Mamãe é de Morte : O slasher divertido e mal compreendido de John Waters

Mamãe é de Morte : O slasher divertido e mal compreendido de John WatersMamãe é de Morte é um filme divertido e pitoresco, que mistura comédia de horror de uma maneira que é difícil até de identificar qual é o gênero primário dele. Longa-metragem dirigido pelo papa do trash John Waters, é uma obra sangrenta e ridiculamente hilária, que reúne alguns elementos típicos da carreira do cineasta, abraçando um público mais amplo, já que explora clichês e filmes de serial killer com o sentimento praticamente universal, que é a maternidade de uma senhora de família suburbana.

Esse é o nono longa dirigido por Waters, foi exibido em uma seção paralela no Festival de Cannes de 1994, mas no lançamento comercial não foi bem, o que é curioso, afinal esse é dos filmes mais normativos do realizador.

Sua sinopse acompanha a dona de casa pacata Beverly Sutphin, uma senhora de meia-idade, que tem uma vida familiar particularmente feliz, ainda que tenha um certo problema em lidar tanto com o sentimento da raiva quanto com contrariedade.

Ao longo da história, pessoas que a desagradam perecem e ela se torna naturalmente uma suspeita, tanto que é chamada até de serial mom.

Teoricamente era para a narrativa se dar de maneira dúbia se desenrolando de maneira dúbia, mas não, já que o filme se assume como uma trasheira desde o momento zero, também se assumindo como uma comédia de humor ácido, que sabiamente não se leva a sério.

Mamãe é de Morte : O slasher divertido e mal compreendido de John Waters

O longa é produzido por John Fiedler e Mark Tarlov, com produção executiva de Joseph M. Caracciolo Jr. de Drácula: A História Nunca Contada, Logan e Velozes e Furiosos 10.

A Columbia Pictures iria originalmente fazer o filme antes de ele acabar na Savoy Pictures. Também colaborou a Polar Entertainment Corporation. Foi distribuído pela Sony Pictures, mas em mídia física, foi lançado pela Universal Pictures.

O título original é Serial Mom e as variações de nomenclatura são algumas. Na Argentina possui dois nomes, o título de tv Los asesinatos de mamá e Mamá, asesina serial. Na Dinamarca é Masse-mor, na Itália é La signora ammazzatutti. Em Portugal chama-se Mãe Galinha.

A obra foi filmada em Baltimore, em um subúrbio ao norte em Towson, Maryland. Há cenas em Video Americain - 400 W. Cold Spring Lane, 917 Taylor Ave, 600 Lake Drive. Também houveram locações em Old Baltimore County Courthouse - 400 Washington Avenue e no Towson Senior High School - 69 Cedar Avenue e 8611 Loch Raven Blvd.

Waters era conhecido pelos seus filmes de mau gosto, como Pink Flamingos, mas vinha de uma onda de filmes mais "família", como Polyester, em Hairspray: E éramos todos Jovens e Cry-Baby. Aqui ele faz o roteiro e também compôs uma música, Gas Chamber, junto ao L7, que canta a música na trilha.

Fiedler fez A Fera da Guerra, Copycat: A Vida Imita a Morte e Cecil Bem Demente, que é outro filme de Waters. Tarlov fez Águas Perigosas e Christine: o Carro Assassino de John Carpenter.

Em entrevistas sobre o filme, John Waters foi perguntado por que escalou Kathleen Turner para o papel de Beverly e ele disse que outras atrizes expressaram interesse no papel, mas irritaram ele ao perguntar se ele poderia reescrever o roteiro para tornar Beverly menos malévola.

Ele também reclamou que a maioria queria primeiro fazer uma leitura do roteiro junto ao elenco. Vale lembrar que John é conhecido por exagerar nas entrevistas que dá, no entanto, afirmou que Turner não fez nenhuma dessas exigências e disse que adoraria interpretar o papel, portanto, foi imediatamente escalada para tal.

Turner disse que conversou com Michael Douglas, que tentou dissuadi-la de assumir o papel, supostamente graças ao fato dele mesmo ter feito Dia de Fúria. O receio dele é que ela fosse associada a esse tipo de papel, como ele mesmo sofreu, mas ambos conseguiram outros tipos de papéis. A atriz inclusive dizia que se inspirou no papel de William Forster para montar a sua versão de Beverly.

Uma das pessoas cogitadas para o papel foi a musa Julie Andrews. Também se pensou em Susan Sarandon, mas o preço pedido foi alto demais. Turner era conhecida por Corpos Ardentes, Tudo por uma Esmeralda, Peggy Sue: Seu Passado a Espera e A Guerra dos Roses.

Curiosamente esse é parte da carreira de Waters mais voltada para o mainstream, mas ainda assim é pervertido. Talvez por isso não tenha ido bem de bilheteria.

