cada personagem tenta se isentar de dar fim ao bom homem, ninguém quer a responsabilidade de matar o ícone, enquanto isso todos encaram Salvatore como alguém que está enlouquecendo.
Ele de fato não parece bem, começa a permitir a si mesmo cometer erros, sendo assim um homem falho, nada mais que o humano, longe da perfeição que antes aparentava ter.
Os últimos instantes transformam o filme em uma derrocada melancólica, repleta de despedidas, que cumprem enfim o destino final do siciliano romântico, encerrando a vida do homem que ousou sonhar em dar terras para os pobres. Nem mesmo o início preparou o público para o destino trágico.
Cimino acerta bastante no tom, dá peso aos fatos finais, mesmo Lambert, que parecia caricato antes, agora é pontual, tanto que entende rapidamente o seu destino, até escolhe quem vai matá-lo. Aspanu também tem um fim poético, também paga por seus pecados, terminando como qualquer um dos homens que ousou trair Salvatore Giuliano.
Ponto para Turturro, para Akland e Bauer, que atuam maravilhosamente bem. O desempenho dos três abrilhantou bastante a obra, tanto que suprimiram a carência de um protagonista potente. Mesmo que figuras grandes, como Stamp e Lambert estejam apagados, o elenco no geral é bom e forte.
O Siciliano não é sensacional, perde muito se comparado ao livro, mas é uma boa resultante da visão cinematográfica poética de Cimino. Glamouriza a máfia italiana de maneira bem particular, mas perde força graças ao fato de ser todo em inglês e por ter um ator principal fraco, ainda que seja carismático. Ainda assim é belo, um retrato idealizado de uma época em que ainda se podia ser romântico com o cometimento de crimes.
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