Abigail : Vampiros, filme de assalto e muito humor na surpreendente produção da Radio Silence

Abigail : Vampiros, filme de assalto e muito humor na surpreendente produção da Radio SilenceAbigail é um dos lançamentos entre os filmes de gênero de 2024 mais esperados. Mistura de horror, comédia e ação, é uma obra do coletivo Radio Silence cuja premissa tenta esconder que é um filme de vampiros, mas desistiram disso na hora de elaborar o material de divulgação e marketing.

Assinam a direção a dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, que juntos ao produtor Chad Villella, formam a Radio Silence. Até tempos recentes, eles comandavam a franquia Pânico, tendo eles feito Pânico 5 e Pânico VI, que inclusive, era protagonizado pela mesma Melissa Barrera que estrela esse, mas após críticas e um imbróglio, a franquia seguiu sem eles, recaindo (ao menos até agora) na direção de Kevin Williamson.

A trama gira em torno de um sequestro, feito por um grupo de criminosos que raptam uma bailarina de doze anos, filha de um milionário. O trabalho seria simples, renderia a eles US$ 50 milhões por apenas 24 horas de trabalho.

A questão é que os personagens não sabiam de quem se tratava o alvo, afinal, era tudo feito com sigilo. Além da menina ser filha de um sujeito poderoso do submundo, a garota era um vampiro secular, experiente, violenta e criativa na hora de matar.

Uma coisa que chama a atenção nessa produção é o elenco dessa Abigail, chama a atenção o número grande de rostos conhecidos e carismáticos que aparecem aqui, não só Barrera mas também Dan Stevens, que recentemente esteve em Godzilla e Kong: Novo Império, Kathryn Newton do novo queridinho dos fãs de cinema B Lisa Frankenstein, o brutamontes Kevin Durand (que é a alma do filme, concentrando em si as melhores piadas) e Giancarlo Esposito, que dispensa apresentação.

A exploração do horror vai mudando aos poucos, escalando primeiro de forma gradual, para depois assumir seu caráter mais engraçado.

O roteiro é de Stephen Shields e Guy Busick, produz William Sherak, James Vanderbilt, Paul Neinstein, Tripp Vinson e claro Villella. São produtores executivos Macdara Kelleher e Ron Lynch.

O longa se chama Abigail na maior parte do mundo. Quase não há variações na nomenclatura e as mais notáveis são Tutsak Abigail na Turquia e Ебіґейл na Ucrânia.

Sobre o elenco dessa Abigail, chama a atenção o número grande de rostos conhecidos e carismáticos que aparecem aqui, não só Barrera mas também Dan Stevens, que recentemente esteve em Godzilla e Kong: Novo Império, Kathryn Newton do novo queridinho dos fãs de cinema B Lisa Frankenstein, o brutamontes Kevin Durand (que é a alma do filme, concentrando em si as melhores piadas) e Giancarlo Esposito, que dispensa apresentação.

Essa é uma coprodução entre Irlanda e Estados Unidos, dos estúdios Project X Entertainment, Vinson Films, Radio Silence Productions e Wild Atlantic Pictures, distribuído pela Universal Pictures.

Betinelli-Olpin e Gillet ficaram conhecidos nos últimos anos por fazer Casamento Sangrento, os filmes de Pânico 5 e 6. Eles começaram dirigindo segmentos da antologia As Crônicas do Medo (V/H/S), fizeram também antologia Southbound e O Herdeiro do Diabo.

Shields é conhecido por ter criado a série Zombie Bashers. Também escreveu O Bosque Maldito e ajudou no roteiro de Hunted: Quem Tem Medo do Lobo Mau? já Busick escreveu boa parte dos filmes da Radio Silence, além de Urge: A Droga Mortal e a série Castle Rock.

Neinstein trabalhou em O Nascimento do Mal (que também estrela Barrera), já Sherak fez Slender Man: Pesadelo sem Rosto e Suspíria: A Dança do Medo. Vanderbilt fez O Nascimento do Mal, Ambulância: Um Dia de Crime e a série O Agente Noturno (que Neinstein e Sherak também foram produtores executivos) Vinson fez João e Maria: Caçadores de Bruxas e Maligno de 2019. Villella é produtor da série V/H/S, produtor executivo de Phobias: O Que Você Mais Teme? fora obviamente todas as obras que a dupla de diretores realizou.

A narrativa se inicia tocando o famoso balé Lago dos Cisnes, de Piotr Ilitch Tchaikovski, o mesmo que foi bastante importante para a trama de O Cisne Negro de Darren Aronofsky, enquanto a pequena menina está dançando.