Poucos meses depois de terminar as filmagens, ocorreu o escândalo com O.J. Simpson. O caso estourou em junho de 1994 e o filme entrou no circuito em abril do mesmo ano. Por pouco não coincidiram as datas. Isso poderia ter aumentado a arrecadação do filme ou poderia ter afastado ainda mais o público.

A primeira safadeza do filme é o aviso de que essa é uma história real, nos créditos iniciais. Esse é obviamente um chiste, uma mentira que se justifica pelo caráter satírico da obra. É apenas uma piada, que relaciona essa obra ao subgênero de true crime/crime verdadeiro.

Depois é mostrada a intimidade de uma família feliz, os Sutphin, que são formados pelo pai dentista Eugene, que é interpretado por Sam Waterston (de Os Gritos de Silêncio) a Beverly de Turner como a mãe, o jovem filho Chip, de Matthew Lillard que estreia no cinema (fez até então apenas o telefilme Os Ghoulies vão ao Colégio), um garoto comum e meio imaturo, além da filha Misty (Ricki Lake) que tem problemas com peso, inclusive com comentários de que ela não deve ingerir açúcar.

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Por pouco o papel de Chip não recaiu sobre Wil Wheaton, de Conta Comigo e A Maldição: Raízes do Terror, mas a produção preferiu o futuro Salsicha da franquia Scooby-Doo.

Lillard teve uma interação curiosa com Kathleen Turner nos bastidores. Ao observar que a atriz memorizou os nomes de todos nas listas de chamada da produção ele conversou com ela, que disse que esse é o primeiro passo de uma estrela, ao chegar em uma nova produção.

Tal qual a interprete, a personagem é obcecada, mas não com educação, claro.

Beverly vê uma mosca passeando pelo café da família, mas sequer alerta a desatenção geral deles. Está mais preocupada em matar o animal, em caça-lo e menos na sujeira que o mesmo espalha pela comida dos parentes.

A mulher mata o animal, quebrando assim a máxima de que ela não faria mal a uma mosca sequer. Vale lembrar que esse é um animal falso, obviamente, já que a sociedade de prevenção a crueldade com animais, a ASPCA - abreviação de American Society for the Prevention of Cruelty to Animals - não permitiu que uma mosca real fosse morta.

O assassinato da mosca é a simbologia primária do caráter assassino dela. Isso também ajuda a contraria o argumento que associava a personagem de Beverly do homem transtornado em Dia de Fúria. Ela não é vítima de um dia ruim. Aos poucos se mostra fria e de alma malvada, não uma vítima das circunstâncias, já que é inclusive manipuladora.

Logo aparecem dois policiais na vizinhança, o detetive Pike, de Scott Wesley Morgan e Gracey, de Walt MacPherson. Waters é tão sujo que coloca um Pike flertando com a menina, na frente de todos.

Os gracejos seriam notados, caso fosse esse o foco. Beverly prefere se concentrar em exigir que Gracey cuspa seu chiclete, já que é proibido isso na casa. As piscadas para a filha não eram problemas...pelo menos não nesse momento.

A mãe tenta proteger os filhos de obscenidades, como no aviso de papel cheio de palavrões que os investigadores levam, mas não conseguem sequer isolar as crianças de companhias "fálicas". A filha flerta com pelo menos três homens e o filho claramente é sexualmente ativo, além de ter como melhor amigo, Scott, personagem interpretado por Justin Whalin que é tão viciado em pornografia que tem uma revista vintage, estampando imagens de Bettie Page.

Ainda na pista e bizarrices que Waters propõe, ele uma lógica heteronormativa por inversão, já que a namorada de Chip. Birdie (interpretada por Patrícia Dunnock) é uma menina cisgênera e heterossexual, que se veste a maior parte do tempo tal qual um menino.

Ela só anda com garotos, ainda gasta seu tempo livre ou com o namorado ou com o grupo de conhecidos, na locadora onde Chip trabalha.

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Mas Beverly é a personagem realmente indigna de confiança, mostrando que as aparências não determinam caráter. Ela esconde um segredo sujo - e meio bobo - já que passa trotes para a vizinha divorciada conservadora Dottie Hinkle, personagem de Mink Stole ;

Stole é uma grande amiga de Waters e Divine, trabalhou junto ao realizador em Romand Candles, Mondo Trasho, Multiple Maniacs, Problemas Femininos, Viver Desesperados e os outros filmes citados no artigo. Aqui ela faz o oposto dos seus personagens clássicos, já que é ofendida com qualquer menção a sexo.

A protagonista é descuidada, quase é pega nesse ato por sua amiga Rosemary, de Mary Jo Catlett, famosa dubladora, que faz a Sra. Puff em Bob Esponja. Nesse início fica a dúvida se a personagem tem alguma doença, como Síndrome de Tourette ou se é "apenas" uma psicopata esquizofrênica, tão ensimesmada que não nota os próprios vacilos.

