Uma explosão de cultura POP! Não, Glee nunca enganou ninguém ao tentar ser mais do que uma comédia de referências enraizada nos arquétipos das próprias demandas culturais do nosso mundo. Certo que por muitas vezes a série toca na ferida, partindo para temas polêmicos e condizentes com o universo dos adolescentes, mas até isto é feito de uma maneira toda especial, ou melhor, de uma maneira bem Glee. Assim, é mais do que perceptível que A Katy or A Gaga e The End of Twerk são dois passos bem dados pela série para tentar amenizar o clima soturno que permeou todo o início da temporada, com Ryan Murphy e seus comparsas se provando tão atuais e espertos quanto a própria trama que conseguiram colocar no ar. Sim, não tivemos novidades, continuidade ou qualquer coisa que justifique uma storyline mais concreta, porém tem horas que se ligarmos o “seize the day” e deixarmos o “mimimi enxaqueca” de lado, dá para se divertir... e muito.
Para os antenados no peculiar mundo das divas do POP contemporâneo, A Katy or A Gaga deve ter funcionado mais do que o normal. Lady Gaga e Katy Perry tiveram seus perfis fabricados e satirizados em cada piadinha com bolsas amnióticas ou tigres enjaulados. Com um novo concorrente – o Throat Explosion – se destacando como um grupo de coral que praticamente personifica uma versão escolar do Cirque du Soleil, o New Directions e o próprio Will embarcam numa tarefa de explorarem as diferenças dos integrantes do glee club usando a personalidade das duas cantoras como chamariz. Eu devo confessar que por mais que o clima pastelão com as versões vergonha alheia dos hits Applause e Roar (ou É o Tchan na Selva com direito a balanceios de corda no nada) tenham incomodado muita gente, eu ri para caramba de absolutamente tudo. Os responsáveis por isto? Sam e a querida Becky (voltando mais surtada do que nunca).
O romance de Sam com a enfermeira salaminho finalmente ganhou um lado divertido e inspirado. As piadinhas espertas com os gostos dele por séries canceladas da Nickelodeon e a partida para recrutar uns fãs de Gaga foram sensacionais. Becky também teve parte em tudo e os “Oh, snap!” eram tão bacanas quanto qualquer xingamento dito por ela. Claro que eu não poderia deixar de mencionar um trio que também funcionou muito bem. Kitty, Tina e Unique juntas só não superaram a fantasia de Thundercat gay do Jake, porém a versão do grupo Gaga para Wide Awake foi a melhor das quatro músicas cantadas. No McKinley, o romance de Jake e Marley também deu uma balançada, só que, infelizmente, os motivos foram requentes de tramas que já vimos no passado de Glee; e como o casal não é favorito de ninguém, acho que não deu para dar a mínima (só atentei para a pronúncia que Kitty deu ao nome da vilãzinha Bree. Todos amam a cheerio velha ainda mais).
Pamela Lansbury! Este é o nome da banda criada por Kurt em NY. Li que muitos julgaram a trama como um dos momentos mais avulsos da galera da Big Apple, mas eu discordo totalmente. Se fosse para estar no NYADA sempre e ver um McKinley 2.0, os roteiristas não deveriam nem ter começado a trama na cidade. Logo, eu gostei de darem um propósito para Kurt – ainda que estranho –, e mais ainda da adição do personagem de Adam Lambert. Marry the Night foi bem legal e torço para que o Elliot “Starchild” Gilbert ganhe espaço em NY. O mais divertido de toda a ideia por detrás da banda foi justo a escolha do nome da mesma. Pérolas como The Apocalipstick, Niplestick ou Niples 51 foram geniais e só podiam ter saído, em sua grande maioria, da cabeça de Santana.
Como Glee sem Sue Sylvester querendo destruir o New Directions não é Glee (isso se estivermos no McKinley), ganhamos um novo decreto de guerra contra Will e seu coral, sendo The End of Twerk e todo o ódio à dança do momento – o twerking da Miley Cyrus – um prato cheio para as tramoias da treinadora. Bem menos caricato, mas não menos nonsense, o quinto episódio tratou de quebra de convenções e, novamente, pesando merecidamente a mão no lado humorístico, abusou das situações mais ridículas nos corredores do McKinley, sem esquecer-se do tom todo especial, dado a vontade de Rachel e Kurt de sair do status quo que o luto pela perda de Finn, amarrou em suas vidas.
