Review: Arrow S05E03 - A Matter of Trust

Com o episódio da semana passada deixando a impressão de uma trama inchada, repleta de rebarbas que, por má execução, deixaram de ser aparadas, Arrow traz neste A Matter of Trust, uma melhora significativa. Se o problema da falta de foco em relação aos membros do Time Arqueiro não é resolvido, pelo menos oferece uma evolução na forma como interferem na história e na dinâmica com o protagonista.

Uma boa ideia neste exemplar da série é a divisão entre as duas vidas de Oliver e seus problemas de confiança sugeridos pelo título. Como prefeito, precisa enfrentar as decisões de Thea, que comete erros crassos em sua função de relações públicas da gestão do irmão. Como justiceiro, deve encarar o fato de que seu time não está realmente formado e o treinamento dos novos heróis, embora eficiente na teoria, não está ajudando a criar essa ligação de confiança necessária para que tudo funcione. Como resultado, o Cão Raivoso comete um erro em ação, que prejudica a investida do Arqueiro Verde contra a nova droga que chegou a Star City. O paralelo é bem utilizado pelo roteiro e faz o protagonista evoluir em sua atitude centralizadora. Já é alguma coisa, pra um programa que parecia estagnado no desenvolvimento do herói.

A abordagem mais direta, que parece ser o intuito dos episódios dessa temporada, fica bastante evidente em A Matter of Trust, mesmo que ainda exista uma gordura que precisa de uma certa atenção por parte dos realizadores. A subtrama de Diggle ainda parece deslocada, apesar dessa semana ter um caráter dramático muito mais interessante do que o mostrado na semana anterior (principalmente pelo uso de um personagem que os produtores haviam declarado que não voltaria à série). De qualquer forma, nada é pior do que a intromissão dos flashbacks. O ritmo do episódio é totalmente prejudicado pela entrada das pequenas pílulas envolvendo Oliver se unindo a máfia russa. Primeiro porque são desenvolvimentos menores e depois porque não soam orgânicos a trama principal.

A aventura da semana introduz alguns personagens, entre eles o vilão Derek Sampson, vivido pelo lutador de WWE Cody Rhodes. Se a série planeja retornar aos seus dias de roteiros "realistas", é um pouco estranho que use um personagem transformado por um acidente que o confere habilidades super-humanas, mas ainda assim, a ideia funciona. Muito pelo carisma de Rhodes. Quem também é apresentado à trama é o promotor público Adrian Chase (Josh Segarra). Quem conhece os quadrinhos sabe que o personagem é um justiceiro chamado Vigilante e a possibilidade da aparição desta persona na série já foi levantada por um retrato falado que aparece no computador de Felicity na estreia da temporada. Resta saber em que condições o anti-herói (que na DC é uma espécie de Frank Castle, ou seja, considerado fora-da-lei pela polícia e pelos heróis) fará sua estreia em Arrow.

A ausência dos dois principais antagonistas das temporada dá espaço para o desenvolvimento do Time Arqueiro. A primeira missão do grupo em campo, no entanto, é um pouco atropelada, até mesmo porque falta uma atenção maior a cada um dos membros. O trabalho feito com Retalho na semana passada deveria ser o modelo a seguir, mas o roteiro não investe nas motivações de cada um e isso não ajuda na conexão do espectador com os novos personagens. Por falar em Retalho, parece que uma das subtramas deste início de temporada envolve a culpa de Felicity por suas ações durante o plano de Damien Darhk. Embora dê a moça algo mais para se preocupar além de sua vida amorosa, o texto também atropela a forma como resolve se abrir com Rory, falhando em criar o momento certo para isso. É óbvio que as ramificações ainda aparecerão no futuro, mas falta impacto na preparação para isso, novamente afastando o espectador de qualquer ligação que pudesse sentir com ambos os coadjuvantes envolvidos.

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Como se pedisse para os fãs uma segunda chance, um voto de confiança, Arrow tenta mostrar que ainda tem fôlego ainda que, mesmo em uma aventura eficiente, demonstre falhas enormes de execução. Falta ao seriado uma estrutura que consiga lidar com todas as subtramas sem que pareça algo forçado ou desprovido de sentimento. Da forma como está sendo apresentada, a temporada parece mais promissora que as anteriores, mas com tantas ideias que não sabe exatamente para que lado deve destinar mais atenção.

Alexandre Luiz

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