Depois do empolgante final de meia temporada, Arrow não retorna com nada no mesmo nível. Infelizmente, Blast Radius nem entraria em uma lista de melhores episódios deste ano (e foram apenas dez até agora). Porém, nem por isso deixa de ser importante para a mitologia da série e, principalmente, para a trama principal envolvendo o vilão Irmão Sangue/Sebastian Blood.
Começando com um salto de tempo de cinco semanas, o episódio mostra o Arqueiro em uma busca frenética por seu antagonista com máscara de caveira. Até agora, o herói permanece no escuro quanto a identidade de seu nêmesis, sem nenhuma pista que o ajude a derrotá-lo. Para complicar, o time está desfalcado, uma vez que Felicity está em Central City, ao lado de Barry, que permanece em coma desde o acidente no laboratório mostrado em Three Ghosts. Aparentemente o piloto de Flash deve seguir à risca a mais recente origem do personagem, em que ele permanece vários dias no hospital antes de desenvolver seus poderes de velocista. Enquanto isso, Sebastian Blood começa a sua campanha para se tornar o próximo prefeito de Starling e está cada vez mais próximo de Laurel. A garota, por sua vez, tem a primeira participação importante desta temporada, já que seu interesse pelo jovem político é quanto ao seu passado misterioso e o possível envolvimento com Cyrus, o vilão dos dois últimos episódios.
A presença de Laurel em Blast Radius não foi tão deslocada quanto a série vinha mostrando desde que retornou para seu segundo ano. Finalmente há alguma importância para sua existência no seriado, algo que já estava causando raiva no espectador assíduo. E há uma interessante inversão de papéis, já que, geralmente, ela é quem faz amizade com elementos perigosos enquanto Oliver está sempre a alertando para tomar cuidado. Desta vez, o jovem milionário está encantado com as promessas de Blood para a cidade e a moça não consegue acreditar em tudo que o promissor vereador diz.
Como já é de praxe em Arrow, o vilão da semana é pouco desenvolvido, parecendo estar ali apenas por uma necessidade do roteiro em incluir um perigo mais pontual para o Arqueiro. É uma pena desperdiçar um intérprete como Sean Maher com um material tão pobre e unidimensional. O ator de Firefly vive Mark Scheffer, vilão da DC conhecido como Estilhaço. Aqui ele é um especialista em bombas que coloca Sebastian Blood como próximo alvo. Se o personagem é um peão do vereador (como eram os imitadores do Arqueiro mostrados na estreia desta temporada) não há pistas, mas é uma possibilidade que não deve ser descartada. O grande destaque fica por conta de uma excelente cena de incêndio em um dos edifícios que caem vítima do vilão. Tecnicamente caprichada, principalmente levando em conta o orçamento apertado. Outro bom momento é a perseguição em que o Arqueiro, de moto, tenta capturar Scheffer, em alta velocidade pelas ruas da cidade. A equipe de dublês sempre prova que merece elogios pela competência. As sequências de ação da série estão acima da média até mesmo de programas com produção mais polpuda e permanecem como grande atrativo para quem procura diversão em uma adaptação de quadrinhos.
Porém, se Blast Radius falha em trazer ameças realmente desafiadoras e um vilão menos genérico, seu grande atrativo está em colocar muitas subtramas em movimento para serem melhor trabalhadas no futuro. Obviamente o passado de Blood virá a tona, mas também há as mudanças sofridas por Roy, após seu contato com a droga Miraclo, assim como, no passado, ocorreu com Slade. Ambos personagens, nas duas linhas de tempo, parecem estar rumo a uma alteração drástica de comportamento.
Assim, servindo como ponte para os eventos que devem surgir nessa segunda metade da temporada, este décimo episódio, mesmo estando aquém do que Arrow consegue entregar, acaba se tornando importante, mostrando que ao menos uma das qualidades mais proeminentes do seriado permanece incólume: a de jamais deixar a história parar.
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