Depois é mostrado o motivo dela fazer essas "maldades" inofensivas com Dotti só por conta dela ter roubado uma vaga de estacionamento no supermercado.

Deixamos aqui um aviso de que falaremos sobre detalhes da trama, por isso, haverá spoilers.

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A personagem parece enfadada, se irrita com a simples convivência com os vizinhos, tanto que manifesta descontentamento com as piadas do velho Ralph (Doug Roberts) também parece não suportar mais a vizinhança suburbana.

Ainda assim não comete atos graves, ao menos não até encontrar o professor de escola Stubbins (John Badila), o funcionário que é exagerado nas críticas que faz a Chip.

Aparentemente o garoto está fazendo desenhos macabros. Chip é fã de filmes de horror, mas o matemático acha que pode ser um problema de origem familiar, maus tratos ou problemas conjugais dos pais.

As ilações são mal digeridas por ela e tornam justo (na cabeça dela) fazer do professor a primeira vítima fatal. Curiosamente ela é vista por uma aluna -Luann Hodges de Kim Swann - mas ela é tratada como alguém aérea e drogada, indigna de ser uma testemunha.

O comportamento de Beverly é bem estranho, pois ela finge ser conservadora, mas sempre dá brecha para ser pega na contradição, inclusive em sua linha de pensamento. Além das obscenidades falada, ela é exibicionista, já que transforma um ato de sexo em algo barulhento, fazendo questão proposital de ser assim, mesmo que ambos os filhos estejam em casa ouvindo tudo.

O seu livro de cabeceira é um material que fala de assassinos seriais, inclusive com fotos de Charles Manson. Até na hora de dar carinho a família, quando vai beijar seu filho, ela parece estar machucando, já que faz um movimento como quem esfaqueia uma pessoa.

Da parte do material "colecionável" da mulher há um álbum de recortes de jornal, que reúne matérias sobre assassinos seriais. No meio das coisas que ela guarda há um cartão de Natal que foi pintado à mão por John Wayne Gacy e enviado a ele quando ele era criança. Waters pegou o cartão emprestado junto a Dennis Dermody, amigo de Divine e parceiro da trupe do diretor conseguiu.

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Não há nenhuma fala especial em torno desse artefato, ele acaba sendo tão somente um adendo, uma referência macabra sem aviso na trama, um detalhe que pouca gente do público teria capacidade de verificar.

Pike e Gracey vão de novo até a casa dos Sutphin e Eugene se ofende com as suspeitas em cima de sua mulher, mas Beverly permite que pistas apareçam, tanto que deixa uma revista com letras picotadas, em cima da mesa de jantar, a mesma que Scott pega, para elogiar a moça da capa.

Uma pessoa totalmente sã cuidaria de não dar esses vacilos, mas esse é um filme de pessoas frágeis.

Beverly é uma mulher zelosa por sua comunidade, pela coleta de lixo reciclável e por sua família, até é amiga dos coletores, condenando quem não separa seus detritos. É tão super-protetora com os filhos que persegue o affair da moça, assim que vê ele flertando com outra mulher, no caso, uma menina interpretada pela ex-atriz pornô Traci Lords, que estava começando a traçar uma carreira no cinema tradicional

Esse resulta em um dos momentos mais galhofeiros do filme, com a senhora acertando as costas de Carl (Loonie Horsey) espetando um órgão na ponta de um acendedor de lareira.

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Nada é levado a sério, absolutamente, todos os personagens parecem tarados, à beira da loucura sexual. Beverly percebe isso e usaria isso mais para frente.

A família percebe as imperfeições nos planos da mãe, mas claramente entram em um estado de negação em um primeiro momento. Eugene, Misty e Chip são tolos, só tem certeza de que há algo errado quando o marido acha uma gravação de Ted Bundy, em uma fita, dublada por John Waters.

Um dos fatos estranhos é que se coloca uma progressão temporal em tela, com marcações das horas que aparecem de vez em quando, embora não haja muito motivo para isso. Parece ser só pela piada.

O script não se dá muito ao trabalho de fazer grandes mistérios e coloca Beverly para ir atrás de um alvo, supostamente Scott logo após descobrir que ele suspeita dela.

A polícia segue a mesma pista e a família tenta impedir que ela mate o garoto. Eles ainda pegam o garoto assistindo o filme erótico Superbusto, no meio do ato de onanismo... é um momento de puro constrangimento.

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Apesar de todos irem para um lado, Beverly vai até a casa de Ralph e sua esposa Beth Stern (Kathy Fannon), mata ambos, pervertendo a expectativa de todos, em uma manobra que lembra os clichês de O Silêncio dos Inocentes.

