Police Story é um filme de artes marciais que evoca também jargões do gênero cinematográfico policial. Protagonizado e conduzido por Jackie Chan, foi lançado em 1985, rodada e passada em Hong Kong.
Originalmente o longa se chama Ging chaat goo e é produção conjunta dos estúdios Fortune Star e Golden Way Films LTD, sendo inclusive o primeiro feito por esse grupo.
No Brasil recebeu o nome em inglês, acompanhado do péssimo subtítulo A Guerra das Drogas, fato que pode fazer enganar o público, uma vez que mesmo tendo traficantes na trama, o problema maior não é exatamente o comércio de entorpecentes.
A direção de Chan começa expositivo, mas de uma maneira bem disfarçada, mostrando uma palestra de um investigador da polícia, que explica aos seus subordinadas toda a hierarquia de uma organização criminosa semelhante a máfia.
No meio deles está o sargento Chan Ka Kui (ou Kevin Chan em algumas traduções), personagem interpretado pelo cineasta. Ele na verdade é apenas um dos presentes, não há qualquer destaque para ele, é tratado apenas como um funcionário, um agente da lei que tem que entender rapidamente sua função e o alvo da operação, devendo destruir rapidamente os papéis que falam sobre os incriminados.
Já no início se nota um referencial estético em Scarface de Brian de Palma, tanto nos figurinos e acessórios (especialmente nos telefones sem fio enormes), quanto na trilha de Michael Lai e Tang Siu Lam, que favorece um rock tocado com uma guitarra que embala uma música animada e frenética.
Toda a cena de gangsteres referencia claramente a Miami que De Palma pensou. Os figurinos, roupas e óculos escuros lembram muito. O estilo espalhafatoso de agir, dando de ombros para as autoridades policiais e civis também é bem copiado.
Sobre a música, vale lembrar que existem outras duas mixagens distintas, além da trilha original, foi feita uma por Kevin Bassinson para a versão exportada para quase todo o mundo, e uma especialmente feita por J. Peter Robinson para a New Line Cinema, que correu os Estados Unidos.
As cenas de tiroteio não são tão elaboradas, mas há um cuidado na localização que acrescenta a trama, já na primeira grande troca de tiros tudo ocorre em um ambiente parecido com os becos de uma favela, fato que causa no público uma sensação de claustrofobia imensa e a sensação de desconforto e aperto.
Os sons altos ao longe também causam tensão e medo, ainda se fecha a sequência com uma perseguição de carros completamente insana, com os automóveis passando por cima de casas e barracos.
É violento e perigoso, desesperador em cada trecho. Os carros ainda calham de cair em uma estrada comum, repleta de civis, aos poucos bandidos e policiais se aproximam da parte mais aberta da cidade.
Chan é um herói de fato, toda a sequência dele pendurado no ônibus verde é surreal de tão divertida e bem-feita, mesmo que em alguns trechos fique claro um dublê entrando em cena, mas não em momentos de golpe e sim quando ele está pendurado, colado no teto do veículo.
O ator normalmente dispensava os profissionais, mas em alguns desses momentos era preciso preservar a saúde do astro, embora a maioria esmagadora das cenas, não haja uso de dublê.
Vale lembrar que essa cena em específico foi tão marcante, que foi copiada em Tango & Cash: Os Vingadores, filme de Andrei Konchalovsky, que conta com Sylvester Stallone e Kurt Russell. A comparação quadro a quadro evidencia que foi uma referência sim, resultando então em uma grande homenagem ao filme de Chan.
Após a operação Ka Kui ganha notoriedade, vira uma microcelebridade, tanto que seu superior pede para que ele seja o porta voz da organização junto a imprensa.
Sem freios ou preparação prévia, ele acaba sendo muito sincero, afirmando até que o vilão tinha verba suficiente para subornar toda a polícia se quisesse, embora ele mesmo não tenha se corrompido.
Fica a nítida impressão de que existe a intenção dos superiores de que ele caia, é como se construíssem em torno dele o ideal de um bode expiatório, o sujeito bom e ingênuo que poderia ser o alvo culposo de um esquema maior, que resultaria nele como o responsável falso.
Paralelo a isso, Ka Kui é incumbido de cuidar da senhorita Salina Fong (Brigitte Lin), uma testemunha de um grande caso contra os traficantes. Para mostrar os perigos de mexer com o crime organizado, o filme propõe momentos violentos da intimidade de Fong, como quando aparece um mascarado, com um facão, supostamente mandado por Chu Tao (Yuen Chor), o chefão da gangue local.
