The Walking Dead | Os Mortos continuam andando com poucas mancadas

Antes de mais nada, quero deixar claro o seguinte: não leio as HQs de Walking Dead e nem pretendo ler. Conferi os primeiros números quando a série de TV estreou e, bem, digamos que não caiu no meu gosto. Prefiro ver os zumbis em carne e osso do que em tinta e papel. Por isso, a primeira temporada do seriado da AMC me agradou bastante. Ambientação perfeita e uma identidade própria conferiram ao programa uma segunda leva de episódios inéditos que chegou à TV no metade do último mês. Pra mim, realmente não importa a série se desviar do material original, desde que consiga se manter como uma obra de seu meio. E The Walking Dead, a versão televisiva, conseguiu. Seja pelo estilo imposto pelo cineasta Frank Darabont, que além de ter dirigido o piloto, ajudou a desenvolver o seriado, ou pelo foco nos humanos, fator oriundo de programas como Lost e que funciona perfeitamente numa trama que envolve um Apocalipse Zumbi.

O ritmo lento, que em outras ocasiões teria sido decisivo pro fracasso, provou aqui que o público quer boas histórias, mesmo que estas exijam paciência e um pouco de esforço pra ser desenvolvida. Essa noção de tempo estendido, inclusive, é um dos motivos do seriado ter em sua identidade, um de seus maiores trunfos.

A segunda temporada chega desfalcada. Darabont foi demitido no meio do percurso e, sinceramente, temi pelo futuro da série. A marca dele foi sentida durante todos os episódios do ano passado e agora, sem a força de sua criatividade, The Walking Dead poderia ficar comprometida. Mas, nos primeiros minutos da nova temporada o medo se dissipa. Bom, pelo menos o medo de que os novos episódios não dariam certo. Porque se você sente medo em produções de terror, não vai se soltar da cadeira nem por um minuto. A tensão constante salta para os próximos dois capítulos exibidos até agora e mostra que o seriado ainda tem fôlego pra se sustentar por um bom tempo.

O que incomoda um pouco ainda é a atuação do grupo liderado pelo policial Rick Grimes. Sem excluir ninguém, falta uma direção de atores melhor em The Walking Dead. E é nítido isso, quando em momentos dramáticos, começa a surgir um sentimento de vergonha alheia pela falta de capacidade dos intérpretes em expressar os sentimentos que seus personagens deveriam exibir. Como a série é totalmente baseada nos relacionamentos que se formam durante esse momento de crise, esse fator precisa ser corrigido o mais rápido possível. Ainda há tempo pra isso, já que agora é que os laços entre eles estão se formando de maneira mais forte. É só seguir outros exemplos de sucesso e pra isso, cito novamente Lost, um programa em que quase todos seus coadjuvantes foram memoráveis, ou Battlestar Galactica, com atores entregando uma interpretação quase visceral, principalmente nas temporadas finais.

No mais, acredito que The Walking Dead tenha fôlego suficiente pra pelo menos mais duas temporadas (depois disso, toda série começa a enrolar, espero que não aconteça aqui). E os fãs, pelo menos por enquanto, podem ficar tranquilos e guardar a tensão pros 45 minutos semanais de zumbis.

Alexandre Luiz

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4 comments

  1. Avatar
    Forro de PVC 20 dezembro, 2011 at 09:12 Responder

    The Walking Dead definitivamente está na minha lista de melhores séries já feitas…

    Junto com Lost, Prison Break, Friends, 24 Horas e algumas outras.

    A parte chata é que essa úlitma temporada está meio novelinha mesmo hehe ^^

    Abraços.

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