Quando chegou ao Cinema em 2007, o 300 de Zack Snyder impressionou mais pela proposta visual estilizada que remetia à HQ de 1998 escrita por Frank Miller do que por sua narrativa trôpega. O grande mérito daquele filme residia, portanto, mais na forma como ele romantizava a famosa Batalha das Termópilas – ao mostrar os 300 espartanos liderados por Leônidas quase como se fossem super-homens nos esforços de resistência ao avanço dos milhares de Persas comandados por Xerxes – do que no compromisso com qualquer fato histórico.
Mesmo assim, ainda que se vendesse como entretenimento, havia aqui e ali uma certa preocupação para desenvolver o protagonista (e apenas ele, diga-se) ao mesmo tempo em que se explorava, ainda que de maneira tímida, o contexto político que cercava aqueles eventos. Tudo isso, contudo, se perde neste 300 – A Ascensão do Império que chega aos Cinemas nesta sexta-feira, 7, com a promessa de funcionar tanto como prólogo quanto sequência para o filme de 2007.
Dirigido com pouca inspiração pelo israelense Noam Murro, a partir do roteiro (inspirado na HQ ainda inédita de Frank Miller, Xerxes) escrito por Kurt Johnstad e Zack Snyder (que também produz o filme), essa nova investida da Warner no mundo da guerra entre gregos e persas surge até ambiciosa ao tentar mostrar as origens do conflito entre esses dois povos desde os tempos do rei Dario, mas falha ao desenvolver seus personagens principais de maneira preguiçosa (para não dizer inexistente) e ao apostar em sequências cheias de efeitos como algo suficiente para ganhar o espectador.
Fato é que, ainda que impressione pelo escopo das batalhas (que dessa vez ocorrem muito mais no mar do que na terra), não demora muito para que o filme, excessivamente episódico, nos canse pela repetição e principalmente pelos muitos exageros que as caracterizam, já que, acredite, elas parecem muito mais impossíveis (e saídas de um game) do que aquelas do primeiro 300. E nesse panorama, A Ascensão do Império se transforma quase num guia improvável e bizarro que poderia ser resumido em 300 maneiras de matar alguém ou 300 formas de jogar sangue na tela ...
Além disso, ao se preocupar mais em cunhar frases de efeito do tipo “É melhor morrer em pé do que viver ajoelhado” do que em criar identificação do espectador com quem as fala, esse novo filme perde também em comparação com o de 2007 ao apostar num protagonista (o Temístocles feito por Sullivan Stapleton) que não é nem carismático nem convence como um líder nato tal qual o Leônidas de Gerard Butler do primeiro filme.
Narrado em off pela rainha Gorgo de Lena Headey (a Cersei de Game of Thrones) que chega até a batalhar com os persas, 300 – A Ascensão do Império peca ainda ao tentar explicar a origem do status de semi deus de Xerxes e fazê-lo de maneira atropelada para depois colocar o personagem de Rodrigo Santoro como um mero acessório da história, já que a grande antagonista da vez é mesmo a Artemísia de Eva Green.
A personagem, aliás, surge como o ponto mais interessante (talvez até único) do filme, já que mesmo com o pouco que o roteiro lhe dá, ela ainda consegue parecer mais complexa do que o “herói” da história e roubar suas cenas ao se impor (de forma até chocante como nos mostra a cena de puro gore em que ela arranca a cabeça de um cara e o beija em seguida) num ambiente amplamente dominado por homens que em outras condições talvez jamais aceitassem o comando de uma mulher.
Isso, no entanto, é muito pouco para que 300 – A Ascensão do Império se estabeleça como um bom filme, já que ao apostar na cômoda fórmula mais do mesmo, ele perde relevância e, principalmente, aquele ar de novidade e surpresa que tão bem fizeram ao primeiro e bom filme.
Concordo! Uma bosta de filme, perda de tempo e de dinheiro, passei o filme todo torcendo pra vilã pq o herói não convence e nem me fez se identificar com ele, pelo contrário, queria q morresse logo. Fora a sequencia risória, de gargalhar, do cavalo ahuahau