Review: Agents of SHIELD S01E05 - Girl in the Flower Dress

Depois de um bom piloto e três outros episódios que não saíram do básico, a aventura da semana, Girl in the Flower Dress, dá sequência ao que pode ser considerado como o fio condutor desta temporada, o embate entre a SHIELD e a misteriosa organização Centipede, responsável pelo "vilão" do primeiro episódio e cujo interesse em criar seres superpoderosos tem ligação direta com os soldados Extremis de Homem de Ferro 3. Infelizmente, o avanço na trama foi tão pequeno que pode deixar os fãs um tanto decepcionados.

Começando na China, este quinto capítulo apresenta Chan Ho Yin (Louis Ozawa Changchien), um mágico de rua com poderes especiais que o permitem conjurar fogo. A série não pode usar a palavra "mutante" por ela pertencer ao universo dos X-Men, propriedade da Fox, mas o personagem é, sim, um dos Homo superior da Marvel, já que sua habilidade se manifestou naturalmente, sem ajuda de nenhum catalisador externo. O rapaz é sequestrado pela misteriosa Rayna (Ruth Negga), a "garota do vestido florido" do título, que é parte da Centipede e pretende, junto com a cientista que havia aparecido no Piloto da série, aperfeiçoar a soro baseado na tecnologia Extremis. Quando a equipe de Coulson descobre sobre o desaparecimento de Chan, cuja existência já era de conhecimento da SHIELD, desconfiam do envolvimento da Rising Tide, o grupo de ciberativistas do qual Skye fez parte.

Ao unir todos esses elementos, que estiveram presentes em sua estreia, Agents faz do quinto episódio uma continuação direta do primeiro, trazendo mais informações sobre o universo da série, mas que não acrescentam muito ao que o espectador já sabe até aqui. As novidades ficam por pequenas pistas quanto ao passado de Skye e sua real intenção ao se unir a Coulson. Seu interesse pelos pais pode gerar frutos interessantes. Só vai depender do quanto os roteiristas e a Marvel estão interessados em usar esse mistério para, talvez, trazer personagens das HQs para o programa. Não seria bacana se a personagem fosse filha de algum conhecido dos fãs? Já no que diz respeito à organização antagonista, não há muito o que se falar, a não ser a apresentação de Rayna, vilã que pode se tornar recorrente nos episódios futuros, e da cena final, cuja única função é estabelecer que existem mais pessoas (embora nenhuma tenha a identidade revelada, a não ser pelo codinome Clairvoyant) por trás da Centipede. Como se isso já não fosse óbvio.

O roteiro, escrito por Brent Fletcher, se sai bem por focar nas intenções da SHIELD, que se ligam diretamente com o discurso de Nick Fury na cena pós-créditos do primeiro Homem de Ferro. Saber que a agência secreta mantém um arquivo de seres superpoderosos é fundamental para estabelecer um parâmetro para futuras aventuras e, quem sabe, até introduzir algum destes seres como aliado, algo que pode se tornar necessário, dependendo do nível de poderes que os vilões forem apresentando, o que evitaria o argumento: "Hey, vocês tem o telefone do Capitão América, porque não pedem ajuda?".

Em um episódio cuja força reside na ação e em ótimos efeitos especiais no clímax, não há muito o que comentar. Infelizmente, após cinco semanas, a reclamação continua a mesma. É uma boa diversão por 40 minutos, mas a promessa do seriado sempre foi além disso. Apenas aventuras descompromissadas não são suficientes para expandir um universo rico, que poderia gerar histórias tão interessantes quanto aquelas dos quadrinhos ou mesmo do cinema. Resta agora, para quem seguirá firme acompanhando Agents of SHIELD, um pouco de paciência. Quem sabe, nos vindouros episódios, o programa finalmente mostre um pouco mais de ousadia e se prove relevante em meio a toda a estratégia da Marvel.

Alexandre Luiz

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