Depois de seguir a pista errada, Gracey e Pike mandam uma escolta de viaturas atrás do carro dos Sutphin. São nada discretos, até anunciam o nome dela no rádio, fato que a faz negar que está sendo vigiada pelas autoridades.

Ela recebe o vulgo de Serial Mom e é condenada em solo sagrado, em uma cena maravilhosa na igreja, com ela sendo perseguida por todos quando solta catarro em um bebê, acidentalmente.

Depois de uma fuga - ela vai até a locadora do filme - é mostrado que ela tem facilidade em entrar nas casas.

Mal pratica arrombamentos, é certeira, quebra o vidro de uma porta e vira a chave por dentro da casa de uma vizinha, Sra. Jenson (Patsy Grady Abrams) os suburbanos dos Estados Unidos parecem ser tão tolos que não tomam as mínimas medidas de segurança.

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Waters faz uma crítica a alienação e estupidez do americano médio, inclusive com uma pessoa sendo vítima de maneira literal pelo “pão e circo”, já que a senhora está tão entretida com o musical Annie que não nota a morte se aproximando.

Para arrumar os direitos autorais dessa música foi cobrado um valor alto, em torno de US$ 60.000. Os detentores dos direitos de uso da música cobraram alto por causa do conteúdo explícito dos filmes anteriores de Waters.

Beverly ainda mata ela com um pedaço de carne, um pernil de ovelha, uma referência ao conto Cordeiro ao Abate (Lamb to the Slaughter) de Roald Dahl usando pedaços dele para alimentar o cachorro da senhora.

Com uma hora ela abre mão de sutilezas e persegue Scott, depois que ele testemunhou uma ação violenta dela. Além de uma matadora versátil, que usa diversas formas de matar gente, ela também é uma senhora motorista de fuga, tanto que persegue o menino usando um furgão roubado, depois de furar o teto do carro do menino com sua faca de cozinha.

Vira uma perseguição de vários carros, com Waters desempenhando bom papel em cenas de ação. As sequências são arrojadas, pontuadas bem da trilha original de Basil Poledouris. Scott entra no show de uma banda de rock, a Camel Lips, interpretada pela L7, que tocam no bar Hammerjacks. Os fãs de rock deixam Beverly entrar por terem reconhecido ela como assassina.

A aparição dos Sutphin para tentar impedir a senhora é ótima, Eugene é levado ao alto pela multidão, já Scott é atacado por membras da banda, depois entra em chamas, no palco, com aplausos, como se fosse uma atração programada de show.

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É tudo muito bobo, mesmo depois de cinco meses, na época do julgamento pelos crimes cometidos. No entanto, Beverly sai imune, plena e tranquila.

No tribunal entra sorrindo - que aliás, foi um improviso da atriz - pode ser que ela seja assim graças a uma condição de isolamento mental neurodivergente ou pode ser apenas um traço de personalidade familiar, já que ela é assim e sua filha também parece não se abalar, já que até flerta com o fotógrafo, ou seja, lida com o terceiro interesse amoroso dela.

Beverly decide demitir o advogado, para se defender. Opta por contrariar a ideia do jurista de alegar insanidade, mesmo sendo distante da normalidade.

O inspetor Gracey tenta usar a literatura que ela consome contra ela, mas a protagonista contra-ataca, usando revistas pornográficas com travestis, para denunciar que ele é um hipócrita.

Toda a argumentação dela é baseada em ad hominem, em expor defeitos e indiscrições das testemunhas, ataca os hábitos politicamente incorretos delas, como não reciclar lixo, até seduz o tarado Marvin Pickles (Tim Caggiano), só balançando as pernas, embaixo da mesa, mesmo que nada apareça.

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No tribunal aparece Suzanne Somers, artista famosa em séries, em Three's Company e Step by Step. Quando entra ela chama a atenção até do juiz e sai da sala de julgamento louvando Beverly como um símbolo feminista. É tudo escandalosamente ridículo.

Depois da sentença positiva, Beverly não consegue resistir a tentação e ataca uma moça, que era parte do júri, basicamente pelo modo que ela se veste. Todos ficam com a impressão de que erraram ao deixar ela livre, mas a situação já era.

No final ainda se afirma que a "real" Beverly Sutphin se recusou a cooperar com o roteiro do filme. Pudera, sua personagem, caso fosse uma mulher de verdade, seria retratada como uma pessoa indócil, cínica e fria, distante de qualquer cinebiografia agradável para o homenageado.

Mamãe é de Morte é engraçado e não tem medo de ser um filme ridículo. É um baita trabalho de Waters, que não nega suas origens sujas, fazendo uma obra underground mas comedida, que pode ser acompanhada por um público mais eclético, sendo assim um episódio sensacional de sua filmografia e um presente para Turner, que pode enfim brilhar como a estrela que é.

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