A parte mais séria da trama é um pretexto, um preenchimento entre as ótimas cenas de luta e os momentos mais cômicos. Há um cansaço e enfado nas cenas de tribunal, especialmente por quererem transformar Chan em um mártir incorruptível, enquanto o réu tenta fortalecer a ideia de que não havia tentado subornar o policial.
Em outros pontos há um aceno a graça, como quando o sargento protagonista tem que atender vários telefones da delegacia ao mesmo tempo.
Outro apelo ao cômico é o exagero em mostrar cenas de acidentes automobilísticos. Essa era uma moda da época, claramente era um lugar comum ter cenas assim nos filmes de ação e até isso é bem executado, já que são usados carros reais. As perseguições são bem legais, mesmo quando são repetitivas.
Essa aliás é uma condição do filme. Costuma-se utilizar muitas vezes a mesma questão. A ideia da produção é demarcar estilo, se mostrar um produto consistente, algo maduro, ainda mais diante da filmografia de Chan, que ia aumentando o grau de orçamento e talento empregado ao longo dos filmes.
Ka Kui é demasiadamente emotivo, resulta enfim em um personagem muito humanizado, distante do que normalmente se via nos tiras brucutus do cinema ocidental. Ele é sanguíneo e honrado, não é incomum ver ele nervoso, com a visão prejudicada graças a sujeira que está a sua volta, tanto que demora até a entender qual é o envolvimento criminoso que seus colegas de farda têm.
Ao se ver diante da corrupção da sociedade e da cumplicidade da polícia em relação as falhas do sistema jurídico chinês, ele se revolta e faz dos seus superiores reféns em determinado momento, mas no desfecho dessa sequência, ele permite que o tira claramente corrupto sobreviva, afinal, não é um assassino a sangue frio, ao contrário, é um homem que busca o correto, mas que quer consertar o sistema, por mais falho que ele pareça. É esperançoso.
Quando se leva a sério na parte dramática o filme se perde. Como atores que são artistas marciais não são um exemplo de boa atuação, fica difícil levar em bom grau parte dos 15 minutos finais.
Perto de acabar ainda resta uma sequência de luta sensacional e grandiosa, onde Chan já está completamente desesperado, sem alternativas. A porradaria é franca e ocorre com uma grande utilização de material de cenário.
Como o palco dela é um shopping center em época de natal há muita gente interagindo com os bandidos e com o policial, assim como também há muitos itens de decoração usados como armas ou como itens de lesão.
Tem uns momentos em que Jackie Chan parece ter apanhado de maneira doída de fato. Também há cenas com muito vidro quebrado, fato que certamente deixou as acrobacias mais perigosas.
Nesse filme faltam oponentes a altura de Chan. O sujeito que mais se aproxima disso é o personagem de Hark-On Fung, que também é conhecido como Feng Ke'an. O ator experiente esteve em A Jugular Blindada, Dragon Lord e até Kung-Fusão.
A Miramax quis comprar os direitos de exibição nos Estados Unidos e sugeriu condensar esse e Police Story 2, para lançar no mercado como uma obra só. Chan obviamente recusou, afinal seria um acintoso. A obra possui um final alternativo gravado, onde depois de todos os eventos, o protagonista é preso. Foi descartada obviamente graças ao desejo de fazer sequências e nelas, se discutiu o destino de Chan Ka Kui, com ele sendo rebaixado.
O protagonista é insano, está tão desesperado por fazer justiça com as próprias mãos que desce até o térreo, através de postes iluminados, cheios de lâmpadas de natal. No chão ele ameaça o bandido, diz que não permitirá que a justiça sofra com a corrupção do sistema e o final é um bocado peculiar, para dizer o mínimo, já que mostra um personagem inconsequente, agindo segundo seu código ético doa a quem doer.
Depois de acabar a narrativa são mostradas cenas de bastidores, com Chan dirigindo e em outros pontos onde ocorrem erros de gravação. Isso seria algo tradicional nos filmes do ator, inclusive quando gravava em Hollywood.
Police Story termina abrupto, com a sensação terrível de que a justiça não será feita com Chu Tu. Jackie Chan traz para tela não só belos golpes e humor, mas também usa seu trabalho para denunciar as fragilidades da justiça chinesa e a morosidade jurídica que é comum em seu país e em tantos outros.
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