O que esse mid-season finale teve de diferente? Carregar nas costas o peso do maior e mais sombrio arco das HQ´s como título, elevou minhas expectativas às alturas, mas com o nível que essa temporada atingiu, eu não esperava nada menos que algo sensacional. Jogar com a releitura dos momentos mais icônicos dos quadrinhos, é algo que The Walking Dead vem fazendo com maestria desde o fim de seu segundo ano. Porém aqui, tivemos o despertar do maior vilão da série no embate de titãs mais aguardado pelos fãs, e isto meus caros, ofuscou qualquer outro fato relevante. No entanto, temos de começar do único ponto “fraco” no episódio, a inserção desnecessária (agora) de novos personagens.
Eu conheço todo o potencial de Tyresse, mas sejamos sinceros, vocês em algum instante se interessaram por algo que acontecia naquele grupo avulso? Acho que Carol, Hershel, Carl, Beth e Axel podiam muito bem ter dividido momentos mais brandos (como os que vimos durante a noite), fazendo assim um bom contraponto com a adrenalina em Woodbury. Gostei muito de ver Carl se impor e tomar o lugar do pai como prometeu, porém tudo soou desconectado demais dos fatos que nos interessava: a invasão da cidade do Governador e o resgate de Glenn e Maggie.
Michonne e Rick sempre dividiram o posto como meus personagens preferidos no material original, e na série isto se repete. Rick mudou. O outrora xerife boa praça é um homem capaz de qualquer coisa para proteger os seus, e a arriscada missão de invadir com apenas três pessoas uma comunidade armada, prova o quanto ele está disposto a enfrentar. Sem Michonne, eles não conseguiriam muita coisa, e aos poucos ela vai se mostrando essencial ao grupo, ainda que tivesse sua própria missão.
Dando continuidade à nova roupagem conferida a Glenn, o rapaz continuou dividindo momentos brutais com a sua amada. O instante em que ele desmembra o walker e o desossa como um verdadeiro homem das cavernas atrás de uma arma foi de dar calafrios. Maggie continua tão forte quanto ele, e chega a ser emocionante a recusa deles em se entregar àquelas pessoas, quando ela confessa a Glenn que havia esquecido que humanos são um perigo maior que qualquer monstro. Eu me comovi. Estava na cara que o fim de Merle não seria ali, mas pelo menos ela deu cabo de um dos homens do Governador na tentativa de fuga.
Rick entrou fácil no perímetro da cidade, e foi ainda mais ousado ao aproveitar a distração oportuna oferecida por Maggie e Glenn. A batalha estourou rapidamente, assim como os dois sobreviventes foram resgatados mediante a agilidade do seu grupo. Que sequência fantástica foi aquela? O tiroteio em Woodbury me deixou de queixo caído, não só pela frieza com que Rick matava quem estava no seu caminho, maspela construção da cena em si. Oscar ser a única baixa já era esperado, mas destaco ainda a visão de Shane (Wolverine?), que reforçou ainda mais a loucura do xerife.
Se Andrea continuou desfilando como a rainha do “onde estou?”, o mesmo não se pode dizer da sua parceira de inverno. Michonne entrou silenciosamente em Woodbury, ajudou Rick e seguiu seu caminho em busca do homem que ordenou sua caçada. Ela entrando no apartamento do Governador e sentando na cadeira com a katana no colo, foi só o prelúdio do que estava por vir. Mesmo tendo direito a um acerto de contas, Michonne não mediu seus atos e a sua brutalidade ao matar a filha do Governador, ainda que ela fosse um zumbi, a ação transformou definitivamente aquele homem.
Foram fatos invertidos e que eu nunca imaginei que a série fosse capaz de fazer. O único resquício de humanidade vindo daquele pai era a filha que, mesmo morta, representava uma vida que ele jamais teria novamente. O fim definitivo de Penny trouxe o monstro á tona. A fantástica luta entre Michonne e o Governador foi, quase como se estivéssemos vendo a luta de Anakin e Obi-Wan, exagero de nerd, mas foi o que senti. E assim como o surgimento de Darth Vader, tivemos aqui o primeiro vislumbre do que será o mais insano dos personagens já vistos na série, com direito ao olho também destruído por Michonne.
Como o encontro de Merle e Daryl era algo esperado, fiquei feliz com a imprevisibilidade dos fatos que levaram ao momento. O Governador faz um comovente discurso perante uma revoltada Woodbury e põe toda a culpa dos acontecimentos no homem que o traiu. Merle ter omitido o verdadeiro destino de Michonne, foi o que facilitou tudo o que vimos, e trazer perante todos um Daryl capturado do grupo invasor, e ainda por cima irmão do “traidor”, estimulou ainda mais a sede de vingança de todos ali. Quase como antigamente, o Governador se mostrou um verdadeiro imperador, jogando o que seus súditos desejam. Porém, o que ele pretende está bem além de uma simples execução, e a metade da temporada que nos aguarda ano que vem, não poderia estar mais longe.
P.S.: Seja mais burra Andrea, assim você vaza logo.
P.S.2:The Walking Dead retorna no dia 10 de fevereiro, para sequência final da temporada.
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