Sobre o elenco dessa Abigail, chama a atenção o número grande de rostos conhecidos e carismáticos que aparecem aqui, não só Barrera mas também Dan Stevens, que recentemente esteve em Godzilla e Kong: Novo Império, Kathryn Newton do novo queridinho dos fãs de cinema B Lisa Frankenstein, o brutamontes Kevin Durand (que é a alma do filme, concentrando em si as melhores piadas) e Giancarlo Esposito, que dispensa apresentação.

Esse Abigail teria algumas semelhanças espirituais com o clássico que estrela Natalie Portman, não obviamente em abordagem, mas sim nas transformações corporais que assustam, afinal essa é uma comédia e não um drama existencial.

Antes de apresentar todos os personagens, é mostrada a pequena Alisha Hair, a maravilhosa atriz de Matilda: O Musical, onde também faz a personagem-título.

Aqui a interprete mostra uma grande versatilidade, não só na questão da presença de palco, uma vez que Abigail consegue capturar a atenção do espectador até mesmo em um ensaio, como também quando ela revela suas reais intenções homicidas algum tempo depois.

A menina aparece em paralelo com a charmosa personagem de Melissa Barrera, a atriz que foi musa da Radio Silence na franquia Scream, já demonstrando nessa introdução que elas fariam uma espécie de dueto, um par de dança, em atenção as comparações típicas da arte do balé.

A protagonista "adulta" tenta parecer misteriosa, mas obviamente não consegue, visto que o roteiro apenas brinca de imitar os antigos filmes de assalto, como Os Suspeitos, Onze Homens e um Segredo ou Atração Perigosa, dando a ela um ar de moça misteriosa, cujo passado pesado a assombra, não permitindo que ela viva de maneira leve e livre os seus dias, sendo enfim jogada em uma trama criminosa.

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O tal sequestro é bem rápido. Antes da ação de fato ocorrem já há algumas piadas pontuais, a maioria bem encaixada, diga-se.

A equipe de ação é consideravelmente grande pelos tais "ratos", ou melhor pelo Rat Pack, que o chefe Lambert (Esposito) reúne.

A fim de diferenciar eles, o homem de meia idade chama cada um de nomes de integrantes do grupo popularmente chamado de Rat Pack, a saber: Melissa Barrera faz Joey (Bishop), Stevens é Frank (Sinatra), Newton é Sammy (Davis Jr.), William Catlett as Rickles (Don Rickles), Kevin Durand é Peter (Lawford) e além de Dean (Martin), feito pelo saudoso ator Angus Cloud.

Dessa forma, eles seguem sem saber a identidade de cada um, embora sejam curiosos para falar quem são em vários momentos. Essa escolha também une esse filme a Cães de Aluguel, de Quentin Tarantino.

Apesar de cena inicial envolver uma intrincada invasão a uma casa enorme, o resto do filme se passa em um mesmo cenário, que por acaso, também é uma mansão.

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Segundo Lambert, esse seria um serviço curto, de um dia inteiro, caso obviamente o pai da menina colaborasse, aceitando entregar o valor pedido pelo resgate.

Ainda sobre a ação, é difícil não identificar os atores mesmo quando usam vendas e máscaras, afinal, os rostos de Durand, Stevens, Barrera e Newton são bem conhecidos. Quando eles tentam se disfarçar serve apenas ao intuito de brincar com clichês de filmes de assalto, mas sem grandes tentos.

A maior sabedoria do filme é a de não se levar a sério, dito isso, o jogo de adivinhação e perspicácia que Joey impõe consegue parecer algo além de bobo e patético.

Ela consegue ler bem as pessoas, tem uma grande capacidade de observação, faz o seu show off de expor os detalhes das vidas das pessoas apenas analisando a linguagem corporal deles, no entanto, cai na ladainha da pequena Abigail, tanto que a libera de seus grilhões, até retira a venda de seus olhos.

No meio das discussões, Frank a acusa de ser uma viciada, no termo popular em inglês junkie e de utilizar doces para substituir a obsessão viciante. Essa questão sentimental poderia soar como algo absurdo, mas aqui é tratado de forma banal, sem levar a sério, igual a quase toda a abordagem dramática.

A partir daqui falaremos spoilers.

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Depois de ter contato com Abigail, Frank acaba descobrindo que ela é filha de um criminoso famoso, chamado Kristoof Lazar, conhecido por ter uma extensão de poder enorme, em esfera política inclusive.

Não é mistério algum afirmar que esse é um macfuffin, um despiste para a história central.

