Bem, demorei a formular uma opinião sobre essa mid-season finale de The Walking Dead e acho que por hora, ela deve ir contra as reações da maioria. Não é nem que eu esteja naquele time de fãs xiitas que soltam bobagens como: “matou meu personagem favorito? Certo, parei com essa porcaria”, na verdade está mais para uma imunidade nenhum pouco saudável a tudo o que aconteceu neste Too Far Gone. Chega uma hora que você cansa de ser enganado, ou mesmo que você pega no ar qual o propósito do que está por vir, justo por ter visto as mesmas coisas de novo, de novo e de novo. Sendo assim, foi mais ou menos isto o que eu senti vendo o episódio: “repetição+shock value”, a fórmula pega besta que a série vem usando há quatro anos, mas que aqui – pelo menos para mim – serviu apenas para apontar um dos maiores defeitos do programa, a falta de tato.
Não vou nem reclamar dos tropeços criados pelo roteiro de Seth Hoffman, ao correr para tentar recriar uma das passagens mais icônicas da HQ, por que o problema aqui veio por culpa do delay entregue pela pífia finale da temporada passada. Sim, todo o embate entre o Governador e Rick seria bem mais plausível se tivesse ocorrido há exatos oito episódios. As principais consequências deste atraso estão no fato de que jogaram fora o excelente desenvolvimento que o endeusado vilão teve. Todos os sobreviventes do acampamento foram meras peças – tá, o xadrez era referência poética, mas que coisinha mais chinfrim – para justificarem a aquisição de um tanque pelo vilão. Só e somente só. O mesmo pode se dizer de toda a relação construída entre ele e a família Chambler, o que me irritou ainda mais, já que depois do sensacional Internment eu esperei por outro show em termos de roteiro, emoção e direção.
No entanto, para minha felicidade, The Walking Dead guarda um grande trunfo: o seu elenco. Que prazer foi ter Scott Wilson defendendo Hershel por tanto tempo. O nome a ser reconhecido e lembrado neste quarto ano é o deste sósia do bom velhinho. Hershel teve um avanço e construção semelhantes ao de Rick e é meio que impossível não sentir um pesar pela decisão tomada aqui. Eu guardo algumas ressalvas quanto à escolha do fazendeiro como vítima final do ódio psicótico do Governador, mas elas podem soar como raiva por termos perdido um personagem tão forte como Hershel. Nesse momento da série, um baque assim não se fazia necessário, mas deu o start para a batalha final e isto, felizmente impactou da forma que eu esperei.
O caos é sempre bem vindo numa produção pós-apocalíptica e aquela batalha na prisão – que repito, falhou ao se anunciar por tempo demais – trouxe o necessário para tal. Foram menos fins do que eu previ, porém tudo atordoante o suficiente para redefinir a estrutura da série até o seu retorno em fevereiro. Os cliffhangers se agigantaram de forma brutal e acho que é sempre bom quando dão uma chance ou uma prévia de Andrew Lincoln e seu Rick entrando em espiral. David Morrissey teve a chance de ouro com o Governador e só pelos episódios passados, já se respalda quanto às críticas por não ter sido insano no modo shit happens ao fazer o que fez. São novos rumos e uma nova fase agora, eu torço para me animar de novo, mas torcer por The Walking Dead já deixou de ser o suficiente há muito tempo.
P.S.: Quero que as irmãs Greene sigam a linha Carol a partir de agora!
P.S.2: E por falar na Carol, seus pupilos detonaram. A tia entendia mesmo das coisas.
P.S.3: Até dia 9 de fevereiro!
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