Cosmonauta Cosmo: Se a pedida é uma leitura leve, divertida, doce e épica a pedida mais óbvia do momento está em “Cosmonauta Cosmo”, mais recente HQ de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrrocho.. Dito por uns como sendo o “Pequeno Príncipe” brasileiro, a jornada exploratória do nosso pequeno protagonista começa quando este quer por que quer um cachorro, ao descobrir que por morar em um apartamento, não poderia ter animal algum, ele então pega a sua nave e vai para outros planetas procurar um bicho de estimação, já que um alienígena não é tecnicamente um animal, certo? É então que uma jornada epicamente elaborada com a mais doce arte começa. Uma jornada repleta de rimas que fazem o roteiro engrandecer acaba sendo finalizada da mesma forma que começa: inesperadamente e um tanto quando surpreendente, no que se faz pensar sobre a mensagem que está sendo passada. Uma indicação obrigatória para os pequenos, e necessária para quem não só é fã do fino da arte, como também de brasileiros que arrebentam. A HQ foi lançada pela editora Minguilim em parceria com a Quadrinhos Rasos (que é a página onde os autores publicam tirinhas fantásticas em parceria com outros grandes artistas nacionais da atualidade), vem numa edição fabulosa. É lindo de se ter na estante e mais ainda, lindo de se olhar, ler, pensar...
Alemão: O diretor Brasileiro de A Concepção (2004), José Eduardo Belmonte, está em cartaz com seu novo filme, o longa de ação Alemão. O cineasta apresenta o cenário social e político do Rio de Janeiro, com o surgimento das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e das invasões aos morros controlados por traficantes em 2010, mas através de
uma ótica um pouco inusitada: o ponto de vista de cinco policiais, que estão dentro do morro do Alemão, infiltrados no tráfico para coletarem informações estratégicas para a grande operação realizada naquele ano.
Para complicar a teia narrativa, os cinco são desmascarados menos de 48 horas antes da invasão, colocando em risco a vida destes cinco homens, o sucesso de toda a operação e é claro, a vida de milhares de moradores inocentes.
Trama bem entrelaçada e bem imersiva que conduz o expectador para dentro da cerne do conflito destas personagens e de seus medos e frustrações.
Longe de ser uma obra prima, mas totalmente distante de ser uma bomba - como Assalto ao Banco Central - Alemão é uma excelente pedida os que acham que os filmes de ação frenéticos são coisa de Hollywood.
O Mensageiro do Diabo - Night of the Hunter, ou como é intitulado no Brasil, O Mensageiro do Diabo, é o único filme dirigido por Charles Laughton, ator cuja carreira começou nos anos de 1920 e que alçou fama entre a década de 30 e 40, que coloca toda a influência do expressionismo alemão num thriller tenso e com um dos vilões mais aterradores do cinema norte-americano, o falso pastor vivido por Robert Mitchum. Usando luz e sombras para compor quadros de estética impecável, Night of the Hunter é um interessante comentário sobre a ganância, o fim da inocência e o papel da mulher numa sociedade cega pelo fanatismo religioso e como isso pode levar à casamentos cuja única finalidade é a geração de filhos, crianças que não tem culpa nenhuma das irresponsabilidades dos pais. Assim, esse clássico do cinema é imperdível até por sua temática, atual, mesmo 59 anos depois de seu lançamento.
Marlowe, o detetive hard-boiled já vivido por Humphrey Bogart em À Beira do Abismo (1946). Desta vez interpretado por Robert Mitchum, o investigador é retratado como alguém cansado e sentindo o peso da idade. Seguindo a narrativa mais clássica do noir, com intrigas, reviravoltas e uma femme fatale no sentido mais literal da expressão, o grande atrativo do filme fica mesmo por conta da interpretação de Mitchum, que dá muita humanidade ao personagem (com o peso da idade colaborando muito pra isso). O roteiro ainda confere ótimos diálogos e como curiosidade fica a participação de um jovem Sylvester Stallone no papel de um capanga. E a recriação da época é de encher os olhos.
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