Antes até de começarem os ataques se estabelece no cenário da mansão uma sensação semelhante ao visto no primeiro jogo de Resident Evil que a Capcom lançou. Há algumas cenas de personagens armados, passando pelos belos cenários escuros, como se estivessem vivendo uma espécie de survival horror em live action.

As mortes são pontuais, não são gratuitas e possuem um grafismo considerável. A produção utiliza bem os efeitos práticos, há miolos e muita nojeira.

Depois de perceber que Dean foi decapitado, o "rat pack" passa a discutir quem está fazendo aquilo. Até verificam se houve invasão e se ela foi pega de novo. Nas conversas, afirma que o mafioso possui um assassino particular, de novo Valdez, cuja marca é degolar seus adversários.

Isso obviamente tem um ar de lenda urbana, mas como eles estão no escuro, sendo mortos, sem informações de quem era o alvo e ainda presos já que a mansão é celada por um sistema de autoproteção, eles cedem a paranoia, achando que talvez um dos que estão ali é Valdez.

Há várias referências - algumas, bem óbvias - aos romances policiais antigos, estilo Agatha Christie, tanto que há uma situação bem óbvia a E Não Sobrou Nenhum.

O tal segredo vampiresco não demora a ser revelado, ao contrário, mais ou menos na metade da duração já é dado que a criança é um monstro.

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Depois que ela faz isso a obra simplesmente descamba para o escracho, que inclui uma cena dela dançando valsa com o corpo decapitado de Dean, com ela desdenhando dos credos populares sobre vampiros como a alergia a alho, vulnerabilidade a madeira e medo de cruzes.

Ela ataca os personagens, basicamente brinca com a comida, se diverte com eles, dado que morre de tédio.

As fraquezas reais de vampiro não são dadas de maneira explícita. Aparentemente ela tem vulnerabilidade a luz do sol e tem um fraco por estacas, mas ela é forte, habilidosa, irônica e manipuladora. Basicamente só cai depois de ter dopada pela personagem de Barrera.

Também fica claro que há diferenças e tipos diferentes de vampiros, além das óbvias castas. Há alguns obedientes, como fantoches, outros mais autônomos, capazes de tomar atitudes independentes, mas não é muito explícito como funcionam esses tipos.

A forma de transformar um humano em vampiro também não é super explicada, o que aliás, é ótimo. O que há de fato dedicação é na construção dos sustos, com direito a uma piscina cheia de corpos, quase transbordando de cadáveres e de carne apodrecendo.

Sobre Weir não há do que reclamar. A menina é muito dedicada e versátil, consegue variar bem entre o cinismo pseudo infantil e a vilã poderosíssima e titânica.

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Barrera também atua bem, ela era criticada como alguém incapaz de expressar sentimentos, mas a realidade é que ela já tinha dado um salto de qualidade entre os episódios da saga Scream e está ótima aqui.

Já Stevens aparece engraçado em alguns pontos e caricato em outros, enquanto Esposito é subaproveitado.

Toda a galhofa que Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe mirou e não conseguiu o filme de Bettinelli-Olpin e Gillet atingiu e facilmente. Ele é charmoso, atrativo e deixa o público querendo ver mais desses personagens, mesmo que não haja um aprofundamento sério das questões, enquanto se gasta muito tempo em questões tolas e sentimentais dos personagens.

É preciso fazer concessões, afinal, o orçamento desse não é semelhante ao de filmes B. Claro que não é caro como obras do exploitation de filmes de heróis ou do Monsterverse que a Warner lança, mas há um cuidado para trazer um grande elenco, uma equipe de produção numerosa, ainda assim se investe em violência explícita e muito gore.

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Dessa forma, apesar de irritar bastante a grande dedicação da obra em desenvolver clichês como a da mãe ausente ou da filha que se sente abandonada, acaba se diluindo, em meio aos bons tentos que o longa traz.

Irrita um bocado também a quantidade grande de falsos finais e a pieguice do desfecho real, que por muito pouco, não pôs tudo a perder, mesmo se relevando a breguice das partes emocionais já citadas.

Ainda assim o saldo é positivo, essa é surpreendente, especialmente por conta de a trama não se levar a sério. Se o filme não se propõe a condição de considerar sua proposta como algo sacro, sagrado e maduro, é fútil para o público achar que esse será um horror mais sisudo ou austero.

Abigail acerta mais do que erra, é divertido, dinâmico e violento. Um bom aceno a quem gosta de filmes exploitation, já que é bem sanguinolento, além de ter vários elementos de ironia e humor ácido. É bem equilibrado entre estilos e uma positiva surpresa.

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