Review: Arrow S01E15 - Dodger

Depois de alguns episódios que avançaram a trama de Arrow (especialmente o da semana passada, focado nos acontecimentos no passado), chegou a vez de uma pausa. Dodger é uma aventura típica de "vilão da semana", mas que ao mesmo tempo abre espaço para futuras subtramas no seriado. Infelizmente, por um roteiro que se preocupa mais em apresentar essas "sementes" para ramificações que ainda irão acontecer do que desenvolver algo mais interessante com o antagonista, Arrow desperdiça o talento de James Callis, conhecido pelos fãs de Battlestar Galactica como Gaius Baltar, escalado para interpretar o Dodger, que surge interessante, mas acaba se tornando uma ameaça corriqueira.

Boa parte do episódio é centrada em apresentações. Felicity, Oliver e Diggle estão se adequando ao trabalho em equipe. A moça é responsável por bons momentos (o que tem se tornado uma constante), principalmente por sua atitude desafiadora para com a motivação do Arqueiro. Assim como Diggle, a "garota do TI" também acha que existem ameaças mais importantes do que um punhado de nomes em uma caderneta cujo significado Oliver não compreende totalmente. Mas o protagonista sabe que sua missão é importante, mesmo sem fazer ideia do perigo que a organização liderada por Tommy Merlyn representa (aliás, fica a pergunta: o alter ego do Arqueiro Negro não está marcado na lista?). O roteiro também aproveita para apresentar um novo personagem, Frank Chen (Chin Hen), amigo de Moira que surge como elo entre a mãe de Oliver e sua decisão de abandonar a sociedade da qual faz parte. Começa também, a surgirem evidências sobre o que tudo isso se trata. Parece mesmo que depois da morte da esposa, Merlyn reuniu a alta sociedade de Starling e formou um grupo secreto para controlar a cidade (um conceito que merece uma atenção dos roteiristas. Boas chances de introduzir um comentário social na história, elemento fundamental para o Arqueiro Verde nos quadrinhos). No meio tempo, a ganância começou a falar mais alto e os membros passaram a agir em prol de seus próprios interesses. Novamente, as ramificações do que foi plantado aqui surgirão apenas na próxima semana.

Mas, os fãs das HQs estavam interessados mesmo é na primeira aparição do personagem Roy Harper, o Ricardito original das histórias do Arqueiro Verde. Interpretado por Colton Haynes, o garoto foi apenas introduzido na trama, com uma participação curta, mas já deixando a entender que seu envolvimento será com Thea Queen. O que irá surgir do relacionamento dos dois é que abre várias perguntas. Será que Arrow dará espaço para algo trágico como motivador da transformação de Harper no parceiro do Arqueiro? Ou o rapaz começará a agir por conta própria apenas inspirado pela carreira de vigilante de Oliver? Com certeza os espectadores querem essas respostas logo, e não deixadas apenas para a próxima temporada.

Pouca introdução de subtramas para você? Não se preocupe, tem mais. O décimo-quinto episódio não começou um relacionamento, mas dois. Diggle finalmente resolve tomar uma atitude quanto à sua cunhada e Oliver destina sua atenção para McKenna Hall, a detetive com quem se envolveu no passado. O que vai sair daí pode ser interessante, uma vez que, ao final do episódio, a moça é chamada para trabalhar com Quentin Lance na investigação sobre o Vigilante (ele não deveria ter abandonado isso por ordem de seu superior há duas semanas?).

Tanta coisa começou a acontecer, que a ação principal acabou ficando em segundo plano e cujo ponto alto fica apenas por conta de uma ótima perseguição automotiva (filmada com muita competência, levando em conta que o seriado evita cenas nas ruas de Vancouver e, claro, os limites de orçamento de um produto televisivo). Embora o Dodger não seja um vilão da galeria principal, seu conceito é interessante e até ofereceria mais perigo ao Arqueiro, pois demonstra habilidades físicas incomuns para alguém de seu porte (uma das características do personagem nos quadrinhos, bem representada em sua contraparte da TV). Além disso, James Callis já havia exibido grande qualidade como ator em Galactica. Com o roteiro não dando a devida atenção ao Dodger, portanto, Arrow perde a chance de ter um vilão memorável, até melhor que sua versão no material original. Aliás, este continua sendo um problema do seriado: a forma rápida como os antagonistas são descartados. Isso precisa ser corrigido, caso contrário o programa nunca terá uma ameaça convincente para seu herói, assim como sempre fará seus inimigos soarem como uma desculpa para um pouco de ação.

Por fim, os flashbacks mostraram Oliver tomando uma decisão interessante e estranha ao mesmo tempo. Por conta de atos como o mostrado esta semana é que o personagem é tão relutante em se ver como herói. Sua luta por sobrevivência quando estava perdido na ilha o levou a fazer coisas das quais não se orgulha. Estes "fantasmas do passado" têm fôlego para sustentar um episódio inteiro no qual o protagonista os confronta para finalmente aceitar seu papel. Se os produtores e roteiristas tiverem alguma pretensão para Arrow, seria bom pensarem em trabalhar isso futuramente, até para fazer o Arqueiro evoluir como personagem.

Como episódio de transição, Dodger funciona consideravelmente bem. Já como aventura da semana, soa fraco perto das investidas anteriores da série. Mas isso deve ser corrigido na próxima semana, já que o gancho deixado na última cena deve mexer um pouco com o status quo de Arrow.

E você? O que está achando do seriado até aqui? Deixe seu comentário abaixo! 

Alexandre Luiz

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2 comments

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    Rafael Crempe 22 fevereiro, 2013 at 00:58 Responder

    Acabei de assistir o episódio, e adorei. Esperava mais da aparição do Roy, mas achei legal e coerente, gostei de não terem corrido com o personagem e quero ver como vai se desenrolar o relacionamento com a Thea. Me surpreendi quando o Trapaceiro apareceu, já que ele é comum nas histórias do Flash, mas achei fraco no seriado. Realmente o episódio não teve o mesmo ritmo, mas estamos sendo preparados pra algo que acredito ser grandioso! Ótima review 😉

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