Olha, tenho que concordar com Sue: na vida real, Will teria sido demitido por justa causa depois de cantar e sensualizar com os alunos do colégio uma música como Blurred Lines. Foi novamente um número de vergonhas alheias, mas todo o twerk em si é bem vexaminoso (Blaine, que o diga). Ver o “Cantinho da Sue”, voltando com propostas estatais megalomaníacas foi sensacional, e a onda maciça de revolta contra os decretos da tirana estavam nostalgia pura. Sim, é bem frágil e repetitiva toda esta trama de Ohio, porém não me ofendeu ou deixou de me divertir, só guardo algumas ressalvas para o drama de Wade/Unique, que mesmo mandando uma dramática versão de If I Were A Boy, foi totalmente ofuscado por Tina fazendo necessidades no banheiro químico que Sue mandou botar no meio da sala do coral.
Para o fim do casal Jarley um “durou até demais” já basta, não é mesmo? Se tiver alguém que um dia torceu por eles, eu desconheço completamente. Tudo foi visivelmente montado para menina Marley cantar o novo hino dos corações partidos: Wrecking Ball. O veredicto final, é que deve ser divertido se balançar numa bola de demolição e destruir paredes de PVC, porém a imaginação de Marley para o clipe original, pareceu uma bela homenagem aos cenários do Chaves.
Amigos saindo para beber e fazer tatuagens deu à dupla Kurchel cenas divertidas e um desfecho bem emocionante para uma das falas de Rachel. O ensaio para Funny Girl já deu para provar que o cuidado da série com a escalada da jovem diva na Broadway vai ser bem legal. Ela cantando You Are Woman, I Am Man com o Sr. Fantástico (sim, não sei o nome dele) foi produção de primeira. As tatuagens foram mais macguffins do que qualquer outra coisa, porém a sensação de liberdade inspirou não só Kurt, como trouxe até Rachel algo para fazer a memória de Finn ser mais do que um eco na sua vida. O nome do namorado tatuado, foi bonito de verdade.
Com um longo caminho até o seu primeiro hiatus, eu sou do time que ainda confia no tato de Glee para inspirar, fazer rir, emocionar e trazer ao nosso mundo essa visão amacacada de tudo o que acontece no nosso dia a dia. A gente vive tão triste e pensativo às vezes, que chegar e rir sem compromisso do que é verdade e realidade na nossa semana vai ser bem-vindo sempre. E com Glee, meus caros, isto nunca deixou de ser uma certeza.
Gleeks Gonna Gleeks: Becky dizendo que não vai fazer handies para o Sam. Hilário!
Gleeks Gonna Gleeks [2]: “Bullying free zone”, só Glee para vir com uma maluquice tão antenada.
Gleeks Gonna Gleeks [3]: “It's got Bette Midler”, tá aí Kurt, genializaram tua tatuagem, rapaz.
Haters can be hate: Zero estima ou cotação para a apresentação em grupo com a versão de On Our Way. Forçaram a barra sim ou claro?
Músicas dos Episódios:
Marry the Night (Lady Gaga) - Elliot “Starchild” Gilbert.
Applause (Lady Gaga) – Sam, Blaine, Artie, Marley e Ryder.
Wide Awake (Katy Perry) – Jake, Kitty, Tina e Wade/Unique.
Roar (Katy Perry) – New Directions e Pamela Lansbury.
You Are Woman, I Am Man (Funny Girl) – Rachel e Paolo.
Blurred Lines (Robin Thicke feat. T.I. e Pharrell) – Will e o New Directions.
If I Were a Boy (Beyoncé) – Wade/Unique.
Wrecking Ball (Miley Cyrus) – Marley.
On Our Way (The Royal Concept) – New Directions.
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