No ápice da insanidade coletiva. Eu meio que havia me preparado para o desenrolar de alguns pontos de Asylum esta semana, mas essa conscientização prévia não diminuiu a sensação de angústia e surpresa que tomou conta de mim. Os roteiristas construíram um castelo de tramas impressionantes que veio abaixo em poucos minutos de tela, dando vazão ao que veremos na reta final em janeiro, a começar pela revelação definitiva (ou não) sobre a identidade do Bloody Face contemporâneo, nada menos que o filho de Lana com Thredson, o monstro original.
Johnny Thredson (Dylan McDermott retornando) tem praticamente as mesmas origens que seu pai. Criado num orfanato, passagens por diversos lares e a obsessão pela pele, pelo toque, por se sentir amado. Infelizmente, a vida do homem não teve um direcionamento maior, o que o levou a tornar-se um delinquente desde cedo. A confissão de Johnny abrindo o episódio foi muito semelhante aos momentos em que Thredson se revelou para Lana, e o novo psicopata parece ser mais instável que o psiquiatra do passado.
Como não amar Sister Mary Eunice tentando uma “imitação” de Sister Jude? Eu tento, mas não consigo ficar completamente tomado pelos diálogos da irmã possuída. A revelação de que Lana está grávida causou espanto na jornalista, porém, ela se demonstrou forte como nos últimos episódios e até tentou ir contra Sister Mary Eunice. Ainda não tínhamos tido uma cena das duas onde Lana pudesse ver esse lado endiabrado da jovem freira. Diga-se de passagem, o momento foi excelente.
A morte de Frank e a cruel armadilha planejada por Arden e Sister Mary Eunice, jogaram Sister Jude em uma cela do Briarcliff. A cena das explicações foi incrível, pois sabíamos que Jude estava certa em cada um dos seus “delírios”. Arden é um nazista, Sister Mary Eunice é o demônio e por aí vai. Minha surpresa mesmo foi saber que Leigh Emerson sobreviveu. Pontos para a série, que ainda pode usar o louco como um bom trunfo (ele “perdoando” os atos de Jude foi de arrepiar). Jude está na cova dos leões (basta observar o descaso com que as freiras enfermeiras a trataram) e nada pode fazer. Ainda acho que vai ser o Monsenhor a perceber a verdade, porém existem inúmeras chances dele parar no mesmo lugar que ela.
O momento em que Leigh foi batizado pelo Monsenhor Timothy também rendeu uma sequência cheia de significados e rica, principalmente pela interação dos dois atores. Se antes eu julgava as ações do “homem de Deus”, agora não mais o faço. Ele continua patinando como uma das figuras mais “inocentes” dali. O jovem Monsenhor busca no altruísmo e no sonho de que aquele local renda boas coisas, uma chance de chegar ao topo. O mais perto que deve conseguir, é ficar no topo da cruz, como bem vimos no encerramento do episódio.
Mesmo estando perdido quanto a trama dos alienígenas, os rumos que esta tomou começaram a me interessar. Descobrir que Kit é a cobaia chave nos leva a encaixar boa parte das peças. Se até agora não vimos os seres por completo, eu preferiria que continuasse assim e tivéssemos apenas uma explicação do experimento como um todo, afinal, o que foi Pepper com uma voz modificada agindo como a protetora de uma Grace grávida e viva?
Continuamos também com uma Lana decidida, e agora mais cruel, devido a tudo o que passou. Sua tentativa brutal de aborto seguida de uma chantagem a Thredson para conseguir uma confissão que absolva Kit, me fez amar ainda mais a personagem. Depois de tanta tragédia, eu sei que Lana já entrou em um caminho sem volta e vai ser impossível recuperar a sanidade total, ainda mais com o aviso final sobre o destino do bebê e a fuga do assassino. Suas chances agora estão depositadas na tentativa de redenção buscada por Jude. Se a aliança foi selada com o fim do icônico LP onde tocava Dominique, eu só posso esperar um destino nada agradável para os maiores algozes do Briarcliff.
P.S.: Indicações começando no Globo de Ouro, mas ainda choro a ausência de Lily Rabe nas categorias.
P.S.2: Frances Conroy linda mesmo numa pequena ponta. Como não amar?
P.S.3: R.I.P. Dominique.
P.S.4:Asylum volta no dia 2 de janeiro. Até lá meus amigos.