Nem todo mundo gosta de zumbis, e nem todo mundo gosta de algo que desconstrói os zumbis e consegue curar esses seres com algo bonito, misterioso e que existe dentro do coração da gente. Com um preconceito absurdo, eu resolvi começar a ler Sangue Quente de Issac Marion, livro lançado em 2012 pela Editora Leya que logo foi vendido para os cinemas e no Brasil estreou nas telonas com o título de “Meu Namorado é um Zumbi”.
Sinopse: R é um jovem vivendo uma crise existencial – ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a “vida” de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.
Sangue Quente é um daqueles livros que poderia ser muito melhor se o público não o estragasse. Infelizmente o mundo não é perfeito, mas nós podemos, pelo menos, tentar melhorá-lo, não é mesmo?
E é isso que Issac Marion tentou mostrar nesse livro e merece todo o crédito por essa ideia. O livro não é sobre zumbis, não é sobre amor. É sobre como a a humanidade se machucou. Ela se transformou em uma praga tão grande que seus habitantes foram morrendo aos poucos. Podemos notar isso em uma frase dita pela Julie em que ela fala que seu pai "está morto, apenas não começou a apodrecer ainda."
A sociedade arrumou um mal que ela não consegue curar. Dia após dia eles buscam apenas matar e não se preocupam em saber como podem ajudar aqueles que estão “doentes”, todos continuam presos no que acham melhor para si.
Apesar de todo amor idealizado entre o zumbi e a humana acho que podemos aprender um pouco com Sangue Quente. Podemos aprender a não deixar de lado o mais importante. A compreensão. Em um mundo onde tratamos todos como qualquer um, o que custa olhar para o lado, sorrir e perguntar o nome de quem está ao nosso lado?
Sangue Quente foi um livro estragado por nosso preconceito. Com uma ideia, no fundo genial, e uma ótima escrita, nosso julgamento pós-Crepúsculo jogou uma boa ideia pelo ralo. Vale a pena dar uma olhada e entender todo o livro como uma grande metáfora. Você vai ver que seu mundo vai ser diferente!
A edição da Leya está muito bonita, até mesmo a edição em ebook tem uma ótima diagramação para ler em leitores digitais ou iPad. Agora que todo o furor passou e ninguém mais lembra do livro, não vai cair um braço - trocadilho idiota - se você pegá-lo para dar uma olhadinha.
E no fundo, se você não gostar, é só deixar nos comentários o seu ponto de vista sobre zumbis, amor e como o preconceito no fundo é um mal.
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