Review: Arrow S03E15 - Nanda Parbat

DeNanda Parbatpois de semanas entregando aventuras medíocres, Arrow finalmente volta ao eixo e faz um de seus melhores episódios com este Nanda Parbat. Trabalhando com um suspense que remete imediatamente à construção de expectativa de The Climb e com um elemento da mitologia de Ra's Al Ghul que está presente nas melhores histórias do personagem, o bom roteiro e a direção certeira criam um exemplar sólido e empolgante do seriado.

Os realizadores finalmente trouxeram de volta à Arrow todos aqueles elementos que evoluíram tanto na segunda temporada, mas que estavam meio ausentes nesta terceira. Uma das maiores características da série foi nunca estender um segredo além do necessário, o que leva a um dos melhores momentos de Thea Queen no programa. Já estava na hora de desenrolar a subtrama da moça e, desde semana passada (mesmo que aos trancos e barrancos), não se pode reclamar da velocidade do desenvolvimento de seu conflito. Tudo que aconteceu até então serve como catalisador para o que é mostrado em Nanda Parbat, colocando a irmã de Oliver, Malcolm, Laurel, Diggle e, é claro, o Arqueiro, em sintonia com a trama central envolvendo Ra's. Aliás, o vilão finalmente diz a que veio, com o roteiro dando a ele uma motivação que remete aos seus melhores embates com o Homem-Morcego nos quadrinhos. Matt Nable também parece mais a vontade no papel, voltando à série até melhor caracterizado do que antes.

Tecnicamente, o episódio também se destaca. Com a direção de Gregory Smith, que estreia na série desempenhando essa função, há uma nítida evolução em termos de linguagem e narrativa. Smith conseguiu se sair melhor que Glen Winter em vários momentos, principalmente naqueles que envolviam o tipo de ação frenética que a série já acostumou a entregar. Ângulos de câmera incomuns e cenas bem marcadas, que dependem da sincronia entre os atores e o comando do diretor permeiam o episódio e trazem um ar de novidade para a série, que andava confortável demais no básico e parecia ter parado de ousar como antes. O pouco orçamento não parece, em nenhum momento, reprimir as ideias do texto, graças às decisões seguras de seu diretor.

O que também chama atenção na aventura da semana é como o texto foca na interação entre os personagens, algumas, inclusive, até então pouco exploradas. Thea e Laurel, Nyssa e Laurel, Oliver e Nyssa, Oliver e Diggle e por aí vai. Todos dividem um bem medido tempo de tela e se saem muito bem. Aliás, O Arqueiro e seu "guarda-costas" finalmente dialogam melhor, remetendo às ótimas conversas que tinham na primeira temporada. É bom ver os roteiristas explorando um pouco mais o personagem de David Ramsey, que sempre foi um destaque da série, por seu carisma, mas infelizmente vem sendo deixado de lado, pouco a pouco.

Além de toda a trama envolvendo Ra's e os protagonistas, o episódio traz a maior evolução na subplot de Ray Palmer e Felicity até agora. Sim, a armadura do Eléktron finalmente faz sua estreia no seriado, mas a inspiração em Homem de Ferro é tão evidente que deve causar estranheza dos fãs. A interação entre o casal, no entanto, traz um necessário respiro entre as cenas mais tensas, incluindo as que acontecem nos flashbacks. Apesar de não ser parte dominante em Nanda Parbat, a trama do passado também evolui e começa a dar dicas do que aconteceu com o casal Yamashiro e seu filho. E a entrada do General Shrieve (Marc Singer) também traz sintomas de mudanças, deixando um pouco de lado a ameaça de Amanda Waller. Não dá para não ter a impressão de que o desenrolar da ação tem mais o dedo do militar do que da líder da ARGUS.

Nanda Parbat

Quando chega o final do episódio o Arqueiro se encontra em uma posição para a qual não havia se preparado. Negar o pedido de Ra's pode colocá-lo novamente na mira do vilão. Aceitar pode mudar completamente a sua vida como vigilante. O tema desta temporada sempre foi a busca pela identidade e finalmente o embate entre Oliver e o Cabeça de Demônio entra em convergência com o que a série vem tentando desenvolver. Assim como The Flash, no entanto, o espectador vai demorar para saber qual escolha o protagonista fará: Arrow só volta com episódios inéditos em 18 de março.

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Alexandre Luiz

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3 comments

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    Mariana Lima 27 fevereiro, 2015 at 01:41 Responder

    Eu adorei o episódio, estava sentindo falta dos momentos Oliver e Diggle, sempre gostei muito da interação dos dois e acho o máximo quando o Diggle mostra q conhece o Oliver melhor que ele mesmo.
    Como sempre, otima review!

  2. Avatar
    Lucas 27 fevereiro, 2015 at 02:47 Responder

    Não sei se assistimos o mesmo episódio… Sério, estou começando a me sentir incomodado enquanto assisto Arrow… Todos os furos de roteiro desse episódio, todo o drama desnecessário… Esse episódio tinha tudo pra ser bom, e não foi…

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