Review: Arrow S04E02 - The Candidate

Se alguém que nunca assistiu Arrow e por algum motivo decidiu começar por este episódio, foi confrontado, logo de cara, com uma das melhores sequências de ação que o seriado já proporcionou. Focado no trabalho em equipe e em coreografias de encher os olhos, o momento pode ter sido o mais fiel ao que se vê em uma revista em quadrinhos já exibido no programa. Com esse ponto de partida é impossível não se empolgar com o que The Candidate tem a oferecer em seguida.

Novamente lidando com a falta das figuras de comando de Star City, assassinadas na semana anterior, e com a decadente situação em que a cidade se encontra, este segundo episódio começa com a participação de Jeri Ryan no papel da bem intencionada Jessica Danforth, que resolve se candidatar a prefeitura, o cargo que ninguém em sã consciência gostaria de assumir no atual cenário. A personagem serve como fio condutor para a trama, uma vez que sua cabeça é colocada a prêmio por Damian Darhk, que contrata Lonnie Machin (Alexander Calvert) para liquidar a moça. Quem está familiarizado com os quadrinhos, conhece Machin por seu alter ego, Anarquia. Em Arrow, o espectador verá indícios da origem dessa identidade dupla, algo que pode render uma aparição ainda mais interessante do que a mostrada aqui. Calvert é bem enérgico e sua interpretação vai crescendo ao longo do episódio. Seu Anarquia é um vilão imprevisível e tem toques de Coringa (assim como a série animada Beware the Batman abordou o mesmo personagem), passando a noção de perigo constante que sempre ajuda na construção de um bom antagonista. Apesar de surgir como "empregado" de Darhk, a promessa de um retorno elimina a necessidade de grandes revelações sobre seu background. De intenções bem definidas, surge como um vilão muito mais interessante do que os vistos na atual temporada de Flash, por exemplo.

Uma das grandes expectativas para este quarto ano é a de que os produtores e roteiristas tenham aprendido com os erros do anterior. Até agora, a série demonstrou indícios disso, lidando com elementos negligenciados no passado ou que serviriam apenas como distração em outras ocasiões. A inclusão de Curtis Holt (Echo Kellum) soava, nas notícias sobre contratações do programa, como mais uma tentativa de acrescentar outro herói da DC (o Sr. Incrível, neste caso) apenas por mero fanservice, como infelizmente aconteceu com Ray Palmer. Mas o coadjuvante surge promissor e com a revelação de sua orientação sexual, os fãs podem ficar mais aliviados: ele não servirá como motivador de um triângulo amoroso em que Felicity estaria envolvida.

Na outra ponta da tensão criada por The Candidate, está Thea. A irmã de Oliver exibe cada vez mais os efeitos colaterais de sua passagem pelo Poço de Lázaro, em uma demonstração óbvia por parte do roteiro que nada acontece na série sem uma consequência. Isso é bom, desde que não prolonguem demais essa subtrama, o que parece não ser o caso, levando em conta a decisão tomada por Laurel ao final do episódio. Aliás, a Canário Negro finalmente descobre sobre o Poço e faz o que os fãs já sabiam que faria. Arrow precisava de uma desculpa para trazer Sara de volta e a opção foi pela mais óbvia e fácil. É um ponto fraco aqui, pois invalida muito do que foi mostrado quanto a aceitação de Laurel pela morte da irmã, sem contar o próprio impacto do assassinato ocorrido no começo da temporada passada. Talvez esse seja o elemento mais frágil do seriado por agora, uma vez que só foi incluído pela necessidade de explicar a presença de Sara em outra série, a vindoura Legends of Tomorrow.

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A abordagem mais leve que Oliver ganhou se destaca. Talvez por mostrar um outro lado de Stephen Amell, mais condizente até mesmo com sua persona no mundo real. É ótimo ver o protagonista fazendo piadas ou soltando frases como a dita logo após salvar Danforth: "aulas de defesa pessoal!" Por outro lado, o texto não abandona os elementos mais sombrios do personagem, mas agora os usa em favor da trama e das decisões tomadas por ele. A forma como confronta a irmã é uma boa demonstração: o antigo Oliver teria simplesmente se fechado para a garota. O novo usa a própria agressividade para forçar a moça a perceber o quanto está desequilibrada. A dinâmica entre ambos na ação também é abordada de forma correta, com suas desavenças em evidência, levando a um embate muito interessante com o vilão.

Com muita ação e um clima de constante pessimismo por conta da situação de Star City, The Candidate é mais que um episódio sólido. É uma amostra de que a nova temporada já surge muito promissora, inclusive com a possibilidade da adaptação de um famoso arco dos quadrinhos, com a última conversa entre Oliver e Felicity no final do episódio. Acertando até mesmo nos flashbacks, em que está sendo criada uma subtrama mais intrigante, a série pode mesmo ter voltado aos trilhos.

Alexandre Luiz

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4 comments

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        Alexandre Luiz 18 outubro, 2015 at 21:45 Responder

        Pois é, achei que deram uma direção legal pra Felicity, não falei sobre isso na review porque quero esperar ainda pra ver onde querem chegar, mas essa Felicity tá muito mais pra da S02 que pra S03. Voltou a ser uma personagem relevante e adorei a postura dela quanto às decisões na Palmer Tec.

  1. Avatar
    Diana 18 outubro, 2015 at 17:33 Responder

    Muito legal a sequencia de ação desse episodio. Arrow está fazendo um excelente inicio de temporada. Adorei as interações do Curtis Holt com a Felicity e só em saber em que vão abordar mais dos dois na serie fico super animada. Felicity estava maravilhosa nesse episodio, voltando aquela Felicity que todos se apaixonaram, deram um toque de leveza na personagem que está agradando muito. Estou adorando essa nova faceta do personagem.

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