Como o título do episódio indica, chegou a hora do Arqueiro Verde finalmente encontrar seu nêmesis da temporada. Em So It Begins, Oliver começa a trama ciente de que um novo inimigo o espreita e termina sem pistas e com ainda mais perguntas rondando sua mente. Essa é a fórmula para criar um vilão convincente, cuja presença já é suficiente para trazer o peso de sua existência. Mas, o roteiro de Wendy Mericle e Brian Ford Sullivan apela para uma "revelação" bizarra no último minuto que, ao invés de trazer substância, soa como mera tentativa de plot twist para chocar, algo que a este ponto, a série já deveria ter percebido que não funciona.
A identidade de Prometheus pode ser um enorme engodo neste primeiro momento, que só poderá ser observado no futuro; Se assim o for, a série acabará acusada, com razão, de desonestidade com o espectador. Por outro lado, caso seja realmente confirmada, tem duas vias para caminhar: a que pode trazer uma real consequência aos atos do protagonista, com o drama envolvendo um dos personagens mais trágicos da série, ou a que não saberá lidar com a promissora oportunidade de trazer um desenvolvimento digno de alguma recompensa para o espectador.
Com exceção deste, até agora, pequeno deslize, So It Begins, no entanto, se mostra outro sólido exemplar desta quinta temporada de Arrow. Uma das coisas mais interessantes no transcorrer deste ano tem sido o foco dado aos "personagens" vividos por Oliver Queen. No começo, há 5 anos, a série até soube lidar com a dicotomia playboy/justiceiro, mas isso foi se diluindo até chegar ao ponto em que apenas a trama envolvendo o herói mascarado se mostrava minimamente interessante. Agora, tanto sua vida como prefeito de Star City, como a de Arqueiro Verde e até, para espanto geral, aquela mostrada nos flashbacks, trazem oportunidades para boas subtramas que, por enquanto, estão sendo bem aproveitadas.
A trama do passado ganhou um óbvio reforço com a chegada de Konstantin Kovar, principalmente pelo personagem ser interpretado por Dolph Lundgren. O ator "brucutu" transmite uma ameaça palpável graças a sua figura ameaçadora e gigantesca, quando comparada com a de qualquer pessoa presente na cena em que protagoniza. Mas, é por conta do texto, que está movendo esse subplot com uma urgência maior do que a exibida nas temporadas anteriores, que os flashbacks deixaram de ser incômodos. O seriado dificilmente desperdiçará Lundgren e saberá usar de seu carisma para fechar o ciclo narrativo iniciado na primeira temporada, uma vez que os produtores já se manifestaram sobre este ser o último ano em que o passado fará parte dos episódios.
E, se a vida do Arqueiro Verde está difícil com a presença de Prometheus e a responsabilidade para com os membros de seu time, a de Oliver Queen também não está nenhuma maravilha. Tendo de enfrentar a imprensa e a opinião pública para mostrar ser capaz de fazer a diferença no gabinete da cidade, o protagonista comete erros, tem algumas vitórias, mas parece fadado a entrar num ciclo do qual será muito complicado sair. A série está lidando bem com a tensão sexual envolvendo a jornalista, embora esta seja uma plot que pode descambar para o novelesco. Os realizadores também precisam tomar cuidado para não transformar tudo num caso de assédio sexual em que o homem envolvido se dê bem. As consequências precisam fazer Oliver aprender algo ou não passará de mera distração para preencher a duração total dos episódios semanais.
O destaque da semana, no entanto, é mesmo a vida noturna do personagem de Stephen Amell. A perseguição ao novo vilão, as decisões que precisa fazer e o dilema enfrentado entre sua própria equipe fazem este episódio tocar em um assunto importante para essa temporada: o fato de que Oliver, no passado, não agiu de forma tão diferente quanto seus algozes. Seus dias de juiz, júri e executor foram responsáveis, inclusive, por um certo ranço por parte dos espectadores que conhecem o personagem nas HQs. A revelação de que seus atos podem ter sido responsáveis pela criação da ameaça da vez é um ponto bem desenvolvido e que também ajuda a trazer alguma importância para Evelyn Sharp, coadjuvante negligenciada pelos episódios anteriores.
Um adendo sobre a ação em So It Begins diz respeito a um caminho interessante seguido pelas séries da DC nessa fall season. Todas, em maior ou menor instância, tem lidado com temas pertinentes e discussões atuais. Em Flash e Supergirl há uma discussão envolvendo preconceito contra o que é "diferente", Legends of Tomorrow tem lidado com direitos civis em diferentes períodos do tempo e, agora, Arrow traz à mesa o direito ao uso de armas. Em determinado ponto do episódio, pessoas assustadas com a possibilidade da presença de Prometheus na multidão, sacam armas e começam a disparar aleatoriamente. Embora mal executado pelo diretor John Behring, não há dúvidas quanto ao peso que esse tipo de momento traz ao público norte-americano. É uma situação incômoda e familiar demais para passar sem ser notada.
A série chegou em um dos seus pontos principais neste quinto ano. Agora é hora de desenvolver a ameaça do vilão principal e convencer o espectador do peso de sua ameaça. Por enquanto, há um ótimo trabalho sendo feito, mas o episódio da semana já traz indícios de que pode derrapar no desenvolvimento de Prometheus. É muito cedo para dizer qualquer coisa com certeza, mas, levando em conta as tendências do passado, fica difícil ser totalmente otimista com as oportunidades criadas aqui. Por sorte, a balança está pendendo para o melhor lado.
Estou gostando muito dessa temporada, que mais remete às duas primeiras, do que as no mínimo medianas duas últimas.
Acho ótimo eles estarem lidando com as consequências do primeiro ano de Oliver, e como de fato na vida amadurecemos, mudamos, mas temos que lidar com os erros do passado.
Todas as séries da DC atual,pra mim, mostram o que Geoff Jhons pode estar planejando para o futuro do DCU, heróis que inspiram, mas que tem características diferentes, ambientações diferentes, mas que tratam sobre temas atuais de maneira arguitiva, não apenas comédia simples ou heróis sem consequências, mas também não necessariamente cisudos e sem afeição gerada no público.
Os rumos da TV, como fã da DC, tem me agradado e dado esperança para o cinema.
Mas algumas coisas simplesmente já deveriam ter sido aprendidas nesses 5 anos.
* O romance da Felicity não faz o menor sentido e não acrescenta nada a trama, pelo contrario enfraquece a personagem.
* A cena final do episódio gera uma "tensão" muito boba
*Oliver com outro bromance, por favor não.