Com o lançamento do trailer de Capitão América 2: O Soldado Invernal, foram levantadas inúmeras questões acerca da atuação da SHIELD no Universo Marvel e do impacto que isso teria no seriado focado nas missões da agência. Embora o episódio The Hub não responda nenhuma destas perguntas, Agents of SHIELD parece estar no caminho para ligar as duas obras. Como? Não é isso que importa no momento. O importante é que a confiança na organização liderada por Nick Fury começa a ficar um tanto abalada.
Este sétimo episódio começa com uma missão de resgate que leva os heróis até ao Hub, instalação de "Nível 8", repleta de equipamentos de última geração, para a alegria da dupla Fitz e Simmons, e de informação, o que muito interessa Skye. Lá, Coulson se encontra com a Agente Hand, personagem das HQs, aqui interpretada por Saffron Burrows, que delega a Ward e Fitz a missão de invadir uma instalação e desativar um aparelho que pode ser usado de forma decisiva em qualquer guerra. Enquanto esse fio de trama segue à risca o elemento do MacGuffin, o que está realmente em pauta é a habilidade dos agentes seguirem ordens sem questioná-las, aceitando todos os protocolos da SHIELD e confiando plenamente no sistema, algo repetido a exaustão pelo agente vivido por Clark Gregg. Mas será que é sábio depositar toda essa confiança na agência? Skye, definitivamente, acha que não e acaba invadindo os arquivos confidenciais da operação para descobrir que seus dois parceiros podem ter sido enviados para uma missão suicida, sem a menor chance de voltarem vivos para casa.
Quando o time passa a questionar as atitudes de seus superiores, o episódio mostra a que veio, mesmo sendo uma pequena centelha em meio de algo muito mais abrangente. Se no segundo filme do Capitão América, houver mesmo uma espécie de insurreição por conta das ações da SHIELD, que tipo de implicações isso pode acarretar em uma provável segunda temporada de Agents? É ótimo perceber também como o que funcionou tão bem na semana passada volta a aparecer em The Hub. O roteiro está muito mais interessado em desenvolver as relações entre os personagens, desta vez entre Ward e Fitz e entre Simmons e Skye, do que se prender a referências aos Vingadores. E a química entre o jovem cientista e o habilidoso agente de campo é um dos pontos altos do capítulo, provando que, quando o roteiro faz o espectador se importar com seus protagonistas, a história flui e capta melhor a atenção de quem está destacando uma hora de seu dia para assistir ao seriado. É bom também ver algum desenvolvimento quanto ao passado de Skye, ao que tudo indica muito mais ligado a SHIELD do que a garota esperava.
Para não sair totalmente do proposto, The Hub traz outro personagem que ajuda a definir e ligar a obra com os longas e com os curtas da Marvel. O Agente Sitwell (que é oriundo das HQs, ao contrário de Coulson) é novamente vivido por Maximiliano Hernández e não acrescenta muito à trama, senão um momento bastante engraçado e constrangedor com Simmons. Como a história está caminhando, no futuro, um retorno de Victoria Hand teria mais a oferecer do que uma eventual volta de Sitwell, mas neste caso é esperar para ver. Até porque o personagem estará em O Soldado Invernal.
Mesmo com todas as críticas, fica muito claro que a Marvel sabe para onde está caminhando. Se é ou não o curso correto (fazer o público acompanhar inúmeras mídias para compreensão de toda a obra), só o tempo (e o lucro) dirá. De qualquer forma, com essas mudanças estruturais e um pulso mais firme, é inegável a melhora da série em relação aos seus primeiros episódios. E não apenas na abordagem, pois parece que a produção finalmente percebeu que as cenas de ação estavam fracas. O ataque de alguns soldados a Ward foi infinitamente melhor do que qualquer luta que a série havia mostrado até aqui, quanto a coreografia das lutas e quanto a direção da cena.
Continuando dessa forma, Agents of SHIELD deve deixar de perder público, algo que estava começando a preocupar a ABC, principalmente após o alto número de audiência conseguido no piloto. O problema é fazer quem debandou dar uma segunda chance ao seriado, algo que pode ser fundamental para uma eventual renovação. Aliás, se isso ocorrer, deve indicar também o nível de engajamento dos fãs para com o Universo Marvel, principalmente para o próximo episódio, que liga a série aos eventos de Thor 2. Se no início, a torcida era para a série encontrar seu foco, agora que encontrou, a esperança é que seja mantido.
Mesmo com o anúncio das séries produzidas pela Netflix, deviam investir em vilões e heróis uniformizados para sair do status de genérico de "Arquivo X" ,"MIB" ou "Fringe".
Concordo plenamente com a Review. Falou tudo! Espero que a série continue evoluindo (: