O passado que volta para atormentar o presente num episódio que poderia ter sido bem melhor
Sim, acontece. Nem sempre se acerta. Fear the Walking Dead está indo em uma linha de tensão muito boa nessa quarta temporada, com personagens e situações muito bem construídos, mas, chegamos a esse sétimo episódio (um antes da “midseason finale”), e a sensação que fica é de incompletude.
Mas, o que, especificamente, aconteceu neste episódio? Basicamente uma narrativa arrastada em relação aos flashbacks inseridos nele.
Vamos por partes.
A ação, em si, já começa com rápidos flashbacks envolvendo John e Laura, algo que não era necessário, já que, recentemente, tivemos um episódio inteiro que explorou isso (e, muito bem, por sinal). Pareceu um artifício barato para que o espectador sentisse o baque de ver Laura (ou, Naomi, vai saber...) com John baleado em seus braços.
Logo após, um confronto até bem filmado entre Alicia e cia contra um grupo dos Abutres. Ponto positivo é que os núcleos de Alicia, Strand e Luciana, com esse conflito, separa-se do núcleo composto por Al, Morgan e John, o que dá muitas possibilidades ao enredo, já que os grupos possuem objetivos bem distintos: enquanto um quer apenas sobreviver e documentar os acontecimentos, o outro está movido por puro ódio.
No entanto, os indesejáveis (pelo menos, neste episódio) flashbacks retornam, agora, focando-se, especificamente, no que aconteceu no estádio onde o grupo de Madison se encontrava, com destaque agora em Mel, um dos líderes dos Abutres e a menina Charlie. O grande problema é que, mesmo não sabendo o que, de fato, aconteceu no estádio, tempos atrás, já sabemos que algo deu muito errado.
O “como aconteceu” em relação ao conflito final entre o grupo de Madison e os Abutres é que está sendo dado em doses homeopáticas a cada episódio, o que já está começando a causar certo desgaste. Contudo, é preciso dar o braço a torcer que, mesmo sem tantos recursos como tinham os Salvadores em The Walking Dead, os Abutres conseguem ser uma ameaça mais real, inclusive, usando bem a presença dos zumbis na trama.
Porém, a parte positiva, pelo menos, um pouco, é sobrepujada pela negativa, que, nesse episódio, perdeu, ligeiramente, o rumo de como se contar uma boa história. Sem mencionar alguns diálogos pavorosos (aquele entre Morgan e Al, já no finalzinho, é de uma vergonha alheia tremenda).
Torcer para que o próximo, a midseason finale que dará um tempo na série, possa colocar as coisas nos eixos, conseguindo a proeza de nos fazer voltar a nos empolgar com a presença em tela de John, Al, Alicia, e até mesmo do tão odiado Morgan.
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